Editor & Endereço
Editor: Soares Feitosa
Av. Dom Luiz, 500, Torre do Shopping Aldeota, 19º andar, sala 1910, Praça Portugal, 60160-196, Fortaleza, Ceará, Brasil WhatsApp +55 85 98225.5061
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Nas calendas de junho de 1996, navegava eu pela Internet à procura de poesia de língua portuguesa. Esbarrei num sítio muito interessante: Portugalnet e nele, dentre muita coisa boa referenciada, uma informação sobre uma biblioteca eletrônica, a Biblioteca do Alex que então teria uma disponibilidade de 2.000 volumes prontos para ler pelo computador. E uma informação: nenhum em português! Cliquei Castro Alves nos buscadores mundiais e brasileiros (Cadê e Yahih) ninguém sabia quem era. Também não sabiam de Camões. Nem Gonçalves Dias. Nem Augusto dos Anjos, nem de Jorge Lauten, poeta contemporâneo, uma voz distante num Timor Leste esmagado. Nem dos poetas negros da África negra de onde viemos. Naquele exato instante surgia de dentro do chão o Jornal de Poesia, um sítio de língua portuguesa para o mundo. Assim foi, assim é. E hoje, 13 de dezembro de 1996, setes meses após a sua fundação o Jornal de Poesia em homenagem aos poetas de língua portuguesa do Terceiro Milênio cria a página de poesia infantil. Planta-se o distante. Este jornal tem por finalidade principal divulgar, pela Internet, a poesia de língua portuguesa. Aqui você encontrará páginas de poetas consagrados, de Camões a Castro Alves, mas, e em especial, dos poetas novos, inclusive daqueles que nunca tiveram a chance de publicar qualquer coisa. Encontrará também artigos e ensaios sobre teoria poética e literatura de um modo geral. Será como que um grande armazém de poesia, um crescente banco de dados, para acesso e consultas do mundo todo. Se você deseja reler um poema que não encontra mais, passe-nos um "e-mail" que, provável, será encontrado e aqui divulgado. Tem propósito este Jornal de funcionar também como uma cidadela contra o esquecimento: poetas, como por exemplo, Carlos Gondim, cuja obra está em vias de desaparecimento, terão aqui uma chance de restauração. Mande sua colaboração. Participe, com críticas também. Nada cobramos, nada pagamos. Aliás, cobramos e pagamos em moeda alta: o preço da alma, eterno tributo e resgate da Poesia. — A emoção? É digitar um Navio, atualizar-lhe a orthographia de um livro velho, relê-lo numa glote espinho como se o recitasse aos berros... cadastrá-lo no buscador Altavista que não sabia de Castro Alves. E em seguida clicar Castro Alves... e esperar a ampulhetinha em cambalhotas... o coração, como quem pega um canário com as mãos — o do canário! — e o Navio, depois de alguns segundos extraídos da eternidade, como um corisco selvagem que ninguém sabe donde veio, riscar a seus pés em Teresina, em Tóquio, em Cingapura, em qualquer aldeia africana ou no Inferno - se lá tiver um computador e um telefone - e com toda a certeza que tem! É também receber um "e-mail" de um português informando que lera O Navio e que Castro agora circula em Portugal! ‘Stamos em pleno mar! Soares Feitosa, aprendiz * Ondina Apar Hotel (o seu lado "mar"), em Salvador, um dos locais mais bonitos do Brasil, talvez do mundo. Cenário de uma monumental briga deste editor com o mar oceano. Veja aqui, um clique no quadro: Uma canção distante |
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Do Conselho Editorial & Equipe
Tenho muita dificuldade de responder esta pergunta: a equipe, quem é a equipe do JP? Porque no plano real ela é apenas... eu-mesmo. No plano virtual, com toda certeza, os santos do panteão nordestino, todos presentes, a começar por NSJC. Presentes, cito-os expressamente, de bancada, aqui bem de junto: São Francisco do Canindé, Santo Antônio Conselheiro, Frei Damião, Frei Álvaro, Padre Cícero, Beato Lourenço, Beata Mocinha e São Sebastião, não aquele das flechadas, mas o verdadeiro, o nosso Rei, o Esperado. Em meio a tão laboriosa equipe, não poderia deixar de estar presente, sem estar junto porém, mas doido para participar, Dom Capiroto, o popular Coisa-Ruim, o Cabra-Véio, porque, dizem, sem ele as coisas não teriam a menor graça. Claro que ele, vez por outra, me bota um arquivo a perder, tira um v de Carvalho, coisas assim. Por isto mesmo sempre o estou a espantar às custas de reza-forte e de uma boa moringa de água-benta aqui pendurada no rato-mouse do computador; dela eu bebo. Todos os dias, como se já fizesse parte de um ritual ensaiado, o ameaço de um bom banho de água-santa. O peste choraminga um gesto de ir embora, e eu digo: "Fique bem de longe, por favor". Ele obedece, aliás, faz de conta que, pois logo está a perturbar, como de sempre. Fazemos então, eu e os santos — e o senhor Capiroto lá bem de longe, lá longe mesmo! — a grande algazarra: eis o JP. Claro que isto é uma brincadeira... Um projeto como o Jornal de Poesia, com centenas de milhares de páginas, requer uma equipe imensa. Pena não tenha à frente uma universidade, com muitas verbas, o CNPQ, um mensalão, coisa assim, mas é como se tivesse. Veja, por favor, a equipe em plena atividade; aliás, reunida numa grande pescaria na praia de Paracuru, Ceará. Clique aqui ou na figura ao lado (Tentativa de retrato da alma do poeta, por Maura Barros de Carvalho, 1995) |
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Da Quantidade de visitas
O Jornal de Poesia não tem contador de visitas. Era uma angústia medonha: os amigos queixavam-se que merecia muito mais. Os inimigos diziam que era mentira, que não eram tantas visitas assim. Para poupar sobretudo aos inimigos (que nem os tenho), fiz como em Salomão:
Desliguei todos os relógios,
Não posso deixar de registrar que o Google, através de uma buscada dita inteligente (mostrar em primeiro o saite que tem sido mais frequentado), tem listado em primeiro o Jornal de Poesia desde que o google é Google. |
A Qualidade. O quê?
Não consigo fazer julgamentos de qualidade que sejam universais. Alguns detestam o cordel; outros abominam o concretismo. Uma vez que o Jornal de Poesia não foi feito apenas para mim, nem para os meus amigos, também rasguei os manuais de "qualidade". Não há escolha pelo quesito qualidade. Já levei muita bordoada por conta disto; que o Jornal de Poesia publica gato e rato; um varejão, sem nenhum critério seletivo, coisa do tipo. Pelo contrário, é-me de grande orgulho como está: lado a lado Fernando Pessoa e uma menina de oito anos: Os poemas da Besta, confira aqui. A grande descoberta dos ecologistas não é a quantidade de espécimes catalogados, mas a certeza de que a beleza está na multiplicidade, justamente gato e rato, pato e peru, se duvidá, inté cururu, vide Na Feira de Caruaru, de Onildo Almeida, no vozeirão de Luiz Gonzaga.
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Os retratos Há páginas ainda do tempo da fundação, mas estão todas sob nova formatação. Com retratos. Não apenas do autor, mas dos amigos. Se você clicar num retrato qualquer, neste aqui, por exemplo, do poeta Lau Siqueira, vai cair, naturalmente na página dele. Lá, outros retratos, Dalila Teles Veras, Ascendino Leite, Junot Silveira, Leônidas Arruda e muitos outros, que, por sua vez, levam a outros e outros que, no final, retornam todos ao Lau Siqueira que, independentemente de ser um grande poeta, é grande amigo do filho único de véia minha mãe. Alguns já morreram, mãe inclusa, Junot Silveira, também; mas não tem a menor importância, continuam amigos do mesmo jeito. O leitor guarda algum escrito de Junot? Pode mandar, será um prazer. Os quadros têm a mesma função. A circularidade. Os amigos.
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A imprensa, quando o JP começou |
Este leitor, no tempo do começo Luiz Calos
Lemos
(para Soares Feitosa) Poeta,
É como uma cidadela contra o esquecimento
E o coração (treme),
Emocionado, deveras, Luiz Carlos Lemos. (aprendiz de aprendiz) |