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Bastos Tigre

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Reflexion

 

Allan Banks, USA, Hanna

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bastos Tigre



Bio-bibliografia


Nasceu no Recife (PE), a 12 de março de 1882, filho de Delfino da Silva Tigre e Maria Leontina Bastos Tigre. Faleceu no Rio de Janeiro, a 2 de agosto de 1957.

Estudou no Colégio Diocesano de Olinda (PE), onde compôs os primeiros versos e criou o jornalzinho humorístico O Vigia. Diplomou-se pela Escola Politécnica, em 1906. Trabalhou como engenheiro da General Electric e depois foi ajudante de geólogo nas Obras Contra as Secas, no Ceará.

Foi homem de múltiplos talentos, pois foi jornalista, poeta, compositor, teatrólogo, humorista, publicitário, além de engenheiro e bibliotecário. E em todas as áreas obteve sucesso, especialmente como publicitário. "É dele, por exemplo, o slogan da Bayer que correu o mundo, garantindo a qualidade dos produtos daquela empresa:
"Se é Bayer é bom". Foi ele ainda quem fez a letra para Ary Barroso musicar e Orlando Silva cantar, em 1934, o "Chopp em Garrafa", inspirado no produto que a Brahma passou a engarrafar naquele ano, e veio a constituir-se no primeiro jingle publicitário, entre nós." (As vidas..., p. 16).

Prestou concurso para Bibliotecário do Museu Nacional (1915) com tese sobre a Classificação Decimal. Mais tarde, transferiu-se para a Biblioteca Central da Universidade do Brasil, onde serviu por mais de 20 anos.

Exerceu a profissão de bibliotecário por 40 anos, é considerado o primeiro bibliotecário por concurso, no Brasil.

Obras publicadas:

Saguão da Posteridade. Rio de Janeiro : Tipografia Altina, 1902.
Versos Perversos. Rio de Janeiro, Livraria Cruz Coutinho, 1905.
O Maxixe. Rio de Janeiro : Tipografia Rabelo Braga, 1906.
Moinhos de Vento. Rio de Janeiro : J. Silva, 1913.
O Rapadura. Rio de Janeiro : Oficina do Teatro e Esporte, 1915.
Grão de Bico. Rio de Janeiro : Turnauer & Machado, 1915.
Bolhas de Sabão. Rio de Janeiro : Leite Ribeiro e Maurillo, 1919.
Arlequim. Rio de Janeiro : Tipografia Fluminense, 1922.
Fonte da Carioca. Rio de Janeiro : Grande Livraria Leite Ribeiro, 1922.
Ver e Amar. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1922.
Penso, logo... eis isto. Rio de Janeiro: Tipografia Coelho, 1923.
A Ceia dos Coronéis. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1924.
Meu bebê. Rio de Janeiro : P. Assniann, 1924.
Poemas da Primeira Infância. Rio de Janeiro : Tipografia Coelho, 1925.
Brinquedos de Natal. Rio de Janeiro : L. Ribeiro, 1925.
Chantez Clair. Rio de Janeiro : L. Ribeiro, 1926.
Zig-Zag. Rio de Janeiro, 1926.
Carnaval: poemas em louvor ao Momo. Rio de Janeiro, 1932.
Poesias Humorísticas. Rio de Janeiro : Flores & Mário, 1933.
Entardecer. Rio de Janeiro, 1935.
As Parábolas de Cristo. Rio de Janeiro : Borsoi, 1937.
Getúlio Vargas. Rio de Janeiro : Imprensa Nacional, 1937.
Uma Coisa e Outra. Rio de Janeiro : Borsoi, 1937.
Li-Vi-Ouvi. Rio de Janeiro : J. Olympio, 1938.
Senhorita Vitamina. Rio de Janeiro : Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, 1942.
Recitália. Rio de Janeiro : H. B. Tigre, 1943.
Martins Fontes. Santos : Sociedade dos Amigos de Martins Fontes, 1943.
Aconteceu ou Podia ter Acontecido. Rio de Janeiro : A Noite, 1944.
Cancionário. Rio de Janeiro : A Noite, 1946.
Conceitos e Preceitos. Rio de Janeiro : A Noite, 1946.
Musa Gaiata. São Paulo : O Papel, 1949.
Sol de Inverno. Rio de Janeiro, 1955.


Fontes biográficas:

AS VIDAS DE BASTOS TIGRE, 1882-1982. Catálogo da exposição comemorativa do centenário de nascimento.
Rio de Janeiro : ABI FUNARTE, Centro de Documentação; Companhia de Cigarros Souza Cruz, 1982. 32p. il.

MENEZES, Raimundo. Bastos Tigre e "La Belle Époque". São Paulo : Edart, 1966. 395p.

MENEZES, Raimundo de. Dicionário literário brasileiro. 2. ed. rev. aum. e atual. Rio de Janeiro :
Livros Técnicos e Científicos, 1978. 803 p.

PARDAL, Paulo. Memórias da Escola Politécnica. Rio de Janeiro : Xerox do Brasil : UFRJ, Escola de
Engenharia, 1984. 204p. (Biblioteca Reprográfica Xerox, 21)

Fonte iconográfica:

MENEZES, Raimundo. Bastos Tigre e "La Belle Époque". São Paulo : Edart, 1966. 395p.


Fonte:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Bastos tigre



Envelhecer


Entra pela velhice com cuidado,
Pé ante pé, sem provocar rumores
Que despertem lembranças do passado,
Sonhos de glória, ilusões de amores.

Do que tiveres no pomar plantado,
Apanha os frutos e recolhe as flores
Mas lavra ainda e planta o teu eirado
Que outros virão colher quando te fores.

Não te seja a velhice enfermidade!
Alimenta no espírito a saúde!
Luta contra as tibiezas da vontade!

Que a neve caia! o teu ardor não mude!
Mantém-te jovem, pouco importa a idade!
Tem cada idade a sua juventude.

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Mignon Pensive

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Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

 

 

 

 

 

Bastos tigre



Argumento de Defesa


Disse alguém, por maldade ou por intriga,
Que eu de Vossa Excelência mal dissera:
Que tinha amantes, que era "fácil", que era
Da virtude doméstica, inimiga.

Maldito seja o cérebro que gera
Infâmias tais que em cólera maldigo!
Se eu disse tal, que tenha por castigo
O beijo de uma sogra ou de uma fera!

Senhora! pondo a mão sobre a consciência,
Minha palavra, impávida, protesta
Contra essa intriga da maledicência!

Indague a amigos meus; qualquer atesta
Que eu acho e sempre achei Vossa Excelência
Feia de mais para não ser honesta...

 

 

 

 

Rafael, Escola de Atenas, detalhes

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Maria de Lourdes Hortas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Bastos tigre



Sintaxe Feminina


Leio: "Meu bem não passa-se um só dia
Que de você não lembre-me"... Ora dá-se!
Mas que terrível idiossincrasia!
Este anjo tem as regras de sintaxe!

Continuo: "Em ti penso noite e dia...
Se como eu amo a ti, você me amasse!
"Não! É demais! Com bruta grosseria
A gramática insulta em plena face!

Respondo: "Sofres? Sofrerei contigo...
Por que razão te ralas e consomes?
Não vês em mim teu dedicado amigo?

Jamais, assim, por teu algoz me tomes!
Tu me colocas mal! Fazes comigo
O mesmo que fizeste com os pronomes!"...

 

 

 

 

Leonardo da Vinci,  Study of hands

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Josué Borges

 

 

13/10/2005