Carla Bianca
Dia
O relógio parou, imoral, agredindo e violentando a necessidade de um
novo dia.
Peço outro sol, qualquer luz que traga delírio, gente nova, para
habitar um mundo enredado por teias de aranha.
Um raio dourado, queimando a pele, ardendo nos couros, deixando um
vermelho seguido por manchas.
A claridade chegando, chamando para a vida, jogando na cara a
renovação.
Traiçoeiro dia, irônico que brinca com a ansiedade lançando
promessas com ar descrente, falando com jeito de desmentido.
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