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Bruno Miquelino

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Bruno Miquelino

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bruno Miquelino



A ela (que sabe me fazer feliz)


“Vinícius, ela não sabe dos benefícios
que essa maravilhosa paixão traz pra mim.
Mal sabe ela, que é um dos meus tantos vícios
e que não a possuir faz-me sentir muito ruim.
Oh, ajude-me a mostrá-la o quanto amo-a, Vinícius!”

Tanto artifício teria pra feliz te fazer
Que tu sem ver, te envolveria tenra e vivaz
E nunca mais viveria longe de meu ser
sem esquecer da falta que esse amor te faz
 

Pois sou eu capaz de cometer grandes loucuras
só por ti, divina mulher que tanto quero
Achar pra cada doença e maldição, curas
e até criar um leão e um tigre com esmero.
 

E espero que tu compreendas minha paixão
E não digas não a esse meu ávido intento
que tão lento busca ter teu amor temporão
Pois atingir teu coração é só o que tento

E em nenhum momento me iria de ti cansar.
Passaria a duvidar de Platão e Mileto e
sem medo rodaria noites de bar em bar
só pra bebericar vinho com cianureto

E em soneto, seria teu servo, teu mucamo e
Um ramo das flores mais belas colheria e
faria de poesia a realidade que tramo.
Meu peito então se encheria, de ar e alegria e
bem alto a todos gritaria — Eu muito te amo!

P.S. Obrigado Vinícius.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bruno Miquelino



Poema para ser lido em voz alta


A morte traz tudo o que tu precisas
Desde uma brisa que te traz alento
a uma agitação de formas precisas
que faz eternizar o teu momento
em várias suaves poesias concisas
 

Pois a morfina acalma e sacia a alma,
Sedando o mal que pode aparecer
e pondo o mundo todo na tua palma
para tu veres quem bem é o teu ser
 

Porém, se a mordaça ude* a todos nós e
a nossos males fim rápido traz,
por que resistir ao som de sua voz
que nos chama para sua eterna paz?
 

O melhor que se faz, pois sendo assim,
é entregar-se àquilo que virá
pois não há nada como ver enfim
que apesar de tanta coisa ruim, há
a morna brisa que nos vêm, pôr fim.

*udir = aliviar. Neologismo criado por mim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

 

 

 

 

 

Bruno Miquelino



Poesia às mulheres lindas


Quando o mundo vê sua graça em friso
e seu andar preciso, sem notá-lo,
vira vício e vê como um aviso
que em volta de você voeja um halo
que deixa o poeta parvo e conciso e
 

quando o sorriso invade sua face,
todo o mundo simplesmente pára
só para apreciar antes que passe
a magia dessa beleza tão rara.
 

Mas se o pranto sua face invade e
as lágrimas tombam como setas,
o mundo pára ante tal maldade e
a acalma e a torna menos inquieta
 

Porém, se o tempo vem, e ciumento
se sustenta de sua simpatia,
sai ele sonso e em mais um momento o
mundo de você se delicia
 

E um dia quando alguém os olhos puser
em você, saberá com certeza
que essa princesa é o que ele quer
Pois não há no mundo maior realeza
que a beleza de uma linda mulher!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Bruno Miquelino



Aqui jaz a Poesia


Foi-se o momento pungente
e restou apenas o silêncio.
Pode-se ouvir o som do vento,
cortando as folhas de muitas árvores.
Pode-se ouvir o coração batendo,
borrifando sangue ao cérebro inócuo
Pois não há som algum.
Tantas coisas acontecidas,
Tantos beijos e sensações vividas,
mas perdura-se o silêncio.
O silêncio é como o som do sofrer do Poeta
que definha a cada dia mudo.
Pode-se sentir sua dor,
ouvir seu choro
e sentir-se pena.
Não há letras.
Não há versos.
Não há nada.
Só o áspero som do relógio contando as horas e
dos dias passando como assassinos em potencial.

A Poesia morreu!

E não há sons em seu funeral.
Pode-se ouvir até o suave pizicato das harpas angelicais
executando a música de entrada ao céu.
Pode-se ouvir Vinicius acariciando-a
e chorando ao revê-la depois de tanto tempo.
Há muito mais poetas no céu do que na terra!
Há muito mais pessoas sensíveis lá.
Aqui não há tempo para palavras e versos.
Nós temos sangue a derramar
e conflitos para começar.
O lugar Dela é realmente lá!
Há muito mais poetas escrevendo no céu.

A Poesia morreu!
E ninguém notou...

O mundo calou-se na futilidade obrigatória.
Na ânsia de ter um bom cargo ou uma boa posição social.
As palavras vão deteriorando-se como cadáveres no túmulo.
Vão desaparecendo como animais em extinção.
Os versos vão tornando-se pútridos,
As estrofes, sinônimas de intocável.
As rimas vão morrendo hipodérmicas.
As namoradas vão ganhando outros significados,
Tão distantes do pudico sabor de outrora.

A Poesia morreu!
E ninguém notou...
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bruno Miquelino



Te quero sim e te quero não**
Dedicada ao eu-lírico: que sabe quem é!


É tão bom me sentir em teus braços
que tudo faço, me dou e me arraso.
Assim em ti eu relaxo e me enlaço,
sem traços de qualquer outro caso,
só esse amor que vai passo a passo.
 

Mas esse laço de leve desata
e mata o amor e me faz culpada.
Porque nada mais tanto me maltrata
do que pensar em não ser a tua amada!
 

Só que ao mesmo tempo não sei bem,
se quero ser como outros, que agem,
ou cedo, pois é cedo também
e nem sei se tenho essa coragem!
 

Fico assim, com medo de agir errado e
tento fazer segredo deste fato
pra que tu não te sintas magoado,
tal como as lágrimas que sempre mato
 

Porque estou cansada desta prisão!
Espero estar onde tuas mãos pousam,
mas longe de onde tuas paixões estão,
nessa confusão dos que se amam!
Pois eu te quero sim e te quero não!

 

 

 

 

 

 

18/07/2005