Rubens Ricupero
Pequena biografia
Filho de João Ricupero e Assunta J. Ricupero, nasceu numa família de imigrantes
italianos, tendo crescido no bairro Brás, famoso reduto dos italianos na capital
paulista.
Estudou num colégio marista e depois na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
(FD-USP), onde se formou em 1959.
Diplomata de carreira de 1961 a 2004, exerceu, dentre outras, as funções de assessor
internacional do presidente eleito Tancredo Neves (1984-1985), assessor especial do
presidente José Sarney (1985-1987), representante permanente do Brasil junto aos órgãos
da ONU sediados em Genebra (1987-1991) e embaixador nos Estados Unidos (1991-1993).
A 14 de Julho de 1986 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de
Portugal.
Ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal
Rubens Ricupero exerceu o cargo de Ministro do Meio Ambiente e Amazônia Legal de
setembro de 1993 a abril de 1994, durante o Governo Itamar Franco.
Ministro da Fazenda
Foi ministro da Fazenda de 30 de março a 6 de setembro de 1994, durante o período
de implantação do Plano Real. Encaminhou, em 30 de junho de 1994, ao presidente a
exposição de motivos que criou o Plano Real, um plano de estabilização econômica
idealizado por uma equipe de economistas de que faziam parte Persio Arida, André
Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, Clóvis Carvalho, Winston
Fritsch, entre outros.
Em julho de 1994, Ricupero foi condecorado pelo presidente Itamar Franco com a
Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.
Renunciou ao cargo em 6 de setembro de 1994, assim que se soube do vazamento,
via satélite, de uma conversa sua com o jornalista da Rede Globo Carlos Monforte
revelando alguns detalhes sobre o Plano Real, quando se preparava para entrar ao
vivo no Jornal da Globo, em 1 de setembro. O episódio ficou conhecido como
"escândalo da parabólica".
Carreira posterior
No ministério, Ricupero foi substituído por Ciro Gomes, que renunciou ao cargo de governador
do estado do Ceará para assumir a pasta.
Ricupero foi então nomeado embaixador do Brasil na Itália e posteriormente eleito
secretário geral da UNCTAD, pertencente à ONU, deixando o cargo em setembro de 2004,
quando se aposentou como diplomata.
Atualmente é diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado
(FAAP), e presidente do Instituto Fernand Braudel, que promove pesquisas, debates e
publicações sobre problemas institucionais como educação e segurança, política
econômica, política energética, desenvolvimento econômico e relações internacionais.
Durante a eleição presidencial de 2022, juntamente com o ex-ministro Sérgio Amaral,
declarou voto no candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em chapa com o ex-tucano
Geraldo Alckmin (PSB). Para a revista Carta Capital, Ricupero afirmou que 'não se pode deixar
para o 2º turno' e que 'entre justiça e injustiça não se pode ser impassível', em alusão ao
presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alguns livros
- 2017 — A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016
- 2007 — A abertura dos portos
- 2006 — A ONU no século XXI: perspectivas
- 2004 — Beyond Conventional Wisdom in development policy: an Intellectual History of UNCTAD 1964-2004
- 2001 — O Brasil e o dilema da globalização
- 2000 — Rio Branco: o Brasil no mundo
- 1998 — O ponto ótimo da crise. Rio de Janeiro: Ed. Revan. 10
- 1995 — Visões do Brasil: ensaios sobre a história e a inserção internacional do Brasil. Rio de Janeiro;São Paulo: Ed. Record. 10
- 1994 — A Nova inserção internacional do Brasil
- 1994 — Estabilidade e crescimento: os desafios do real
- 1993 — NAFTA and Brazil (with Sérgio Estanislav do Amaral, Robert Charles Kelso). Coral Gables, Florida: North-South Center, University of Miami.
- 1992 — O Futuro do Brasil: a América Latina e o fim da guerra fria
- 1991 — Brasil em mudança
(Texto redigido em 25.01.2023)
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