Rodrigo Magalhães |
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Rodrigo Magalhães
Subject: Ao coronel
Coronel, você mesmo quem escreveu: Há um intenso jogo de orelhas. Quando murchas, saia de perto, é coice, é salto, é estranheza. As orelhas estão direcionadas à frente e em pé, em dupla ou alternadas. O domador tem que jogar o som lá na frente, no momento em que as orelhas apontam para frente, de modo que o som não venha de trás, como se fosse a fera a perseguir o animal. Claro que isto o senhor não vai ler em nenhum manual, nem mesmo perguntando aos melhores cavaleiros. Por sobre os cavalos também: há um momento de falar, há um momento de silêncios. Ritmos. A mão. Você, em cima do cavalo, é quem dá-lhe as ordem, mas ordens hão de vir de frente, e não de trás. Como seria possível ordens pela frente, se você, no lombo do animal, está atrás dos ouvidos da montaria? Aí é que está o passe de mágica: as palavras são lançadas à frente num ângulo de grau exato, de modo que o cavalo, à medida que corre, vá colhendo-as... e... quanto mais corre, mais ligeiro você joga palavras novas mais adiante. Até tombarem exaustos. Senão mortos.
Pois agora escrevo eu: Não, não há em nenhum manual. Nem o Rodrigo Pessoa, nosso campeão olímpico, saberia dizer das orelhas levantadas. Só os cavalos, o dele incluso, Baloubet, poderiam confirmar.
Baloubet Du Rouet - Garanhão, alazão, francês. Nascido em 1989. Pai: Galoubet. Mãe: Mesange Du Rouet. Proprietário: Diogo Pereira Coutinho. Tri-Campeão da Copa do Mundo (1998, 1999 e 2000). |
Vicente Franz Cecim |
Lição de Centauro
Mano Francisco, teu diálogo com o Soares Feitosa, nesta tua Pequena lição de cavalaria, é uma maravilha: pensássemos que estarias falando realmente de cavalos, mas todo o tempo estás falando do humano, e, a partir disso, da hipótese do Centauro adormecida em nós. O Centauro: Francisco sobre Soares, ou o inverso? Um escritura sobre o Encanto, que me deixou e mantém jubilosamente encantado. Coisa para jamais esquecer. Belos Sortilégios, ao longo dela. E a Imagem de Blake: e as outras - as recorrências a Kafka e aos Selos do Apocalipse de João de Patmos. Tudo Ouro Puro que cintila, primeiro para olhos cegos. Só me lembro de ter encontrado coisa assim pelo Nordeste em Guimarães Rosa e, também, lá em Suassuna. A Idade Média Européia persiste como fantasmagoria no Sertão.
Meu Abraço e minha Alegria, muitamente, teu Franz da Floresta Sagrada. Vicente Franz Cecim |
Diego de Carvalho |
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diego carvalho
To:
Soares Feitosa
Sent: Tuesday, October 04, 2005 2:08 PM
Subject: Re: Poeta, veja!
Belo texto. Interessante como conseguiste domar o excesso de símbolos. O texto está perfeitamente construído. Como diria um amigo: Tens a pena! |
Rodolfo Lopes |
From: "Rodolfo Lopes" <sensum@terra.com.br>
Sent: Sunday, October 02, 2005
8:57 PM
Subject: Uma pequena lição de
cavalaria
Feitosa, boa noite! Estive a viajar no tempo, lembrando dos idos de cavalgadas e integração cavalo-cavaleiro. Seu texto descreve magistralmente essa magia da criação do animal mitológico advindos desta mesclagem. Parabéns, parabéns, parabéns! Rodolfo Lopes
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Paulo Gondim |
From:
Paulo Gondim
Sent: Sunday, October 02, 2005 11:59 PM
Subject: Uma pequena (grande) lição de cavalaria
Meu caro poeta Soares.
Sempre a nos surpreender com sua grandiosa técnica daescrita. Escreves muito bem! Cavalo lembra viagem, liberdade, força, beleza, mansidão. Seu texto nos faz refletir sobre a bela composição que você fez do homem com o cavalo: - Um só bicho ! Mas a parte final é deslumbrante, poética de extrema sensibilidade. "O caminho possível é o da misericórdia"!!!! Não espancarás! Tão belo quanto o sol, "no pingo do meio dia" - Sertão puro, Soares!!!
Paulo Gondim São Paulo, SP |
Gustavo Dourado |
From:
gustavo dourado
To:
Soares Feitosa
Sent: Monday, October 03, 2005 1:27 AM
Subject: Sobre a cavalaria de Francisco
Sobre a cavalaria de Francisco: Cavalhomens do infinito sertão de mil travessias. Tropeiam céleres os cavalos de Rosa na busca das éguas do Cariri...Jagunços...Cangaceiros e sereias no Raso da Catarina coriscam pelas pradarias de Jeremoaobo: Saudades da Serra do Teixeira e dos tombadores da Chapada Diamantina até os desfiladeiros da Borborema... Francisco e seus cavalos pastoreiam ovelhas-palavras... Jumentos-pastores emulam-se nas cabeceiras do Rio de São Francisco: Rosa e Francisco galopam, esquipam, perfilam-se viandantes no sertão das setestrelas. Gustavo Dourado |
Urariano Mota |
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urarianoms
To:
soaresfeitosa
Sent: Monday, October 03, 2005 11:45 AM
Subject: Re:Filósofo! O final, este final.
Gostei muito do seu alvo certeiro que viu Kafka como um poeta. O grosso da gente acha que a poesia reside apenas no poema, no verso. Desconhecem até a poesia do primeiro beijo. Abração forte. Urariano
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Carlos Felipe Moisés |
From:
Carlos Felipe Moises
To:
'Soares Feitosa'
Sent: Sunday, October 02, 2005 9:10 PM
Subject: O poeta quando solto
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Antônio Palmeira |
From:
palmeira
To:
Soares Feitosa
Sent: Wednesday, October 05, 2005 10:40 AM
Subject: Passeio a cavalo
Caro Soares Feitosa,
A genialidade humana, domando as feras, consegue integrar a si, à sua figura, qualquer ser que estiver ao alcance. Assim é que o homem e sua montaria fundem-se no tal centauro; com um touro resulta o complexo minotauro (que o diga Borges), com um cão, conduzido na guia, numa figura de perfeita harmonia: caça, guarda ou mesmo só companhia... Tal fera pode até ser um objeto originalmente inanimado como a antiga pena de ganso, hoje substituída pelo teclado do micro, que atuando juntos produzem coisas magníficas como o seu texto. Soares, você sabe domar o bicho teclado...! Abraços,
Palmeira São Luís - MA |