Mário Pontes
Meu caro Soares Feitosa
Depois de tudo o que
já disseram sobre sua poesia sobrou pouco pra mim. Basicamente, é
aquilo que já lhe disse pelo telefone, meu caro aedo, meu caro
bardo, cantor telúrico (eu disse isso antes de ter lido a palavra na
capa do volume) apesar dos ares citadinos, espontâneo apesar dos
seus sinais exteriores de erudição.
Gosto mais de poetas
largados do que desses minimalistas que tentam invadir nossas
estantes com a palidez da constipação pós-moderna.
E mais do que isso
não direi, porque não sendo crítico de poesia nem professor de
literatura, ando fugindo do achismo e da tentação de perguntar por
que fez assim e não assado. Sou apenas um apaixonado pela literatura
e em particular pela poesia, que leio às carradas e também às
carradas jogo fora, porque muito pouco do que se publica vale a pena
guardar.
Mudo portanto de
rumo, e digo que fico feliz por saber que do paese mio vem um poeta
com tanta força de expressão. Portanto em termos de afinidades
profundas temos pelo menos as dos mitos.
Com admiração e a
alegria pela amizade,
Mario Pontes
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