Odylo Costa, filho
As
pontes
Doce luz de azulejo em claro céu
entre marés, luares e telhados,
eras, minha São Luís, estranho pássaro,
com as asas amarradas pelas cordas
de movediça prata dos teus rios.
Veio o gume das pontes e as cortou.
E as asas livres se abrem pela terra
num espreguiçamento de alvorada.
Erguem-se voando baixo sobre os mangues.
São garças? São guarás? manchas no Sol.
Levam às praias a memente rara
de sobrados, mirantes e varandas.
O braço do homem luta contra o pântano
e arranca o chão dos bichos e da lama
para estender ao sol, sobre as areias
antes do passo humano mal trilhadas,
doce luz de azulejo em claro céu.
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