Tudo
é surpresa de sua parte. Tudo é uma caixa de surpresas. Ou
melhor: várias caixas de surpresa, uma dentro da outra, como nos
jogos infantis de cubos. Surpresa número 1: o livro como objeto.
Que livro! Que objeto! É o encontro do artesanal com a alta
tecnologia. Do que há de primitivo, que é fazer as coisas com as
mãos, e por si só, com paciência e esmero, com o que há de
avançado, que é dominar os recursos do computador e usá-los com
destreza. Desse encontro nasceu uma nova mídia.
Surpresa número 2: A variedade do que tem dentro do livro —
fotos, cartas, currículo, notícia de jornal, críticas, envelope
com cheiro.
Surpresa número 3: Sua história pessoal, de alguém que só
começou a escrever aos 50 anos.
Surpresa número 4: Que depois disso tudo, dessa mistura de
simplicidade de colecionador de recordações com criatividade de
cientista maluco, de artesão com piloto emérito de computador, e
de muitas outras coisas, ainda apareça, lá no fundo, desvendada
junto com o último cubo, uma literatura de qualidade. Ainda não
li tudo. A leitura da poesia me exige um ritmo e um clima que
não me está disponível todo dia. Vou lendo seu livro aos poucos.
Mas do que li gostei — o "Penúltimo Canto, a Dúvida",
principalmente.
Um abraço admirado do
Roberto Pompeu de Toledo |