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Dilson Lages Monteiro

Poussin, Venus Presenting  Arms to Aeneas

Poesia, conto & romance:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

A menina afegã, de Steve McCurry

 

 

 

 

 

Poussin, The Exposition of Moses

 

 

 

 

 

Dilson Lages Monteiro



Bio-bibliografia


Professor, poeta, cronista, romancista, ensaista editor e produtor cultural, nascido a 14 de dezembro de 1973, em Barras-PI, é autor de 17 obras publicadas. Ocupa, desde 22.10.2015, a cadeira 21 da Academia Piauiense de Letras.

O PROFESSOR
Licenciado em Letras pela Universidade estadual do Piauí (1994), com especializações em Língua Portuguesa (PUC-SP) e em Revisão de Textos (PUC-MG), exerce o magistério no Ensino Médio desde 1992. Atua como professor de Literatura e de Leitura e produção de textos na rede particular de ensino, em Teresina-PI, desde 1992. Exerceu, esporadicamente, o magistério superior. Por duas décadas, manteve em Teresina o bem-sucedido Laboratório de Redação Prof. Dílson Lages, onde orientou diuturnamente dezenas de jovens que buscavam aprimorar da competência linguística. Desenvolve cursos e projetos de escrita criativa.

O PRODUTOR CULTURAL E O WEBJORNALISTA
Dílson Lages criou em 2002 o Portal Entretextos, site especializado na divulgação da literatura brasileira. Colaboram permanentemente com o projeto autores de diversos estados e escritores portugueses.

Em artigo intitulado “O uso de blogs e chats no ensino de literatura”, publicado na revista Letras Hoje, da PUC-RS, o professor da universidade Estadual de Maringá (UEL), Dr. Marciano Lopes e Silva, recomenda Entretextos como uma das páginas literárias em Língua Portuguesa com conteúdo relevante para utilização em aulas de literatura.

Textos do Portal Entretextos são utilizados atualmente em atividades do projeto didático A didatiteca virtual de ensino em português, elaborado pelo Departamento de Português do Centro de Ensino de Línguas Estrangeiras da Universidade do México (CELE – UNAM).

Ministrou, ao longo da última década, várias oficinas literárias e minicursos sobre poesia e sobre a construção do sentido do texto. Assinou em parceria, no Jornal Diário do Povo, de Teresina, em 2002/2003, a coluna de crítica literária O sabor das Palavras.

LIVROS PUBLICADOS

  • Mais hum, 1995 - Poemas;
  • Cabeceiras: a marcha das mudanças, 1995 - historiografia - em coautoria com Francisco de Assis Mesquita;
  • Colmeia de Concreto, 1997 - Poemas;
  • Os olhos do silêncio, 1999 - Poemas;
  • A metáfora em textos argumentativos, 2001/2003 - Ensaio;
  • O sabor dos sentidos, 2001 - Poemas;
  • Entretextos - Artigos e Entrevistas - 2007;
  • Texto argumentativo - Teoria e Prática, 2007 - Didático;
  • Adiante dos olhos suspensos, 2009 - Poemas;
  • O morro da casa-grande, 2011 - Romance;
  • O rato da roupa de ouro, 2012 – Conto Infantil;
  • Ares e lares de amores tantos, 2014 - Poemas;
  • Meus olhinhos de brinquedo, 2014 - Poema Infantil;
  • Capoeira de espinhos, 2017 - Romance.
  • O pássaro amarelo de sol e o agasalho do vento, 2021;
  • O morro da casa-grande: guia de leitura (2022);
  • As Estrelas do céu de dezembro (2022).


Organizou as coletâneas Rua Grande de Barras do Marataoã (crônica, memória e canção), em 2021, e Rio Marataoã (crônica, canção, ensaio e memória), em 2022.

 

(Texto redigido em 18.04.2023)

Poussin, The Exposition of Moses

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

Dilson Lages Monteiro



Pequena bateria de poemas de Dilson Lages Monteiro




A VAIDADE DO VERÃO


A solidão do sol absorve
o verão vitorioso
das tardes de agosto
e o gosto da vida
vira gota de lágrima perdida.

A solidão do sol silencia
o sepulcro das ruas
que rastejam na poeira do poente.

A solidão do sol
apaixonada pelo brilho
dos próprios olhos
atira-se sobre o telhado
da casa
e morre curiosa.
 



(IN)DECISÃO


Cai o sereno nas notas da noite
e o coração do sol se assombra.

Cai sobre a máscara do mar
e a face cega do amor
canta uma canção de despedida.

Cai sobre as pálpebras da boneca
despenteada pelo calor dos olhos.

Cai sobre as mãos
que acenam o adeus.
 



O GALOPE DAS ESTRELAS


Meus olhos tocam o campo
onde cavalgamos sonhos.

Ouço o mugido do gado
preservando o encanto da noite
e galopamos na tangente do açude
onde o céu se oferece para contemplação.

A madrugada corre ensandecida.
Minhas mãos alcançam as alturas
e degusto o oásis do sertão
onde cavalgamos sonhos.
 



OLHOS NO INFINITO


A palavra seca
o rio que nasce
nos meus olhos.

Semeio suor
nos ombros do tempo
e a vida do silêncio brota nos jardins
que o olhar esconde.
 



CONTATO


O coração
Pulsa
Entre o sol
Riso.
 



SOMBRA DE EROS
Para aldairis


A tua alma brilha
nas paredes do meu quarto
no silêncio da noite escura.

E os raios de teu riso
oferecem ao ar
os riscos de tuas cores:

O vermelho paira na pele
e o calor róseo
de preto e branco
veste a luz.

Ofusco-me com o rumor
de tua presença
e a alma de teu sorriso ilha
brilha na lembrança
livre de impedimentos.
 



ASSIM


Não se entregue assim
por inteiro
se a tarde demora
e o demônio mora
na hora mórbida
desse momento.

Não se entregue assim
passageiro
se o pássaro pousa
em sua audição
o som triste
da natureza.

Se entregue assim
por inteiro
se o coração suspira
o suor do silêncio
e a noite diz sim
 



(IN)CERTEZA DA ILUSÃO


Entrego a ti
o trajeto de minha emoção
e naufrago no afeto de teu tribunal.

Teu coração pequeno não comporta
o compasso de meus passos
e machuca o caminho das sensações.

Entrego-me a ti teu coração
cortado pelo olhar da tarde
que desce no degrau do firmamento.

Entrego-me a teu coração
o curso do sol que divide o hoje
entre o ontem e o amanhã.
 



CARNE DE PAPEL


Sem o corpo
o espírito vaga no ar
da paisagem oculta.

Sem o corpo
o espírito vaga
por onde crescem os fantasmas
de tuas fortalezas.

Sem o corpo
a paisagem oculta
a sinuosa curva do sonho
que se dissolve pelo chão.

Sem o corpo a noite
escurece o céu de silêncios
e o espírito se perde
entre as estrelas
para te encontrar
onde a memória alcança.
 



TERAPIA


Consigo me ver nos seus olhos
neles me vejo
como quem vê a si no silêncio.

Consigo ser o sal de seus sentidos
e o sol das emoções
vestidas pelo suor suave
que me confunde os verbos.

Consigo tocar a lucidez de sua face
e a loucura dos pensamentos
mergulhados no mar
que nos atira à areia.

Consigo o céu pousa
na palma de minha mão.
Eu astro e rei
brinco de tiro ao alvo.
 



SENHORA DE MIM


O espaço cola minha alma à tua
e sou presa fácil
do olhar fixo dos passarinhos.

O ar acaricia teu rosto
e a febre da tua boca
esfria meu estômago quente.

Sou presa fácil:
meus pés pisam o asfalto
 



SIGNO(FICA)


O que signi(fica) a forma de teus lábios
no céu de minha cama no teto do ar?

Onde leve(estamos)
o signo na clareira
encerra o ser.

O que signi(fica) o conteúdo do teu corpo
na imaginação do estado único
de minha transparência?

Em que ciência construímos a razão do dia
se a carne dos nervos em versos de suor?

Acaso o caos sucumbiu-nos
nus entre-verbos da comunicação
respostas (i)mediatas?

Onde leve(estamos)
par-oxítonas
para o ritmo do amor.
 



TAL VEZ


Um dia talvez
a tarde se deite
debaixo de meu lençol
e o corpo do tempo
seja o seio
que seguro
em minha mãos.

Um dia talvez
os versos do olhar
liguem o céu à terra
e o corpo do tempo
seja o seio
que desliza
em meus lábios.

Um dia talvez
teus labirintos
sejam a linha line(ar)
do pensamento
e o presente reviva
colorindo o peito.
 



PERMANÊNCIA


Minha pele não vê
a superfície da luz oculta
e o tato toca o corpo
sem sentir
o tom das tuas mãos.

meu nariz não respira
o cair de tua presença
como sombra de meus passos
nem o olfato fala
teu cheiro de flores do campo.

Meus olhos não degustam
a grama da cama macia
e o paladar mastiga os lábios
sem engolir o gosto
dos beijos de açúcar.

Mas a pele, o nariz, os olhos
em meu coração, poesia.
 



MARATAOÃ
Para José do Rego Lages


O rio corre em meu coração
e separa os sentimentos da areia.

A vaga das água vai
virando pó em pensamento
e a estrada encurta distâncias.

O rio viaja no horizonte
onde dançam os cabelos das carnaúbas
e soluçam os olhos do sol.

O rio corre em meu coração
e deságua nas correntezas do caminho.
 



CÉU DE ASAS


Como a manhã sem pressa
no alto da colina
nasce a palavra na retina
onde crescem a lavoura
e o vôo do céu.

Nasce sem pressa a manhã
no leito lento do rio
onde reses ruminam
a mina do sol.

Nasce sem pressa a manhã
nos palácios de palha
onde o corpo repousa
o silêncio do cio.

Como a manhã sem pressa
no coração da imagem
crescem a lavoura
e o vôo do céu.
 



(RE)PRESA


A água debaixo da ponte
agita-se com o reflexo do céu
e devora a noite
tecendo o rio de estrelas.

Debaixo da ponte
os lábios das margens
molham-se de delírios
e os lírios olham a imensidão.

Debaixo da ponte
o corpo da água escorre
entre os dedos de concreto
e esbarra no beijo da vegetação.
 



DIAS QUE SE REPETEM


O fogo fortalece
a fortaleza incerta
do após.

Aposta-se o destino
dos sonhos não vividos
e a emoção parte
lentamente
das praças órfãs.

Aposta-se a Barras dos bares
que embriagam o presente
com a desgraça sem graça
dos ébrios e ditadores.

Aposta-se o povo
nas carrocerias dos caminhões
e a sombra do inferno
cobre as vozes
mascaradas de progresso
enquanto a cidade pára
no enterro dos vivos

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

Dilson Lages Monteiro



A poesia de Soares Feitosa



Psi, a Penúltima, é uma leitura da qual não se sai como se entrou. Por isto, sinto-me inteiramente recompensado do longo tempo que lhe destinei. Como esquecer a sensação de flutuar em poemas como "Perdidos & Achados"? "Vou dar uma uma volta/ e no retorno / me dê notícias do achou"

A grandiosidade de sua poesia reside nas relações intertextuais. O vate parece um jogador habilidoso à cata do gol. O resultado do labor constitui uma poética que traduz sonhos e inquietações numa linguagem mítica, na qual, especialmente o sertão e seus hábitos, gritam alto aos nossos olhos.

 

Soares Feitosa

Leia a obra de Soares Feitosa

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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SB 18.04.2023