Adriana Zapparoli
caleidoscópia alada
no cântico da parede vermelha, o som transbordava o móvel, que
observava a tudo, do canto de seus olhos lenhosos. a cama
hiperbólica espelhava a próxima hora, enquanto uma onda perfumada
vagava pela porta adentro, filtrando todos os raios de ocelo
masculino. naquela hora borboleta, onde a felicidade vive(u), ela
inteira, sobretudo, lagarta e metamorfose.uma bailarina e sua
probóscide de sugar néctar. a espera.
a persiana de vidro contava muito mais, sobre o final da tarde, ao
jardim de luz.
(jornal o correio das artes, pb, 02/2005).
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