A poesia neste século está tão confusa quanto os
próprios poetas que transferem para o papel os seus mais nobres
sentimentos e ecoam, com a sua arte, a voz de um mundo
dilacerado pelas guerras, pelas injustiças sociais e globalizado
pelos mais ricos que querem impor até sua cultura. Um dos meios
mais dinâmicos de divulgação da poesia é, sem dúvida, a
internet. E na internet a poesia lusófana se destaca no Jornal
de Poesia, pela inteligência e perseverança de um grande poeta e
escritor, Soares Feitosa.
Através do que permeia na internet podemos dizer
sem medo de errar, que o Jornal de Poesia tornou-se referência
da poesia lusófona. Muitos poetas, como eu, estariam órfãos, sem
nenhum reconhecimento, além do círculo de sua cidade, se não
fosse o altruísmo e o trabalho incansável de Soares Feitosa que
abraçou esta causa sem espírito crítico, deixando que o próprio
leitor se encarregue desta tarefa.
Aqui em Salvador, como em todas as grandes
cidades brasileiras, grupos fechados se dizem donos da arte de
fazer poesia, rotulando-a de acordo com seus interesses, em
detrimento do humilde aprendiz que vem tentando abraçar o
universo poético. Este encontra um duplo impasse: o primeiro é
que não pode chegar aos acadêmicos nem aos escritores
consagrados.
O outro, depara-se com grupos fechados que
conseguem financiamento através das Secretarias e do Ministério
da Cultura, para editarem livros e promover eventos. Diante
deste quadro surgem os poetas que, com sacrifícios, editam seus
próprios livros e os poetas que ficam à margem do processo de
divulgação dos seus trabalhos. E o que resta geralmente é tão
somente o desejo de publicar seus poemas. Poucos insistem neste
intento, preferindo desistir.
A persistir esta realidade perversa para muitos,
quem perde é a própria poesia. Não só por perder talentos, mas,
principalmente, perder leitores, o que já não são muitos. É
justamente neste ponto que faço questão de destacar o trabalho
do Jornal de Poesia e do seu fundador Soares Feitosa. O que fez
multiplicar o número de sites de poesia, partindo de uma
referência básica: O Jornal de Poesia, que abrange poetas de
todos os matizes e importância desde Camões, Fernando Pessoa,
Castro Alves, Augusto dos Anjos até os amantes e aspirantes a
poetas como eu. Sou testemunha desta realidade, pois, após ser
aberta uma página minha no Jornal de Poesia, comecei a receber
convites para publicar minhas poesias em vários sites na
internet e a receber comentários sobre minha obra poética. O
que, além de engrandecer, ajuda ao aspirante a poeta a se
inteirar mais com a poesia que está sendo escrita em todos os
rincões da Língua Portuguesa, já que tenho poesia publicada até
no blog Malambas de Eugênio Costa de Almeida em Angola, África.
E foi a partir do Jornal de Poesia que tudo aconteceu. Portanto
sou um testemunho vivo da importância deste jornal na literatura
lusófona. Sem contar com a revista Agulha, o Jornal do Conto,
Jornal da Filosofia, jornal do Tributo a ele vinculados.
Necessário se faz, de minha parte, falar sobre a
importância que tem para os poetas brasileiros a figura de
Soares Feitosa, sempre aberta a todas as propostas poéticas,
desde quando pautadas pelo respeito ao homem e a arte. Ao
constatar esta realidade que expus sobre a poesia atual, quero
deixar o exemplo deste poeta altruísta, amigo e o maior
divulgador da poesia brasileira, exemplo a ser seguido por
todos nós que amamos a POESIA.
Ângelo Martins