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Ângelo Paraíso Martins 

paraisomartins@bol.com.br

John Martin (British, 1789-1854), The Seventh Plague of Egypt

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Franz Xavier Winterhalter, retrato de Roza Potocka

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Ângelo Paraíso Martins


 

Pequena bio-bibliografia
 

 

Meu nome é Ângelo Edmundo Paraíso Martins. Nasci em Valença-BA. a 31/08/48. Quando jovem fiz o curso de Direito até o segundo ano, desistindo para ser comerciante. Entretanto, o que acabou com as minhas pretensões de voltar a estudar foi meu encontro arrebatador com minha esposa e musa Ednir. Aos 50 anos esbocei meus primeiros versos. Todos dedicados a Ednir. Com o passar do tempo fui me apaixonando por este mundo arrebatador e encantado da poesia me lançando em outros temas como o SER HUMANO com suas vicissitudes e acertos e a MÃE NATUREZA.

Lancei meu primeiro livro no dia 03/09/2005, durante a VII Bienal da Bahia no Stand da ARTPOESIA Movimento Cultural do qual participo como colaborador da revista mensal com o mesmo nome.

Agora inauguro uma nova etapa de minha poesia participando do JP pela sua dimensão e importância no meio literário
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

 

 

 

 

 

Ângelo Paraíso Martins


 

O grito do Rio Una


Rio Una , que desde a tua nascente,
desbravas a mata, desces serras, imponente
e, neste correr, sem nunca descansar,
em tua passagem nostálgica e nobre,
beijas a natureza e deságuas no mar.

Com tuas águas caudalosas e sempre correntes,
em teu caminho laborioso, ofereces energia
para as máquinas dia e noite movimentar;
peixes, crustáceos e água farta para os carentes
e, descendo tuas cachoeiras, com a Senhora do Amparo
fazes a velha fábrica de tecidos trabalhar.

Meu Rio Una querido, tu nunca arrefeces, não páras,
quando passas por Valença nos mostras uma beleza rara.
Na maré de março, transbordas exuberante no velho mercado
segues alimentando a poesia com tua sublime beleza,
ao pobre desvalido, ofereces o alimento de tua riqueza.
Mesmo assim caminhas para o mar, abatido e humilhado.

Desde a tua nascente, quando desces inocente,
uns derribam a mata virgem que te beija,
e Valença, a cidade que acolheste bondosamente,
derrama os dejetos de teus habitantes inconseqüentes.
Todos carinhosamente te exaltam, mas tu arquejas.
Numa jornada inóspita, de tanta pompa,
já demonstras teu cansaço e tuas fraquezas.

Valencianos! Escutemos o brado deste filho ilustre
para que não morra, façamos alguma coisa,
o Rio Una está gritando: por favor me socorra!
E, para estes predadores insaciáveis, fica a reflexão:
Se matas um RIO, que mata tua sede e tua fome,
submisso em tuas mãos, um dia, por certo,
teus filhos habitarão um planeta em extinção

 

 

 

Da Vinci, Homem vitruviano

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Vera Queiroz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São Jerônimo, de Caravaggio

 

 

 

 

 

Ângelo Paraíso Martins


 

O morro de São Paulo


De longe, bem de longe
Vejo teu farol.
Hoje, só de longe!
Não anseio mais tuas praias;
Teu portaló; teus montes;
O forte da barra; a fonte grande;
A igreja; a amendoeira,
Bem na chegada!
É como se me roubassem
Meu primeiro amor,
Com todos os teus carinhos.

Aonde estará Bonzinho
O protetor do Morro?
E Dandão, o Pescador
Que saía de manhã cedinho?
E a Padaria de Zé Pretinho?
E a alegria do veranista Rubinho?
Todos se foram,
Só ficou a paisagem.
Paisagem morta
Que não mais acorda.
Que droga! Que droga!

Desculpe-me Morro querido
Por não mais te visitar.
Fizeram de ti um lugar
Como qualquer lugar.
Feliz de quem viu tuas praias
Envoltas de Gairos e bromélias.
Teus coqueirais assobiando
Para corpos de amantes enluarados.
Feliz de quem viu tuas águas límpidas
A vagar nas noites calmas
E o vento em teus coqueiros
A soprar em tuas palhas.

Tanta beleza, tanta pureza
Transformada em depósito de dejetos.
E tua paisagem mutilada
Pelos vícios, pelo concreto.
Morro de São Paulo:
És a chama viva de um passado.
Não se trata de saudosismo.
Agora, só sei falar de ti no abstrato.

 

 

 

Da Vinci, Cabeça de mulher, estudo

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Teresa Schiappa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sandro Botticelli, Saint Augustine, Ognissanti's Church, Firenze

 

 

 

 

Ângelo Paraíso Martins


 

O fruto e a mulher madura


O fruto maduro é doce e gostoso.
Sua casca perde toda a aspereza.
Seu interior é ainda mais saboroso.
A maturação aumentou sua beleza.

De pomos pequenos e inocentes,
Surge o fruto adulto e elaborado.
Foi o manuseio de sua semente
Que o fez assim tão bem acabado.

Se o seu interior é tão saboroso,
Quero sugá-los, pomos ousados!
Ao vê-los assim arredondados,
Queria, do seu mel, ficar lambuzado!

O fruto e a mulher amadurecida
Traz em si a perfeição Divina.
Ambos têm sequioso paladar:
Um ficou maduro para alimentar
E o outro amadureceu para amar!

 

 

 

Maura Barros de Carvalhos, Tentativa de retrato da alma do poeta

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Conceição Paranhos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ângelo Paraíso Martins


 

Liberdade


Liberdade... Oh! minha liberdade.
Porque chegaste para me visitar,
Agora, no crepúsculo, já tão tarde?
Nem mesmo as malas pude arrumar.

Me pegaste desprevenido.
Trago incrustado em meu peito o medo
A ira da censura é o meu abrigo.
E tu vieste,tão determinada desse jeito!

Sacudindo meu coração, abrindo-me o peito.
Eu já sem emoção, rendo-me ao teu jeito.
De olhar a vida em suas longas veredas,
Vês que posso caminhar sem medo,
Quando me sentir aprisionado
Pelos olhares tétricos da rudeza.

Sei que estás ao meu lado, liberdade amiga.
Estarei em plena infância no meu passado,
Brincando contigo, nas praças e nas esquinas.
Sei bem que já não tenho a mocidade,
Mas não importa,vieste! vieste, liberdade!...

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Mignon Pensive

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Yêda Schmaltz

 

 

 

 

 

 

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

 

 

 

 

 

Ângelo Paraíso Martins


 

From: Angelo
Sent: Sunday, February 04, 2007 6:44 PM
Subject: CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA POESIA E DO JORNAL DE POESIA

                                  

A poesia neste século está tão confusa quanto os próprios poetas que transferem para o papel os seus mais nobres sentimentos e ecoam, com a sua arte, a voz de um mundo dilacerado pelas guerras, pelas injustiças sociais e globalizado pelos mais ricos que querem impor até sua cultura. Um dos meios mais dinâmicos  de divulgação da poesia é, sem dúvida, a internet. E na internet a poesia lusófana se destaca no Jornal de Poesia, pela inteligência e perseverança de um grande poeta e escritor, Soares Feitosa.

Através do que permeia  na internet podemos dizer sem medo de errar, que o Jornal de Poesia tornou-se referência da poesia lusófona. Muitos poetas, como eu, estariam órfãos, sem nenhum reconhecimento, além do círculo de sua cidade, se não fosse o altruísmo e o trabalho incansável de Soares Feitosa que abraçou esta causa sem espírito crítico, deixando que o próprio leitor se encarregue desta tarefa.

Aqui em Salvador, como em  todas as grandes cidades brasileiras, grupos fechados se dizem donos da arte de fazer poesia, rotulando-a de acordo com seus interesses, em detrimento do humilde aprendiz que vem tentando abraçar o universo poético. Este  encontra um duplo  impasse: o primeiro é que não pode chegar aos acadêmicos nem aos escritores consagrados.      

O outro, depara-se com grupos fechados que conseguem financiamento através das Secretarias e do Ministério da Cultura, para editarem livros e promover eventos. Diante deste quadro surgem os poetas que, com sacrifícios, editam seus próprios livros e os poetas que ficam à margem do processo de divulgação dos seus trabalhos. E o que resta geralmente é tão somente o desejo de publicar seus poemas. Poucos insistem neste intento, preferindo desistir.

A persistir esta realidade perversa para muitos, quem perde é a própria poesia. Não só por perder talentos, mas, principalmente, perder leitores, o que já não são  muitos. É justamente neste ponto que faço questão de destacar o trabalho do Jornal de Poesia e do seu fundador Soares Feitosa. O que fez multiplicar o número de sites de poesia, partindo de uma referência básica: O Jornal de Poesia, que abrange poetas de todos os matizes e importância desde Camões, Fernando Pessoa, Castro Alves, Augusto dos Anjos até os amantes e aspirantes a poetas como eu. Sou testemunha desta realidade, pois, após ser aberta uma página minha no Jornal de Poesia, comecei a receber convites para publicar minhas  poesias em vários sites na internet e a receber comentários sobre minha obra poética. O que, além de engrandecer, ajuda ao aspirante a poeta a se inteirar mais com a poesia que está sendo escrita em todos os rincões da Língua Portuguesa, já que tenho poesia publicada até no blog Malambas de Eugênio Costa de Almeida em Angola, África. E foi a partir do Jornal de Poesia que tudo aconteceu. Portanto sou um testemunho vivo da importância deste jornal na literatura lusófona. Sem contar com a revista Agulha, o Jornal do Conto, Jornal da Filosofia, jornal do Tributo  a ele  vinculados.

Necessário se faz,  de minha parte, falar sobre a importância que tem para  os poetas brasileiros a figura de Soares Feitosa, sempre aberta a todas as propostas poéticas, desde quando pautadas pelo respeito ao homem e a arte. Ao constatar esta realidade que expus sobre a poesia atual, quero deixar o exemplo deste poeta altruísta, amigo e o maior divulgador da poesia  brasileira, exemplo a ser seguido por todos nós que amamos a POESIA.

 

Ângelo Martins

 

 

 

Da Vinci, Homem vitruviano

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Vera Queiroz

 

 

 

 

17.04.2006