Carlos Newton Júnior
Pantera
Jamais a vi verdadeira
— o hálito quente e o frio olhar —
para além das rijas barras
que mundo nenhum retém:
encontrei-a nas palavras
precisas, que são ferro e pedra,
sangue vivo, força oculta,
veludo quase matéria.
E eram tantas as panteras
nas diversas traduções
do mesmíssimo poema.
Em todas, o vulto negro
num silêncio ditirambo
com seus coturnos de seda.
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