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Ernâni Getirana


 

Poesia:


Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário:


Alguma notícia do autor:

 

 

 

Sophie Anderson, Portrait Of Young Girl

 

Eloí Elisabeet Bocheco

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Ernâni Getirana



Nota biográfica


Ernâni Getirana, professor, lecionou na UESPI e Faculdade Santo Agostinho, aposentado na Rede Estadual de Educação, Ecoescola Thomas a Kemps. Ainda na ativa na Rede Municipal de Educação de Pedro II. Formado em Letras pela UFPI, graduado em Meio Ambiente pela UnB, graduado em Educação pela UFRJ, mestre em Políticas Públicas pela UFPI. Membro das academias: Vale do Longá e Pedrossegundense de Letras e Artes. É poeta e escritor, autor de vários livros, dentre eles “Lendas da Cidade de Pedro II”.

 

 

Albrecht Dürer, Mãos

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Ricardo Alfaya

 

 

 

 

 

Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

 

 

 

 

 

Ernâni Getirana


TEUS OLHOS

Não foram mais que poucos segundos
E você nem viu quando olhei
Mas sem seguida um riso teu correu pelo ar
E beijou a flor que havia no jardim

Me pergunto se você entende de flor
Porque se for sim
A flor do jardim era bem-me-quer
Que é a coisa que todo mundo quer dessa vida

Como resisitir aos riso teu?
Como fugir dele e não me sentir bobo?
Mas não apenas o riso
Os olhos também,
O corpo.

Tudo numa linguagem de gozo e querência
Tudo como um presente que a vida oferecesse
E fosse a essência de um momento apenas
Porque tudo, minha menina, nessa vida é passageiro,
Tudo teima em acabar tão cedo! A passar pela gente
num piscar de olhos.


Portanto em meio a tanto pranto e dor desse mundo
Só memso esse teu olhar encantador e profundo
Para me dar a certeza plena
De que vale, sim, a penas sonhar.


Ernâni Getirana - Pedro II - PI

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Nurture of Bacchus

 

 

 

 

 

Ernâni Getirana


 

Comentário de Nordestes:

 

E aqui mais um poema nessa linguagem-raiz, que quanto mais dita mais... necessária. As várias nuances e indicações bíblicasEntardecer, foto de Marcus Prado nos remetem à uma releitura num nível semântico e histórico onde os personagens-povo desfilam reclamando por justiça. É a famosa introspecção de "Eu" poético num eu impessoal mas, ao mesmo tempo, restabelecido, esse eu impessoal, numa postura de alter-ego do poeta. Falando assim parece complicado mas basta dizer que é como se os personagens tomassem "de pena" ( caneta ) do poeta e dissessem suas verdades e o poeta gritasse: "mas era isso que eu queria dizer, meus irmãos de saga", Sagarana? " serTÃO assim, como essa fome enjaulada que habita em mim?" Digo em um de meus poemas. SF escreve como se fôra um menino astuto que acabasse de criar um brinquedo e ficasse ali do lado da criatura a pensar, fui eu? Todo bom artista tem essa mesma sensação após "parir" sua obra." Parla", meu caríssimo poeta!
 

 

 

 

 

 

 

Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

 

 

 

 

 

Ernâni Getirana


 

Comentário de Habitação:

 

E depois dizem que as palavras são para ser... ditas. Pode ser. Mas, certamente, para ser ditas do modo que a vida é feita e parida.Albrecht Dürer, Germany, Study of praying hands EMPATIA PURA. É o que esse poema provoca na gente. A capacidade que SF tem de burilar as palavras sem arranhar-lhes as entranhas, mas, ao contrário, preservando a docilidade de cada uma delas, com seu travo próprio, sua maciez específica, sua casa-idéia metafórica, isso é o que é.

Elas, as palavras, essas bichinhas arrebanhadas por SF, nesse jeito todo seu de nordestinizá-las, alinhavando-as com benzeduras, coisas do agrado do polígono, ( secamente e ainda belo ) lugar-alfabético onde o poema de SF ganha vôo usando as correntes ascendentes da sensibilidade.

HABITAÇÃO: Homem-tatu, caracol, metalinguagem esgueirando-se por entre as frestas da poesia, ela também, casa dos deuses e, na verdade, casa de qualquer homem que ousa debruçar-se sobre si mesmo nessa casa-planeta que habitamos todos nós, filhos da palavra, habitação da esperança.
 

 

 

 

 

 

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