Filgueiras Lima
Biografia
Nasceu a 21 de maio de 1909, em Lavras da Mangabeira, filho de
Silvino Filgueiras Lima e Cecília Tavares Filgueiras.
Em 29 de julho de 1927, aos 18 anos de idade, ocupou as funções de
Inspetor Regional do Ensino, cargo em que se efetivou, por concurso,
em 1931. E em 1932 fundou, com outros a revista pedagógica "Educação
Nova" de que foi redator - chefe, depois
transformada em órgão da Antiga Diretoria Geral da Instrução Pública
do Ensino no Ceará. Foi, em fevereiro desse mesmo ano, nomeado chefe
do Serviço de Estatística Educacional daquela Diretoria.
Nos anos de 1931 e 1932 ocupou, interinamente, o cargo de Diretor
Geral da Instrução. Em dezembro de 1933, conquistou em concurso,
classificado em 1º lugar, a cadeira de Didática da Escola Normal
Pedro II, hoje Instituto de Educação.
Em 1934, exerceu os cargos de Inspetor do Ensino Normal e de
Assistente Técnico do Ensino.
Publicou, em dezembro de 1932, o livro de vemos "Festa de Ritmos",
que obteve "menção honrosa de poesia" da Academia Brasileira de
Letras.
Em dezembro de 1933 colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e
Sociais pela Faculdade de Direito do Estado do Ceará. Em 1936, foi
paraninfo da 1ª turma de concludentes do Curso de aperfeiçoamento de
professores do Instituto de Educação. Manteve durante o ano de 1937
uma Página Pedagógica no jornal "O Povo".
Manteve pela estação da Ceará Rádio Clube, um programa cultural
intitulado "Arte e Pensamento". Fundou a revista literária
"Fortaleza", de que foi um dos redatores.
Em fevereiro de 1938, fundou com o Dr. Paulo Sarasate o Instituto
Lourenço Filho, hoje Colégio Lourenço Filho, de que foi diretor mais
de 25 anos e onde ensinou os Métodos e Técnicas da Pedagogia
Funcional. Era seu Orientador e Supervisor, na qualidade de
Presidente de seu Conselho Técnico Educacional.
Em 1939 representou o Ceará numa reunião de intelectuais brasileiros
promovida pelo prestigioso jornal "A Gazeta", de São Paulo, em cujo
auditório proferiu urna conferência sobre a vida e a obra de José de
Alencar, sob o título "A Literatura Cearense na Formação do
Sentimento Nacional", que foi publicada em folheto pelo órgão
paulistano e, meditada pela Imprensa Universitária, sob o título
"Alencar e a Terra de Iracema", durante as comemorações do
centenário daquele romance. Na sessão do dia 30 de novembro de 1939,
da Academia Brasileira de Letras, foi recebido e saudado pelo
acadêmico Aloysio de Castro. Em 1944, publicou seu segundo livro de
poesias, intitulado "Ritmo Essencial".
O Poeta Filgueiras Lima foi membro do Conselho Deliberativo do
Instituto Brasil Estados Unidos no Ceará - IBEU/CE desde sua
fundação em 1943 até 1949, passando pelas presidências de Edgard
Cavalcante Arruda, Faustino de Albuquerque e Sousa, Daniel Augusto
Lopes e Carlos Ribeiro.
Em fevereiro de 1946 foi convidado pelo Interventor Federal Ministro
Pedro Firmeza a ocupar, era caráter Técnico, as funções de
Secretário de Educação e Saúde do Estado do Ceará, cargo em que
permaneceu nas Interventorias do Coronel Machado Lopes e do
Desembargador Feliciano de Atayde. Durante a sua administração
fundou 350 escolas, instalou gabinetes dentados para grupos
escolares do interior, Delegacias Regionais do Ensino, reformou o
ensino normal e primário, criou a Diretoria de Fiscalização e
Orientação de Ensino, promoveu várias campanhas educativas.
Representou o Ceará no 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos,
em fevereiro de 1947, de cuja sessão de instalação foi orador
oficial pronunciando urna conferência sobre "A Educação de Adultos
na Democracia".
Também representou os diretores de escolas privadas do Ceará no II
Congresso promovido pela Federação dos Estabelecimentos Particulares
de Ensino, em Belo Horizonte, em julho de 1946. Em nome das
delegações dos Estados, pronunciou, na sessão inaugural, um discurso
em que defendeu o tema "Educação para a Liberdade e para a Paz".
Em 1949, representou o Ceará no Congresso de Educadores, realizado
na capital da Bahia, no qual apresentou uma tese sobre "Metodologia
das Ciências Sociais" impressa pela Editora Instituto do Ceará.
Em 1950, por solicitação do Ministério da Educação e Cultura,
prestou sua colaboração ao Departamento Nacional de Educação,
cooperando com a Campanha de Educação de Adultos.
Em 1951, foi nomeado Diretor do Instituto de Educação do Estado do
Ceará. Nesse mesmo ano, ocupou a cadeira de Didática Geral da
Faculdade de Filosofia do Ceará.
Atendendo a convite especial, em 1954 e 1956, tomou parte em
reuniões pedagógicas e congressos, levados a efeito em Recife e São
Paulo, pela Diretoria do Ensino Comercial. No primeiro, apresentou
um trabalho sobre "Ensino Comercial como modalidade de educação
geral", e no segundo, sobre "Ensino Moderno das Ciências Sociais".
Publicou em 1956 o livro "Terra da Luz" edição da Livraria Freitas
Bastos, coletânea de poemas sobre o Estado Natal. Era Presidente do
Conselho Estadual de Educação, cargo que exercia há mais de dez anos
e para o qual foi reconduzido, quando da reorganização do Conselho,
em virtude dos dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
Ocupava na Academia Cearense de Letras a cadeira nº 21, fundada por
Antônio Sales, a quem sucedeu, e de que é Patrono José de Alencar.
Era membro efetivado Instituto do Ceará, Sócio fundador do Instituto
do Nordeste. Era professor da cadeira "Relações Humanas " da Escola
de Administração do Ceará. Era Presidente do Conselho Fiscal do
Serviço Especial de Educação e Cultura, desde sua instalação.
Publicou, pela Livraria Freitas Bastos, o livro de vemos "O Mágico e
o Tempo" cujas tardes de autógrafos, no Rio e em Fortaleza deixaram
antever o brilhante sucesso por ele alcançado. No dia de lançamento
do seu livro em nossa capital, foi agraciado com a Medalha de Honra
do Município, pelo Prefeito de Fortaleza. Nesta mesma data - 14 de
julho - o Prefeito Murilo Borges sancionou a Lei nº 2571 que lhe
concedeu o titulo de "Cidadão de Fortaleza".
Faleceu na madrugada do dia 28 de Setembro de 1965 deixando viúva D.
Amazonia Braqa de Filgueiras Lima, com quem se consorciara em 1935 e
de quem teve os filhos, Rui, Antônio e José.
Em 26 de Janeiro de 1973, em caráter post-mortem, O Poeta e Educador
Filgueiras Lima foi agraciado com a Medalha Justiniano de Serpa. A
solenidade de entrega das medalhas aconteceu no Palácio da Abolição
e contou com a presença do Governador do Estado, Dr. Plácido Castelo
e do Ministro da Educação, Senador Jarbas Passarinho. A Medalha
Justiniano de Serpa foi comtemplada a doze professores que se
destacaram por serviços prestados à área da educação no Ceará.
Fonte:
Site oficial
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