Neide Archanjo
Algumas opiniões:
"N.A., sofri o seu Quitote tango e foxtrote, Sofri mesmo — em grande
parte pelas ambigüidades admiravelmente construídas nele,eis que
nele
nada quero ver que não tenha sido dominado por sua arte. Ora o lia
como expressão de um ser feminino, ora de um masculino, ora de um
siriano, ora de um a-hetero-homo-pan-sexual, ora de alguém mininesco,ora
de alguém nauseado, ora como esperança,ora como desespero,ora como
de iluso,ora de iludido. O que sei é que a sua busca é pungente,
porque magoada e doída e magoante e dolente, graças à poderosa
expressão que ilumina como se tornada fachos, armas, esporas,
alimentos, venenos. Sua procura teve sobre mim o rigor atritante de
coisa pensante congrata, inarredável."
Antônio Houaiss
" Aqui estou debruçado sobre seu livro Escavações curtindo aquela
"admirável epifania/onde o poema se debruça/inominável". Quer nos
poemas de largo fôlego, de ‘Sítios,quer na extrema concisão de
‘Fragmentos’, você alcança a justa e vibrante expressão que deixa
marca no leitor."
Carlos Drummond de Andrade
"As admiráveis Marinhas de N.A. são uma meditação sobre o Destino, o
da autora enquanto pessoa e enquanto brasileira, o da pátria
enquanto mito emocional e realidade histórica; e é também uma
meditação sobre a poesia enquanto veículo de expressão para o que
por outros meios não poderia ser expresso.Tudo se condensa no mesmo
mito, o mito do poeta no mundo, mas mundo e poeta sob as suas
espécies reais de uma língua literária e de uma integração nacional.
A autora domina o instrumento em todas as suas virtualidades
técnicas e dá a cada ‘quadro’ a tonalidade própria a estrutura
versificatória que exige,as harmônicas que lhe são próprias. As
marinhas surpreendem o núcleo substanciado que é ser brasileiro e
sabe identificá-lo no ‘correlativo poético’ que lhe corresponde.
Tendo estreado em 1964 com Primeiros ofícios da memória, ela
evidenciava desde então as mudanças de plano que àquela altura
começavam a ser manifestar na poesia brasileira contemporânea. É a
‘poesia cívica’ em sua manifestação mais perfeita, não pode ser
‘cívica’ mas pode ser poesia, Podemos identificar em N.A., sem
hesitação, uma das grandes vozes poéticas do nosso tempo, o ‘o
contraste’ mineralógico pelo qual se deve verificar o teor de poesia
de todos os demais. "
Wilson Martins
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