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Neide Archanjo 

São Paulo, SP, 1940 - Rio de Janeiro, RJ, 14/01/2022

Thomas Cole (1801-1848), The Voyage of Life: Youth

Poesia:


Fortuna crítica: 


Alguma notícia da autora:

 

Neide Archanjo

 

Bernini_Bacchanal_A_Faun_Teased_by_Children

 

Albrecht Dürer, Mãos

 

 

 

 

 

Poussin, Rebecca at the Well

 

 

 

 

 

Neide Archanjo


 

Biografia:
 

Neide Archanjo (São Paulo SP, 1940) publicou seu primeiro livro de poesia, Primeiros Ofícios da Memória, em 1964. Três anos depois concluiu o curso de Direito, na Universidade de São Paulo. Nas décadas seguintes, aliou a produção poética ao exercício da advocacia. Em 1969 criou o movimento Poesia na Praça, exposição de varais de poesia na Praça da República, em São Paulo, com José Luiz Archanjo e Ilka Brunhilde Laurito. Teve participação, em 1980, na criação e implantação da Oficina Literária da Biblioteca Mário de Andrade. Em 1983 apresentou-se em Afife (Portugal), no Festival de Poesia da Cidade. Integrou o programa O Escritor na Cidade, organizado pela Fundação Biblioteca Nacional em 1993, em Recife PE, Curitiba PR e Fortaleza CE. Ainda em 1993 participou no projeto Encontro de Escritores, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Sua obra poética, de tendências contemporâneas, inclui os livros O Poeta Itinerante (1968), Poesia na Praça (1970), Quixote Tango e Foxtrote (1975), Tudo é Sempre Agora (1994) e Epifanias (1990), entre outros. Para o crítico Carlos Felipe Moisés, "Neide Archanjo tem o mérito de fugir do convencionalismo, graças sobretudo à transparência de uma linguagem simples e concisa, embora muitas vezes elíptica, rica de sugestões, aliás sublinhadas pelo recurso da distribuição constelada das palavras na página em branco.".


A obra:

  • Primeiros Ofícios da Memória - ed. Massao Ohno - SP., 1964.
     

  • O Poeta Itinerante - ed. I.L.A.Palma - SP., 1968.
     

  • Poesia na Praça - ed. I.L.A.Palma - S.P., 1970.
     

  • Quixote Tango e Foxtrote - ed. do Escritor - SP., 1975.
     

  • Escavações - ed. Nova Fronteira - RJ., 1980.
     

  • As Marinhas - ed. Salamandra - RJ., 1984.
     

  • Poesia 1964 a 1984 -Antologia - ed. Guanabara, 1987.
     

  • Tudo é sempre Agora - ed. Maltese - SP., 1995.
     

  • Pequeno Oratório do Poeta Para o Anjo - Ed. do Autor - SP., 1997

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Nurture of Bacchus

 

 

 

 

 

Neide Archanjo


 

Algumas opiniões:



"N.A., sofri o seu Quitote tango e foxtrote, Sofri mesmo — em grande parte pelas ambigüidades admiravelmente construídas nele,eis que neleAntônio Houaiss nada quero ver que não tenha sido dominado por sua arte. Ora o lia como expressão de um ser feminino, ora de um masculino, ora de um siriano, ora de um a-hetero-homo-pan-sexual, ora de alguém mininesco,ora de alguém nauseado, ora como esperança,ora como desespero,ora como de iluso,ora de iludido. O que sei é que a sua busca é pungente, porque magoada e doída e magoante e dolente, graças à poderosa expressão que ilumina como se tornada fachos, armas, esporas, alimentos, venenos. Sua procura teve sobre mim o rigor atritante de coisa pensante congrata, inarredável."

Antônio Houaiss
 


Carlos Drummond de Andrade
" Aqui estou debruçado sobre seu livro Escavações curtindo aquela "admirável epifania/onde o poema se debruça/inominável". Quer nos poemas de largo fôlego, de ‘Sítios,quer na extrema concisão de ‘Fragmentos’, você alcança a justa e vibrante expressão que deixa marca no leitor."

Carlos Drummond de Andrade
 



"As admiráveis Marinhas de N.A. são uma meditação sobre o Destino, oWilson Martins da autora enquanto pessoa e enquanto brasileira, o da pátria enquanto mito emocional e realidade histórica; e é também uma meditação sobre a poesia enquanto veículo de expressão para o que por outros meios não poderia ser expresso.Tudo se condensa no mesmo mito, o mito do poeta no mundo, mas mundo e poeta sob as suas espécies reais de uma língua literária e de uma integração nacional. A autora domina o instrumento em todas as suas virtualidades técnicas e dá a cada ‘quadro’ a tonalidade própria a estrutura versificatória que exige,as harmônicas que lhe são próprias. As marinhas surpreendem o núcleo substanciado que é ser brasileiro e sabe identificá-lo no ‘correlativo poético’ que lhe corresponde. Tendo estreado em 1964 com Primeiros ofícios da memória, ela evidenciava desde então as mudanças de plano que àquela altura começavam a ser manifestar na poesia brasileira contemporânea. É a ‘poesia cívica’ em sua manifestação mais perfeita, não pode ser ‘cívica’ mas pode ser poesia, Podemos identificar em N.A., sem hesitação, uma das grandes vozes poéticas do nosso tempo, o ‘o contraste’ mineralógico pelo qual se deve verificar o teor de poesia de todos os demais. "

 

Wilson Martins

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Mignon Pensive

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Vicente Freitas

 

 

 

 

 

Jornal de Tributos, o lado profissional de Soares Feitosa

 

 

 

 

Neide Archanjo


 

Da poesia


Esculpo a página a lápis
e um cheiro de bosque
então me aparece.
Que a poesia é feita de romãs
daquilo que é eterno
e de tudo que apodrece.

 

 

Alexander Ivanov. Priam Asking Achilles to Return Hector's Body

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Alcir Pécora

 

 

 

 

 

Jornal do Conto

 

 

 

 

 

Neide Archanjo


 

Neste mezzo del camin


Neste mezzo del camin
carrego comigo obras e cânticos
alguns alheios outros próprios
coisas que escolhi.
Entre vogais e vocábulos
componho a biografia
construção sonora de rostos
reflexos sentimentos
tão grande tão grandes
uns rindo como gralhas
outros mansos
todos não perdidos
pressentida romã entreaberta
assim esta memória existe.
Vou como o discípulo
de um velho pintor chinês
que curvado sob o peso de pincéis
potes de laca
rolos de seda e de papel arroz
sonhava carregar montanhas rios
falcões reais
e se assim sonhava
certamente assim o fazia.
 

 

Ticiano, O amor sagrafo e o profano, detalhe

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Paulo Petrola, 2002

 

 

 

 

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