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Soares Feitosa, dez anos

 

 

 

Estudos & catálogos — mãos

 

 


 

 

Dos leitores

 

 

Ana Cabrera

 

 
 
Sent: Sunday, March 14, 2004 5:14 PM
Subject: CATALÓGOS já em MÃOS

Caríssimo sr. Feitosa, mas que coisa, hein? Aquilo que finge ser catálogo de miudezas, percebidas e por descobrir, é na verdade fórmula de encantamento, dessas que pegam de tal jeito que o coração fica grudado, feito passarinho em visgo.

Mas olha (posso usar o tu, não é?), em 1975, Borges, o Argentino, fez publicar um livro só de Prólogos, lembras? E ali havia ainda um "prólogo de prólogos", sugerindo uma cadeia ad infinitum. Pois é... Fiquei aqui imaginando uma coletânea de teus Prólogos - esses catálogos tão substanciosos e viscerais. Que tal?

Um grande abraço.       

Ana

PS: O Cururu com certeza há de inflar o papo e coaxar até se ouvir pelas Terras do Sem-Fim...

 

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Nilto Maciel

SOBRE PREFÁCIO  

    A leitura do prefácio de Soares Feitosa ao livro Recordel, de Virgílio Maia, me conduziu por veredas sertanejas e pretéritas. Como um cego, fui vendo, com estupor, a ferradura do gado, o ferro em brasa, a fumaça a se evolar, esturros do bicho, a marca no lombo.Nilto Maciel Tudo contado tim-tim por tim-tim.

    O prefácio tem sabor de crônica. Não de crônica escrita às pressas, para o jornal do dia seguinte, por cronista profissional. A crônica de Soares Feitosa tem feitio de ensaio sociológico. Não desses ensaios que dão sono, preguiça, vontade de fechar o livro. O ensaio de Soares Feitosa é de quem viveu, presenciou a vida no sertão, a arte dos ferros, as serifas. Como o outro poeta Virgilio Maia, o Vergilius Nunes Maia. O prefácio de Feitosa é de quem conhece as letras do gado muito antes de conhecer as letras dos livros. Como o poeta Virgílio. E a feitura dos queijos, o fabrico das moringas, a profecia das águas. Ler este prefácio-poema é ler o sertão, a arte sertaneja, e ter vontade de ler o Recordel desse também maravilhoso poeta do País do Jaguaribe chamado Virgílio Maia.

                                                       Nilto Maciel

 

 

 

 

Jackson da Silva Lima

Meu caro Soares Feitosa,

Recebi, há dias, Estudos & Catálogos – Mãos (Jornal de Poesia, Edições Cururu), que veio confirmar o que a profª Gizelda Morais me havia falado sobre o seu trabalho. 

Excelente material de divulgação literária, que encerra um esforço cultural dos mais louváveis: dá ao leitor, na bandeja, um painel variado de notícias literárias e estudos críticos sintéticos sobre escritores conterrâneos espalhados por todas as partes do território nacional, além de fornecer um expressivo álbum iconográfico. 

É preciso muita força de vontade e desprendimento para realizar uma tarefa de tal monta. Estou impressionado. Meus parabéns, e obrigado.

Do seu mais novo admirador,

Jackson da Silva Lima.

 

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Ronaldo Costa Fernandes

 

Meu caro Soares Feitosa

Que belo prefácio!

É uma reinvenção do mundo, a realidade mágica do sertão e dos seus traços, serifas, bois, maneiras de ser-tão e ser o mundo!Ronaldo Costa Fernandes

Feliz do prefaciado que junta a sua poesia outro texto de mágica poética e análise da arte de ferras bois e marcar a poesia do mundo.

Abraços,

Ronaldo Costa Fernandes

 

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Adelaide Lessa

 

Soares Feitosa, poeta comovido e comovente

 

Passei noites no campo ouvindo o bezerro desmamado.

Bebi leite quente do ubre da vaca madrugadora.

Queijo é meu companheiro a qualquer e, se não houver, coalhada.

Quem lava meu filtro de água, repassada no carvão, sou eu.

Em menina, dei milho a galos e galinhas do alto de um pé de louro.

Sempre estampei versos em portas, janelas, armários, malas de viagem.

Além de colecionar poesia dos outros.

Ainda agora rezo de mãos postas.

 

Mãos de mulher, ativas e contemplativas, comovem,

Se as contemplar quando vivas, com uma lágrima no canto do olho,

e depois, nos retratos de bisavós, avós e mães falecidas, comovem.

Suavizam os corações pensantes.

 

Vivamente agradeço por seu estudo das mãos

d’Ela, mulher-mulher comoção

 

                                         Adelaide Lessa

 

 

 

 

 

José Augusto de Carvalho

 

«Mãos»

de Soares Feitosa

Francisco José Soares Feitosa é um poeta contemporâneo, brasileiro de nascimento, poeta de toda a Língua Portuguesa. 

Falar de Soares Feitosa, quer como poeta, quer como divulgador de outros poetas ou candidatos a poetas, é falar da Poesia. Ainda que seja um lugar comum, aqui digo que a melhor maneira de falar de Soares Feitosa é ler a sua poesia, é amar a Poesia. O Brasil, a grande Pátria Irmã deste Portugal já vestido das neves da anciania, foi e será a terra prometida dos portugueses deserdados e vergados às intempéries de uma pátria exausta e sempre adiada no objectivo de se cumprir. O povo português foi à Indía, mas não provou as especiarias; foi ao Brasil, mas nunca comprou o pão com o ouro. Esta é a verdade. Já João de Barros, nas suas décadas, no século XVI, lastimava haver nas ruas de Goa portugueses estendendo a mão à caridade. Portugal foi sempre assim! Como disse o poeta José Duro, português-alentejano como eu, falecido na última década do século XIX, «o ouro de um palácio é a fome de um casebre». 

A história de um povo foi sempre a história da sua classe possidente. Até quando?

Como sucede com a maioria dos portugueses, palpita em mim uma saudade de África, uma saudade do Brasil, uma saudade do mundo além... Dos meus antepassados próximos, há descendentes em Moçambique e no Brasil. Por lá tive tios e tenhos primos que não conheço e de quem nem sei o rasto. 

Vim ao mundo na década de trinta. Morria-se em Espanha, na dita Guerra Civil, onde mataram os sonhos de Picasso, de Lorca, de Alberti, de Dolores Ibarruri, e onde vilipendiaram a vontade e a dignidade do povo espanhol. Na década seguinte, tive o privilégio de conhecer as primeiras obras da Literatura Brasileira. Na minha estante, conservo e releio, até hoje, um pouco do que se escreve no Brasil. Recentemente, já com a disponibilidade da Internet, tive e tenho também o privilégio de ler diariamente os tentames literários de tanta gente e de conviver virtualmente com alguma dessa mesma gente. E foi pela Internet que conheci o Poeta Soares Feitosa e a seu Jornal de Poesia. 

Em Janeiro último, exactamente no dia 24, Soares Feitosa presenteou-me com o seu trabalho «Mãos». É-me apresentado como um prefácio do livro «Recordel», de Virgílio Maia, autor que, indelizmente, não conheço, mas espero vir a conhecer quando tiver o prazer de ler a sua obra. «Mãos» é um trabalho que não pode nem deve ficar subordinado ao outro que é «Recordel». E não pode, digo eu, porque tem vida própria, porque deve ter vida própria. E ao ousar afirmar isto, outrossim afirmo que quem adquirir «Recordel», necessariamente adquirirá duas outras em um só volume: «Mãos» e «Recordel». 

Ao ler e reler «Mãos», senti as veias do Brasil Nordestino, vivo e perene, afirmando uma presença, hoje, do que, ontem, eu lera, em Guimarães Rosa, Lins do Rego, Amado, etc.

Obrigado, Amigo Francisco José.

Obrigado, Poeta Soares Feitosa.

Desde Portugal, exactamente de Viana do Alente, o abraço afectuoso e agradecido do

José-Augusto de Carvalho

(24 de março de 2004.)

 

 

 

Jaumir Valença 

Olá, Francisco!

[...] Bem, tudo isto para dizer que demorei a ler a sua apostila mas finalmente li. E o Catálogo parece um presente que chega assim inespe-rado, do tipo "a vizinha mandou este pedaço de bolo quentinho…".

Uma surpresa agradável, obrigado pelo presente. O Coronel é bastante generoso em deixar os seus cupinchas tirarem uma lasquinha da coisa toda e entrarem na brincadeira. "O catálogo é isto…", o catálogo é aquilo…". É, sim.

Há uma certa ternura que permeia o pensamento ao ler aquelas pá-ginas; vêm-me à cabeça a frase "nossos pequenos sistemas têm seus dias". Lembro daquela letra do Renato Russo, que diz "quero minha nação soberana, com espaço, nobreza e descanso".

Um abraço,

Jaumir

 

 

Francisco Miguel de Moura 

Meu caro poeta

Soares Feitosa

Recebi seu Estudos & Catálogos - Mãos. Excelente depoimento poético de uma época e de uma linguagem que vai-se acabando entre as bugigangas da língua inglesa, agora através do computador (internet). Mas felizmente também é uma grande invenção.

Você escreveu coisas que me fizeram lembras de minha mãe. Não esqueceu das cercas do Piauí. E os poemas? A gente segue sem vontade de imitá-los. Ao contrário dos outros poetas, você não permite emendas; está completo. Glória a nós enquanto o mundo não se acaba de todo. A literatura e a linguagem...

Abraços

Chico Miguel - 29.4.2004

 

 

Edivaldo de Jesus Teixeira 

Caro Soares Feitosa

Recebi Estudos & Catálogos — Mãos com surpresa e alegria.

A sua poesia insere-se, efetivamente, no real. É possível perceber que sua preocupação não se restringe à matéria seca da palavra; não, supera-a, para expor com intensidade a vida e suas circunstâncias.

Agradeço pela lembrança. Envio-lhe um exemplar do meu pequeno livro Das Considerações Inominadas.

Edivaldo Texeira

 

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