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Gilmar de Carvalho

Jacques-Louis David (França, 1748-1825), A morte de Sócrates

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Allan Banks, USA, Hanna

 

Da Vinci, Cabeça de mulher, estudo

 

 

 

 

 

 

 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

Gilmar de Carvalho


 


Fortaleza, Ceará - Domingo 24 de março de 2002




Cantel - por nome Raimundo



 

Muito se fala em Raymond Cantel como o professor francês que chamou atenção para os estudos sobre a literatura de folhetos do Brasil.Não é difícil imaginar o encantamento de um europeu com a descoberta de uma manifestação que, na Europa, já estava museificada, confinada aos estudos teórico - críticos da literatura e da voz, perdida nos desvãos da memória e escaninhos de velhas bibliotecas.

A chegada de Cantel ao Brasil, no final dos anos 1950, trouxe essa constatação: ainda existia um similar da "littérature de colportage" no Nordeste. E essa produção se mostrava viva, sintonizada com o mercado, permanentemente atualizada. Cantel estaria interessado no capitão Virgulino Lampião, é o que dizem as narrativas que se tecem, tão ricas como os folhetos que ele recolheu e levou para Poitiers.

Teria sido no Ceará que ele se encontraria frente a frente com essa literatura tradicional e popular. Um folheto sobre o rei do cangaço o levaria diretamente ao mito, contado de uma forma que parecia perdida.

Toda uma herança trovadoresca foi retomada, como em um instante epifânico. A leitura atualizava a voz dos menestréis e jograis. O mesmo deslumbramento que Martine Kunz experimentou no sertão de Pernambuco, quando presenciou a leitura coletiva de um folheto.

Lá e cá, a mesma descoberta, não de um sertão medieval, mas de ecos das vigílias, quando ao pé das fogueiras se enredavam as narrativas. Resíduos dos improvisos, canções de amigo e de amor, lais e outras gestas, aqui no caso de Lampião, reinventadas a partir do que Hobsbawm chamaria de rebeldia primitiva.

Estava estabelecido um nexo Sorbonne / sertão.

Voz poética que seria profética, no dizer de outro teórico, o suiço - francês Paul Zumthor, autor de A Letra e a Voz ( São Paulo, Cia das Letras, 1993).

Cantel veio ao Brasil várias vezes. Nesse ínterim, o nexo se fortalecia. Cantel amiudava as viagens. Comprava e ganhava folhetos. Formava uma coleção valiosa que, no dia 28 de março, será definitivamente incorporada ao acervo da Universidade de Poitiers, onde encerrou sua carreira acadêmica.

A curadora deste tesouro, Ria Lemaire, refaz, periodicamente, os itinerários de Cantel. Ano passado esteve durante quinze dias no Cariri cearense. No carnaval deste ano, cumpriu temporada em Campina Grande e Recife. Orienta tese sobre José Alves Sobrinho, faz contatos com Baccaro, da Casa das Crianças de Olinda. Mantém e estreita, assim, muitos laços.

Ela adquire folhetos, faz entrevistas e organizará, em 2005, um volume sobre cordel para a coleção Archivos. Tem também planos de uma publicação destinada a reconstituir as passagens de Cantel pelo Brasil. O que, de certo modo, contribuirá para se compreender a gênese dessa coleção e os vaivéns de suas pesquisas acadêmicas.

Nunca é demais relembrar que foi na França que um policial, Charles Nizard, a pretexto de coibir a edição desses pequenos livros, considerados perigosos pelas autoridades de plantão, organizou uma coletânea que preservou esses impressos do esquecimento, do lixo ou da fogueira. Incorporados aos autos de um processo, eles tiveram sua permanência assegurada.
Foi graças ao conjunto de técnicas apropriadas por Gutemberg, e que se costuma chamar de invenção da imprensa, que esse conjunto de narrativas passou a ter o suporte do papel, a voz ganhou a letra.

Aqui no Brasil, a maior parte dessas histórias de encantamento deve ter sido trazida pelo colonizador. Como a imprensa foi proibida até a chegada da Corte, em 1808, a transmissão era exclusivamente oral. E aí se pode pensar na contribuição indígena e na herança africana para a consnotasição de um corpus sincrético ou mestiço, adaptado, não apenas à cor local, mas às especificidades do Brasil. Daí não fazer sentido se falar em genuíno, autêntico ou puro.
Tudo é produto de uma circularidade da cultura, de um processo de apropriações e rejeições, de influências e trocas, de contaminações.

Foi um folheto, nestes moldes, que Cantel teve o prazer de ler em sua primeira visita a Fortaleza, quem sabe vendido por Moisés Matias de Moura, em sua banca na saída do mercado, pela rua do Rosário. Cantel sabia que estava diante de um tesouro.

Essa literatura ganhou a possibilidade de impressão com a inclusão de títulos como A Donzela Teodora, Roberto do Diabo, A Imperatriz Porcina, A Princesa Magalona e João de Calais no catálogo da Impressão Regia. O que Cascudo depois chamaria de cinco livros do povo.

Estava lançada a proposta de uma literatura que se perfazia no rastro da multiplicação das cópias, embrião do que se convencionou chamar, muito tempo depois, de Indústria Cultural.

Aqui no Brasil, o molde ganhou a possibilidade da rima, da métrica e o ponteio da viola. E assim passamos a ter os versos em sextilha ou setilhas, impressos nas pequenas tipografias, obsoletas para os grandes centros, lidos nas feiras, muitas vezes, por vendedores analfabetos, para platéias absortas. Leitura interrompida no melhor da história para provocar as vendas.

Objeto de estudo de folcloristas, como Sílvio Romero, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso e Leonardo Mota, e de recolha e anotações, de próprio punho, de Mário de Andrade. Até que vieram os estudos acadêmicos, no campo da literatura, antropologia, sociologia, lingüística, história e semiótica.
Quando Cantel chegou ao Ceará, no final dos anos 50, essa literatura florescia. A Tipografia São Francisco, de José Bernardo da Silva, em Juazeiro do Norte, era seu grande pólo produtor e irradiador para todo o país.

Em Fortaleza, destacava-se a Tipografia Graças Fátima, de Joaquim Batista de Sena, paraibano que se radicou durante muito tempo entre nós, autor de uma obra que merece ser estudada.

A cidade tinha menos de 500 mil habitantes. O cine São Luís tinha sido inaugurado, a catedral esperaria mais de dezoito anos, e o porto do Mucuripe devastara a Praia de Iracema. O fornecimento de energia elétrica era precário. Havia seqüelas da seca e das eleições de 1958 e grande expectativa pela inauguração de Brasília e da Tv Ceará, que iria ao ar em novembro do ano seguinte.

Os grandes jornais circulavam à tarde e a rádio Dragão do Mar era a mais ouvida. Ayla Maria cantava Babalu. O prefeito era Cordeiro Neto, o homem da lata e o governador Parsifal Barroso era homem das letras. A Universidade do Ceará tinha sido consnotasída quatro anos antes. O Banco do Nordeste se expandia e a Sudene se implantava.

Cantel deve ter-se encantado com o mar de Paracuru, onde passou alguns finais de semana na casa da amiga Neusinha Góis.

A partir dele, os estudos sobre folhetos ganharam visibilidade e aumentaram de quantidade. Ele teve esse papel de divulgação no exterior e, entre nós, chancelava essa literatura, ainda hoje vista com preconceito por uma parte das elites que pensa só existir a alta cultura.

Cantel fez o circuito nordestino. Foi interlocutor de Câmara Cascudo e, no Crato, esteve com J. de Figueiredo Filho, autor de Folclore do Cariri ( Fortaleza, Imprensa Universitária, 1962) e organizador de Patativa do Assaré - Novos Poemas Comentados. (Fortaleza, Imprensa Universitária, 1970).

Figueiredo Filho que fez a ponte entre Cantel e Patativa. O poeta relembra: Ele foi o portador do meu livro Inspiração Nordestina lá na França. E esse livro, houve um estudo sobre esse livro...É o doutor Raimundo Cantel.

Dá para invadir a cena: Eu estava no Crato e o J. de Figueiredo Filho me procurou, me levou para apresentar a ele. Eu recitei umas coisas pra ele e tudo. E ele próprio portador do livro levou para a França. Eu autografei um livro pra ele, viu? Pois, olhe, eu conheci esse doutor Raimundo Cantel.

Juntando as peças do quebra-cabeças ou invocando a figura mítica do uróboro, serpente que morde a própria cauda, Cantel também entrevistou Patativa que lhe recitou Dor gravada que, em 1979, abriria seu disco Poemas e Canções, produzido por outro Raimundo, mais conhecido por Fagner.

Cantel entrevistou Patativa no mesmo gravador que estás gravando/ aqui no nosso ambiente? / tu gravas a minha voz, / o meu verso, o meu repente, / mas gravador tu não gravas/ a dor que meu o peito sente.Tantas pessoas passaram pela vida de Patativa - e Cantel seria mais um - ,e sempre muito cético, ele disse: que eu sei bem como é, como são os pesquisadores, a sua maneira, a sua qualidade pra poder arranjar aquilo que ele está interessado. Cantel não esquecido por conta da memória privilegiada do poeta pássaro e pelo fato de ter levado sua obra para a Sorbonne Nouvelle - Paris III, onde o divulgou em seus seminários.

Dá para visualizar Cantel lendo os poemas, já no final dos anos 70, do recém - lançado Cante lá que eu canto cá ( Petrópolis, Vozes, 1978). O austero edifício da universidade reverberava a leitura em voz alta de uma poesia que foi feita para ser fruída assim.

Para homenagear a doação formal da coleção Cantel à Universidade de Poitiers, Martine Kunz vajou para lá, José Lourenço fez uma xilogravura e o registro de Patativa falando de Cantel foi gravado em cd. Lembranças e saudades se entrelaçam, tradição e novas tecnologias são apropriadas (a fotografia de Cantel para servir como referência do portrait , cortado em xilogravura, chegou de Poitiers pela Internet). Ficou faltando um folheto para comemorar a festa. Patativa não é de fazer laudatórios (ainda que outro dia tenham usado fragmentos de um improviso dele com finalidades políticas).

A melhor homenagem é a certeza de que, apesar de todo o agouro, o folheto continua vivo, impresso, na música do Cordel do Fogo Encantado, na poesia visual do cinema e vídeo contemporâneos, na xilogravura de Juazeiro do Norte, Bezerros e Caruaru, na performance dos Irmãos Anicete e na voz rascante e anasalada dos cegos de feira.



© COPYRIGHT 1998 Diário do Nordeste.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gilmar de Carvalho


 


Novent'anos de Patativa do Assaré


Poesia e liberdade: canto de trabalho


Gilmar de Carvalho
Professor


 

O aboio ecoa, plangente, como chamamento e elegia, pras bandas de Assaré, que significa atalho.

A cadência dos apanhadores de coco, do litoral nordestino, se transformou em uma dança ritmada ao som de palmas, em volta da roda, como quando canta dona Selma, de Olinda para o resto do mundo.

Cantos que teriam vindo da Idade Média, com as canções de "toile", o lamento das fiandeiras, para espantar o sono. O trabalho de muitos outros era cantar, como os trovadores e menestréis, com seus fagotes e rabecas (como a do Cego Oliveira.

Canto que depois passou para o território da mineração, bodejo escravo que denunciava o banzo da terra mãe e os maus tratos a que eram submetidos.

Cantos de engenho (canaviais do Cariri), cheiro forte da rapadura fumegante, nos tachos de metal. "Engenho novo / seu Francisco está para moer". Gente que traduzia o suor na forma de canto.

Patativa, na serra de Santana, fazendo de seu ofício poético um canto de trabalho. Canto solitário e silencioso, ritmado pelo bater da enxada, no chão de barro, que se confundia com as paredes de taipa da casa em que ele nasceu. Barro que emendava com os tijolos do ladrilho e se fundia com aquele chão sagrado.

Patativa compondo seus poemas, sem lápis e sem papel. Guardando tudo na memória, como se armazenava feijão-fava e milho, nos silos de folha-de-flandres.

A poesia como canto de trabalho, que o embalava por dentro e que só muito depois podia brotar como a semente do chão.

Movimentos sincronizados: o do barro que era escavado e o acumular das camadas de versos que sedimentavam um poema por inteiro.

O prazer de compor e de cantar. Uma poesia comprometida com a terra, que é roça e semeadura, que é broto e floração. Patativa fazendo com que todos cantassem o que tinha sido tecido na surdina, com o poeta concentrado no que fazia, tendo consciência de que outra era sua lavoura.
Poesia e trabalho, no campo, como variantes de um mesmo amor a sua gente. Poeta espantalho, ao sol do meio dia, atraindo os pássaros e sem querer muita conversa.

Um Patativa que sabia de sua condição de cantor (do trabalho), como se fizesse antigas bucólicas, porque seu canto sempre foi contemporâneo e ancestral.

Um Patativa que tinha consciência de sua condição de pássaro, escondido na mata, uma patativa imitando todos os pássaros, camaleônico em seu cantar, virtuose, liberto de todas as gaiolas, dando asas à imaginação.

A poesia como canto de trabalho. Uma obra construída como se faz uma parede de taipa, a armação de madeira, trançada, o artesanato de modelar o barro, com a paciência do ceramista que esculpe a figura ou o vaso, como Ciça do Barro Cru.

Compor solitário e cantar fraterno. Como se o solo, a capela, pudesse se transformar em uma polifonia desafinada, rascante e cabocla.

A poesia de Patativa ganhando, outra vez, a dimensão da voz, ela que nunca perdeu esse registro da oralidade e que só muito tempo depois, amplificada pelo rádio, pode assumir a condição do impresso.

Um Patativa que espalhou seu canto, mavioso, como se fosse um vento que soprasse no final da tarde ou uma chuva que tudo fertilizasse, terra molhada em sua serra, paraíso particular, onde deixou a mais valiosa de todas as sementes: a da poesia.

Uma serra solo fértil para o ofício poético, como a do Teixeira, na Paraíba, berço de tantos cantadores e cordelistas. Ou uma serra que se fez poesia, por conta da influência de um Patativa seminal, fundante e, por isso mesmo, mítico.

Serra como um "locus" privilegiado, comunidade poética onde o "pássaro" não apenas se refugia, mas onde busca os parceiros de aventura: Geraldo, Maurício, Cícero, Miceno e muitos outros. Poetas que estiveram juntos no "Balceiro" (Secult, 1991) e outros que chegaram depois, como Flávio, ou sua neta Toinha, filha de Inês.

Que sentido faz essa poesia? Que dimensão social ela atinge? Que papel desempenha para esses poetas / roceiros da serra de Santana?

Patativa faz questão de subir a serra, semanalmente. Freta um carro, faz algumas compras e vai "brincar" de fazer poesia. Quando chega lá em cima, dezoito quilômetros de areia batida, muita pedra e pouca água, se concretiza seu sonho de lugar. Lá está a terra não prometida, mas possuída. Sua dignidade e altivez podem provir do fato de ter sido filho de pequenos proprietários rurais. Sua relação com a terra é de amor, não de luta ou de expectativa, como a de muitos outros.

Em volta da mesa de cedro, retangular, de cerca de sessenta centímetros por quarenta, sem toalha, duas cadeiras são postas. De um lado, Patativa, despojado, como quem sabe que precisa apenas dele para fazer poesia. Do outro, preferencialmente, Geraldo Gonçalves de Alencar, de lápis e caderno em punho, pronto para o duelo pela palavra.

Cada qual dá um mote. Patativa cria sua estrofe na cabeça, enquanto Geraldo escreve na folha branca do papel. Estamos diante de um torneio, com suas regras rígidas, ainda que o jogo seja marcado pelo prazer. Vence a poesia, no ritmo ágil com que eles vão dizendo seus versos, que se justapõem e formam a estrofe, com a melodia da rima e a observância do mote, misto de motivo e prisão.

O jogo avança. "Mote vai e mote vem", arremata Patativa: "Digo a verdade completa / Pois tenho rima de saldo / Com meu amigo Geraldo / Dou volta de bicicleta / Porque nasci poeta /Ele é poeta também / Por isto eu me sinto bem / Vamos a tarde brincar/ Eu com Geraldo Alencar / Mote vai e mote vem".

"Nesta tarde de verão / Estou muito satisfeito / Sentindo dentro do peito /Badalar o coração / Não me falta inspiração / Nem a você falta também / O que eu tenho você tem / Você diz eu também digo / Hoje aqui no seu abrigo / Mote vai e mote vem".

Agora quem dá o mote e começa a glosar é Geraldo: "A chuva não quer chegar'":

"O nordestino padece / Com este sol causticante / Mesmo que no seco plante / A chuva não aparece / O povo reza uma prece / Mas o sol é de amargar / Para a pessoa plantar / No sertão esturricado / Pois aqui no nosso Estado / A chuva não quer chegar".

"Vejo grande padecer / Da serra até o sertão / É verão, verão, verão / Sem a chuva aparecer / Que é para a rama crescer / E a criação escapar / É grande o nosso penar / Aqui no nosso terreno / Quando vem é um sereno / A chuva não quer chegar".

E, pela tarde adentro, se estende essa peleja sem viola, com os contendores frente a frente, parando para tomar um café. Patativa, orgulhoso por ter um conterrâneo parceiro, herdeiro presumido, por saber que a tradição continua, que a poesia permanecerá neste e em outros cantos, que a oralidade registrou e que a transmissão confirmou.

Os poetas da serra formam uma comunidade cujo patrono é Patativa e a poesia continuará a ser um canto de trabalho, de amor à terra e de compromisso dessa gente com a palavra.

Descer a serra é deixar para trás esse mundo, que faz do torneio uma forja de poetas modelados do barro, em cujas narinas a poesia sopra o que poderíamos chamar de trabalho (e que outros poderiam chamar de inspiração).


Gilmar de Carvalho é doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.
 



Esta página de Gilmar de Carvalho faz parte de um caderno especial do jornal O Povo, sobre os novent'anos do véio Patá, o Patativa de Assaré, o maior cantador e cordelista do Brasil. Veja os outros ensaios:

  1. Cronologia. Miscelânea de folhetos. A equipe de O Povo

  2. Ariadne Araújo - Conversa de passarinho

  3. Eleuda Carvalho - "Seu Mané Bocais e seu Luiz de Camonje"

  4. Luiz Tadeu Feitosa - Senhor e vassalo das palavras

  5. Sílvia Bessa - Boi zebu e as formiguinhas

  6. Luciano Almeida Filho - Cantiga da diáspora

     

 

 

 

 

19/05/2006