Carlos Nóbrega
O mar Oh grande falta de sombra incendiada Azul que arde. Só sal e vento e sol e coisa infinda. Eterna tarde.
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O mar O Insone. O que é um abraço só cheio de nomes: o índico... O impaciente. O sêmen espumante de todos os entes. E o bolero-de-ravel que ele repete sempre
O passado Tudo vive a cair lentamente Lentamente indo ao chão como um som vem caindo em busca de repouso - lentamente à sua cova de silêncio
O século seguinte eis o tempo da profunda busca Em que se busca o que já está nas mãos
O sonho o cão dorme. Seus ossos estão cheios de lua
O vento Já tão velhinho o velhinho que não envelhece mais - Se dissipa em cabelos e olhares Vai no vento como os jornais
Os odiantes Vejo que faz barulho de ferrolho contra ferrolho o mesmo ranger do mergulho de um olho em outro olho