Allan R. Banks (USA) - Hanna

Juarez Leitão


Primo Poeta:

A pintura... esta mulher que, da montanha, se iguala às nuvens e, de singela e triste, se faz tarde ou manhã, os seios,Juarez Leitão certamente ávidos das mesmas mãos que destilaram FEMINA e se condenaram eternamente a transpirar essências. Esta mulher é o nosso pecado mais sagrado, aquele que guardamos no melhor alforje das estimações, como a farinha-com-rapadura dos comboieiros, para meter a mão e enchê-la de um bom bocado a saciar a fome. A fome nordestina de mil anos, a fome ardente dos seminaristas. Aqueles que fomos e ainda somos.

O poema e a moça vêm em boa hora para a solidão desta madrugada.

Abraço do primo.

Juarez

   
 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

Eliane Accyoli Fonseca

 


Caro Soares Feitosa,

não lhe perguntaria pelo desfecho da detetivesca história. Na vida como na arte, não há começo nem fim —: HÁ.

Peço-lhe que me permita contar-lhe outra versão, que em nada desmentirá a do sonho/pesadelo de Feitosa:

Uma restauradora, em cujas mãos uma vez parou um retrato a óleo, pintado por um tal de Allan R. Banks, também norte americano e nascido em 1948. Coincidência, não é? Nome, nacionalidade, data de nascimento... E ainda, a tela chamava-se Hanna.

A restauradora em uma de suas idas a Illinois, conheceu a modelo, ao vivo: ainda bastante jovem, traços suaves e marcantes, um paradoxo! Pernas delineadas e fortes, braços longilíneos, mãos afiladas. Gostava de dançar e tocar rabeca.Eliane Accyoli Azevedo Abusava do vermelho, cor predileta, a que melhor lhe caía. Aliás, o carmim deixava-a com ar de ninfa, embora tais seres míticos vistam-se de branco.

Um dia o retrato desapareceu da sala de sua casa, deixando a marca da moldura na parede. Nunca deixou que apagassem o contorno. Dizia que nele enxergava o quadro de sua primeira mocidade, como se ainda ali dependurado. Entregou-se ao sonho — quem o roubara por ela se apaixonara, sem coragem de se declarar. Morreu poucos anos depois, consumida pelo misterioso amor. Nem sabia se o homem amado, o ladrão apaixonado, de fato existiria. Apenas acreditava com todas as fibras de seu coração.

Confiou no amante próximo e distante, como nunca duvidou da existência do vento.

Um abraço,

Eliane Accioly Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

Francisco Perna Filho


Caro Soares Feitosa,

A nossa vida é feita de recorrências. Não sabemos ao certo em que tempo estamos. Segue um texto meu, publicado na Revista (uma recorrência) que, assim como o quadro, foi feito para você. 

Abraço amigo do

Chico Perna.


O que sabemos a respeito de nós mesmos?

             

No meio do caminho desta vida

me vi perdido numa selva escura,

Solitário, sem sol e sem saída.

(Dante Alighieri)

 

A luz, que para muitos pode cegar, torna-se essencial paraFrancisco Perna outros, já que enxergar é ir além do que a vista alcança, quando, ao traduzir o visível, ampliamos o sentido das coisas e, com elas, compomos a alegoria da existência.         

Tudo o que sabemos a respeito de nós, de algum modo, nos foi dado a partir dos outros, a despeito de qualquer vontade nossa. Impressões que vão compondo os estereótipos do mundo, apesar de serem, muitas vezes, rasas demais.         

É bem certo que não sabemos quase nada, mas algumas respostas poderemos encontrar quando passarmos a observar o mundo mais detidamente, e isso, de certa forma, poderemos aprender com a arte, bendito fruto dos nossos artistas, tributadores da nossa inexperiência, do nosso convívio, das nossas diminutas percepções. São eles redesenhadores de um mundo que sempre quisemos e queremos, coberto de humanidade.         

Talvez jamais saibamos, embora necessitemos de um mínimo de compreensão para suportarmos essa árdua caminhada, arrebatados que estamos pelo mercado que nos segrega, pela fúria de um capital que nos diferencia, pelo abismo imposto por todas essas diferenças que a “modernidade” nos impõe.         

Quantas obras literárias teremos de ler para que  alcancemos uma  compreensão do que é humano, para saber que Quixotes são necessários à nossa sobrevivência, que as utopias alimentam a ilusão da nossa perenidade e, que com elas, refazemos, a cada dia, os nossos moinhos de vento?         

De quantos Míchkin necessitaremos para humanizar o mundo? De quantos Riobaldos para nos revelar a profunda  geografia das nossas obtusas almas? Quantos Lorcas para nos dizer das agruras de uma morte inocente? De Jivagos, laras, Kareninas, Bovarys, para sabermos o quanto dói a perseguição, a calúnia, a ofensa e a maldade que, nos nossos dias, têm sido freqüentes?        

Tudo isso nos leva a refletir sobre o valor da arte, sobre as possibilidades que o artista tem para transformar as coisas. Tudo isso nos faz crer na transformação do espírito, nas cores de um novo amanhecer. Só a arte nos livra do tenebroso anoitecer da ignorância, só ela  nos faz avançar para além do que nos prende.

 

   
 
 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

Sérgio Sant'Anna

 


Bonitos o conto e as imagens, Feitosa.

Parabéns.

Sérgio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

José do Vale


Soares Feitosa: sendo de 1948, do mesmo gargalo da ampulheta do pintor que o teu texto repinta. Uma viagem fisgada por um anzol, o nome do personagem, Teófilo, deixando-me em cenas, atitudes teimosas, persistentes, sem desviar-se do seuJosé do Vale Pinheiro Feitosa objetivo, igual um Teófilo, o Rodolfo, da primeira metade do século XX, aliás uma geração de Cearenses de causar inveja: Leonardo, Quintino, Salles, e por aí.

Uma boa edição, o quadro crescendo, até chegar à sua plenitude de exposição adequada ao olhar.

Um texto e um edição de poeta.

Abraços. 

José do Vale 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

Alberto da Cruz

 


 

Teófilo prendeu-se ao sonho, trazendo a fantasia onírica para sua vida. Preso por uma pintura desconhecida, dirige a existência, fascinado pelo desconhecido. “Hanna” representa mais do que um simples retrato, talvez seja a consciência perdida que viera ao seuAlberto da Cruz encontro. Na segunda hipótese, seus sonhos lhe revelam a imagem da sensualidade perfeita. Seria uma projeção de seus desejos?

No mais, um conto intrigante, cheio de interpretações.

Um abraço

Alberto da Cruz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

 

Ana Flávia Azeredo de Marins

 


 
 

Soares,

Lindo este texto... achei incrível brincar com as muitas possibilidades sobre o mistério... este quadro? Que beleza única e rara...

Adoro tudo o q está ligado a arte

Abraços

Ana Flávia
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

Rodrigo Hésed

 


Olá Soares!!!

 

Adorei o abraço literário em Hanna!

...os rumos da lenda da gravura sem desfecho... estão a delinear os pensamentos de quem a cria em seus mistérios.

 

Rodrigo Hésed

 


http://vitamanifesta.zip.net

 
 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

Myriam Peres

 


Meu querido amigo Soares Feitosa!

Boa noite! Como vai?

É, com o coração nas mãos, que escrevo para você. uma pessoa que tem , dentro de si, um manancial de sensibilidade eMyriam Peres carinho pelas belezas da vida..

Tudo em você emana arte, cultura e amor. Na Literatura, você abraça as palavras, dando um cunho de carinho e magia ao oferecê-las, para nossa felicidade.

Adorei seu texto e apresentação, tão cuidadosamente elaborados. São esses detalhes que põem a sua beleza interior para enriquecer seus trabalhos. Estou feliz, sabe por que? Porque estou entrando nessa plêiade de artistas e poetas.

Muito obrigada pela sua aceitação, ao permitir minha humilde presença ao seu lado.

Que Deus nos abençoe e proteja sempre...

Beijinhos

Myriam Peres