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Inez Figueredo

inez.figueredo@gmail.com

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia :


Ensaio, crítica, resenha & comentário:


Fortuna crítica:


Contos:


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

Jornal do Conto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

Inez Figueredo


 

Bio-Bibliografia

Inez Figueredo, poeta, contista, cronista.
 

Trabalhos :

  • Revista de literatura SEARA –Ano V número 7- 1991-Fortaleza Ceará;

  • Coletânea Primeiro Prêmio Ceará de Literatura – Contos e Poemas 1994

  • Antologia, O Talento Cearense em Poesia- São Paulo, Maltese - 1996

  • Revista de Literatura Espiral, números 1,2,3,4,5,6,7-anos 1995/2002.Fortaleza Ceará (Fundadora)

  • Literatura - Revista do Escritor Brasileiro - Brasília, números 15, ano VII-1998; 16, ano VIII - 1999; 17 ano VIII 1999; 21 ano X 2001.

  • Antologia “ A hora e a vez dos nossos cronistas” Segundo Prêmio Ideal Clube de Literatura.Fortaleza – Ceará 1999

  • Antologias: Amor nos Trópicos, Água nos Trópicos, Fauna e Flora nos Trópicos.Organização de Beatriz Alcântara e Lourdes Sarmento, Programa Editorial Casa José de Alencar- Fortaleza Ceará.Anos 2000/2002

  • Literapia – Revista da SOBRAMES – CE, número II, julho – 2000

  • Revista Arraia Pajeú, ano I, Número I, Prefeitura de Fortaleza, 2002.

  • Antologia, Poemas Para a Paz, Coordenação Nilze Costa e Silva,
    Edições INESP- Fortaleza Ceará, 2001.

  • Antologia,Talento Feminino em Prosa e Verso, Selo editorial REBRA, São Paulo –2002.
     

Publicações:

Livro Poemas:

  • O POETA E A PONTE, Editora Talvegue 1997.

  • ESTRELA VIDA MINHA, ganhador do Premio Obra Publicada-Poesia em 1994 no Concurso de Literatura do Ideal Clube.

Prêmios:

  • UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES,UBE,1996 (Crônicas)

  • IDEAL CLUBE DE LITERATURA,1999 (Crônicas)

  • SECRETARIA DE CULTURA DO CEARÁ,1993 (Contos)
     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Thomas Colle,  The Return, 1837

Inez Figueredo



LIBER


Sob a verde seda
que parecia de olhos fechados,
pálpebras silenciosas,
o secreto movimento era belo,
coisa misteriosa.
E no exíguo espaço
onde mesclavam-se rumores,
sussurros de um rio,
determinado modo de mover-se sugeria
flexível corpo de fera,
herança das Estrelas.

 

   

 

Valdir Rocha, Fui eu

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Hélio Pólvora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

Inez Figueredo


OFÍCIO DE CURA
 


Passadas as bordas, não há limites.

Millot. Nobodady.: A histeria do século pag.61
Cit. In: A Traição de Penélope /Lucia CastelloBranco.
Pág.155; São Paulo:Anablume,1994.

 

 

Permita-se às faces
da minha fúria e do meu sonho
precipitarem-se na espessa esfera
onde as serpentes.
A meus dedos d’areia
do Tejo, Tigre ou Amazonas
perquirir o caco da perdida semente.
E se não se permite
depois de Almodóvar, James Joyce
Leminski, Freud, I Ching, Lou, Woolf,
Ó meu Deus,
tanta circunavegação, tanta literatura,
impossível explicitar todos os termos meus!
Por exemplo, o limite entre o que é
e o que foi como uma nuvem escura.
Como na outra noite
sentada no meio fio da lua
entre estranha gente
a trincar o negro corpo fungível, inconcluso,
mordendo, impaciente,
obscuros signos dentre tintos seixos,
a mirar a insana, perjura, semibreve figura.
(Jack Kerouac, ali, solto no ar. Ana Cristina a meus pés).
Saliva em vera boca, poça verdadeira,
por fim, manancial entre dentes.
Líquido veneno do indizível texto.


 

   

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Reflexion

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Artur Eduardo Benevides

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Exposition of Moses

Inez Figueredo



REMEMBRANÇA


Falo de ti
sob os ásperos semáforos
da rua que quase enlouqueceu.
E rememoro tuas pernas e teus braços
e ponho a mão onde puseste o passo
eco da antiga claridade que era assim.
E abrindo a tampa do oblíquo alçapão,
sob todos os cílios, baixo as pálpebras
acossada por centenas de pássaros
cheirando a ervas ruminadas
na boca trêmula da dupla lua.
Eu transeunte, embora,
de uma outra,
nesta rua louca, perdida, impregnada,
dobro a esquina onde uma rapariga se esfuma
guarida alhures, lá, pelas bandas do mar.
Então, rouca, choro e saúdo uma nova lua
clara, tão clara, tão rara!
Onde se avivam rastros de mim.

 

   

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), The Pipelighter

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Poussin, The Triumph of Neptune

Inez Figueredo



Caro caboclo Soares

Joelhos & Mel:

Para decodificar, a partir de mim mesmo,aplicando, talvez,como tábua decodificadora o Poema que te enviei (Artelhos) acho que vou levar um tempinho largo de ruminação...!!!Haja pasto e capim gordura!!!

Da caixa postal aos corrós de açude:

Outra coisa,a pesca foi deliciosa e o peixe saboroso e suculento. Com prazer degustei o peixe que me enviaste por vários dias e o modus fasciendi foi aquele que os meus sobrinhos chamam de peixe com areia, isto é: mirada longa sobre o mar e caminhada descalça na areia...

 

Femina:

Dando uma olhado no seu jornal deparei-me mais uma vez com seu poema Femina que a cada dia fica mais belo. Que belo! Oxalá me fosse permitido introduzir em mim o perfume que dele emana...!
 

Lindo, garoto!!!


Fica com Deus.
Inez Figueredo

 
 

   

 

José Geraldo Neres

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Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Cleópatra ante César

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

Inez Figueredo



QUIXOTE, PORÉM SOL.


Resignificando todas as coisas,
um sol bem grande aproxima- se,
espatifando a noite em gomos amarelos,
circundando os lótus distraídos,
reavivando o brilho do opaco lodo,
desatento às horas, pisando os segredos.

Quixote, Meu Senhor, Meu Amado,
a mim vieste da imensidão do nadir,
da infinita esfera, negra azulada,
uma das três Supernas que a ti gestou,
a desatar as fitas das galés,
rompendo em si a névoa e em mim a dor.

Ó Quixote, amargo é saber!
Sou o que Sancho, o duplo em ti, pode ser
quando atravessa-me curvo e embuçado:
um vulto solidário que, às avessas,
em cada rastro teu coloca seu lastro
e acompanha-te pelo mundo fascinado.

Ó Quixote! Ó Quimera, Ó Quimera!
Dentre as árvores, que damas se tornaram,
o cicio dos pássaros exorta-te
a afastar o véu que a luz aterra,
clareando os moinhos, avivando a Pena
mergulhada em tinta de lágrimas e vinho.

Ó Pena! Ó Pena!
Tremula-me às mãos por Dulcinéa, a bela,
a que se faz pagar com nossa alma eterna,
aquela que, Palavra, há de dizer-me, um dia,
(com suas aias, suas saias, suas rendas)
do mudo Verbo no formulado Reino.

Enfim, Quixote, Meu Guerreiro,
universo confuso, encharcado d’aurora,

por um Deus desenhado Cavaleiro
a trotar meu corpo vagamundo,
expandindo meu coração de gozo,
entupindo minha boca de areia.

Pois bem, Quixote,
sejas tu insano, sejas vero, sejas linfa às minhas tenras veias,
não coube a mim certeza.A galope, portanto!
Marca-me. Em mim tatua o símbolo fecundo,
Sacro Conjunction: rosa rubra na delirante cruz.
Fincado às altas ameias.

 

   

 

Rodrigo Magalhães, 12.2.2005

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Sophie Anderson, Portrait Of Young Girl

 

 

 

17/05/2006