Do
Círculo Hermenêutico Periférico
ou
Da
Introdução aos Símbolos
Soares Feitosa
9.
Varapaus da Bíblia?!
Estás a brincar, senhor Soares?
Esta é
a frase preferencial que gosto de empregar ante algum disparate.
Copiei-a de Richard Feynman, um Nobel de Física, visionário da
nanotecnologia, o verdadeiro gênio-multi, um Leonardo da Vinci da
modernidade, a quem sempre recomendo os jovens
que me escrevem.
Feynman está aqui, neste texto:
email a um jovem poeta,
matéria que foge a este tema, mas não muito, porque, no final, os temas, todos eles, estão interligados.
Varapaus
da Bíblia,
senhor? Isto mesmo! Os varapaus de Mateus, Marcos, Lucas e João na
passagem do Horto das Oliveiras. Deixemos para depois, porque
em primeiro os símbolos do BB e BNB.
10.
O símbolo do BB, veja!
Tome
sua mão esquerda. Só serve a esquerda. [Se o leitor é maneta,por
favor não se acanhe. Peça a alguém para demonstrar para si. Com a
esquerda, é claro]. Leve a mão esquerda à altura dos olhos. Feche o
punho. Enfie o polegar por entre o indicador e o fura-bolos.
Mantenha o braço em torno dos 45 graus, à altura dos olhos.
O
polegar, por entre os dedos, é o traço ao alto desta figura, no
canto direito; os seus
tendões retesados, abaixo da mão: perfeitos, o risco inferior
da figura, à esquerda, em azul. Os "cantos" dos dedos, exatos: os contornos do
símbolo do BB.
Confira, agora, por trás da mão, a posição de seu polegar saliente:
vermelho, rubro, injetado, rijo e assustador.
Uma figa!
Sabe o
leitor o que é a figa?
O
candomblé a incorpora como símbolo de espantar mau-olhado, mas
sua
origem européia, uma ancestralidade de milhares e milhares de anos, é
esta: fica, ficæ (pronuncia-se fica, fique), a expressão
latina, desde Roma, antes de Roma... do chulo «vá tomar no c*!». Assim mesmo, com exclamação.
[No candomblé, não seria um símbolo de todo saudável, posto
que "arma", na defensiva, um pé atrás, um tremendo
chega-pra-lá contra tudo e contra todos, um erga omnes,
inamistoso].
Não
é necessário descrever os efeitos de um estridente um «vá tomar no c*!», de manhã, de
tarde e de noite, ainda que ninguém o perceba. Vale lembrar que o símbolo é tanto
mais real, verdadeiro e eficiente, quando ninguém o percebe! Sim, o
que tal "ordem" há de
produzir na anima do quadro funcional do Banco do Brasil?! E dos acionistas?!
De fato, quem aceitará o
disparate do «vá tomar no c*!». Até mesmo os transeuntes, que nada tenham a
ver
com
o banco, hão de "ler", posto que o símbolo, afinal, se destina mesmo
é a ser lido. Lêem, não como quem o projetou quis que lessem-no, mas como há de
ser lido, sob os símbolos, desde os símbolos.
Repare
agora no alto, lado esquerdo, perna azul, em dobre, da figura. Forma um "b", é certo,
mas forma uma pessoa de cabeça para baixo. Veja, em amarelo,
outro "b", agora invertido, um "p" às avessas,
que é também uma outra cabeça. Uma cabeça sinistra! Repare, na mesma simetria, do outro
lado, embaixo: a perna azul formando o "p" avesso, e, com o contorno
amarelo, formando alguém de cabeça para baixo. O banco, seus
clientes, funcionários, dirigentes e acionistas — ora o sinistro,
ora o de
cabeçapara baixo!
Floriano Martins, poeta e também "feiticeiro", passou-me um email:
"Lembro aqui um outro detalhe maligno do logo do BB, que é a
inversão da conjunção do 69. Veja: de longe se percebe melhor que se
trata de um 96 inclinado, e o 96 é o símbolo da disjunção, os
números de costas, rejeitando qualquer conexão, dentro da sexologia
se poderia dizer que o 69 é o sagrado enquanto que o 96 é o profano,
isto posto a reafirmar a tua idéia de que o logo é maligno.
Desconfio que no zodíaco também, acho que o símbolo de Peixes, que é
símbolo da conjunção, evidencia ou reforça o desacordo deste 96
maligno, os números copulares de costas, donde já se viu?!"
E, como
se fosse pouco, também é nó, dito nó-de-homem, o nó que, quanto mais
puxa, mais aperta, o popular nó-cego. O que dizer de uma
operação bancária
repleta de nós-cegos?!
E,
para encerrar: repare no quadrante inferior direito, a "cabeça" em
azul. Olhe calmamente. É uma mão fechada, um punho, o punho direito,
o cotovelo apoiado na "mesa" amarela... Um punho, o braço dobrado em
forquilha, justamente a despachar uma "banana". Sim! Despache você
mesmo uma "banana" imaginária, com o braço direito, tal qual se
despacham todas as "bananas". O cabeçote em azul? É a mão, terrível,
no gesto chulo do "tome!".
Repare
no outro cabeçote, em azul, em cima, lado esquerdo,
oposto, só nele. É um açoite, um "martelo", uma mão de monjolo,
azorrague de auto-suplício, vide penitentes de Barbalha, CE,
e as cenas assombrosas da auto-flegelação, Filipinas e Iraque:
pafo-pafo-pafo, às esquerdas e às direitas, por sobre os ombros,
alternados, pafo-pafo-pafo, o terror, o sofrimento, a pena.
Não é
por menos que o venerando Banco do Brasil tem passado por tamanhas agruras. O pior é que seus funcionários, clientes, dirigentes,
acionistas e público em geral, não lêem. Aliás, "lêem-no" todo
o tempo. E intuem-no. Por isto mesmo, malgrado a boa índole de seus
funcionários, o banco... o Príncipe.
11.
Agora a demonstração do
símbolo do Banco do Nordeste
Vimos
as palavras generosas da descrição do símbolo do BNB, na página
anterior.
Não sei se foram as palavras do desenhista premiado, concurso
nacional, rigoroso.
Repare agora, por seu favor, se isto não
é... uma... uma bunda! Com
uma vassoura, em penacho, nela enfiada. Até o talo!
Ao lado, o
rascunho em tracejo simples. Não é para olhar "de frente", mas algo de
lado, em súbito. Bingo! Uma bunda!
Tanto
mais grave quando se constata que a visada da foto (desenho) foi
tomada a partir do chão. De fato, para alguém colocar o traseiro
para cima, há de estar em pé, porém com a cabeça nos pés, como os
acrobatas, abraçando os
tornozelos,
a cabeça entre as as pernas. E, no lugar da cabeça, no lugar do
rosto ("imagem e semelhança"), as nádegas.
Mais a
vassoura. De talo firme. Pior, uma vassoura de penacho para cima, direcionada ao
chão. Queda. Melhor que fosse aos céus, ainda que de bruxa,
a vassoura, mas em posição de vôo. O vassourame do BNB aponta ao pó,
destruição, em 45 graus, queda. Pior,
sinistra. Entalante. Empalante.
Repare
agora no logotipo estilizado. O penacho terrível, com licença da
palavra, no "raibo" da Nação!
E sua atração por cuecas!
Entalou tão profundamente que embranqueceu o talo da vassoura.
Como dizemos
por cá, nossa herança ibérica: bassoura! Repare calmamente.
Persigne-se,
ainda que não acredite.
Agora,
a mesma figura sob uma nova estilização, não menos terrível: uma
mão! Estariam, parteiros, a enfiar a mão?! Aliás, enfiaram-na, tanto que
ela, mão, espalmada, já está de volta! Teria entrado pela boca.
Caminho inverso ao
da vassoura, parece.
Se é
assustador?
Você
tem dúvida?!
Repare
novamente. Mil vezes. Leia e releia.
Persigne-se. Amém.
Uma
nota:
Leitor, desculpe a ênfase. A fala dos profetas e feiticeiros não
pode ser calma. Não sou nem uma coisa, nem outra, já disse. Um
pacato cidadão a quem o destino impõe essa loucura de ler coisas ao
não-juízo. Nada contra o Partido dos Trabalhadores; muito menos contra o Banco do Brasil e
o BNB. Contra os respectivos símbolos, sim. Pau e cobra, mostro-os.
A ferroada da serpente, o calcanhar ferido; mais o soro anti-ofídico
polivalente, do Butantã. E a conta da farmácia. Persigno-me. Quem
pode mais do que Deus? E o cabra restabelecido. Novinho em folha! Terminei de
tratá-lo. Amém.
Índice - basta clicar:
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Início desta desta página: Do Círculo Hermenêutico
Perifério ou Dos Símbolos — Prólogo e proposta.
-
O
Partido dos Trabalhadores e sua crise de 25 anos, algo a ver com
os símbolos?
-
Os símbolos
do PT, decifrações.
-
Os
símbolos de Severino Cavalcanti e sua crise mensalinha.
-
Os símbolos do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste
-
Decifrando os símbolos do BB e BNB
-
Ascensão e queda de Roberto Jefferson — símbolos: o riso,
as palmas e o silêncio.
-
Mais
símbolos, os varapaus da Bíblia
-
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Ascensão e queda de Roberto Jefferson
Os símbolos: o riso, as palmas e o silêncio.
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