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Do Círculo Hermenêutico Periférico

ou

Da Introdução aos Símbolos

Soares Feitosa

 

 

11.

Ascensão e queda de Roberto Jefferson.

Os símbolos: o riso, as palmas e o silêncio

 

Roberto Jefferson é um grande orador. Um estupendo orador. Como poucos, domina a voz, o corpo, o gesto. Paralisou a Nação no seu primeiro depoimento na Comissão de Ética. De forma ainda mais retumbante, quando depôs pela segunda vez (CPMI dos Correios), de olho roxo, o filete de sangue escorrendo, todo o tempo atendido pelo serviço médico. 

Foi um passeio! No final, num ambiente de plena confraternização, dois senadores da melhor expressão de seriedade, Peres e Simon, demonstraram todo o empenho em lutar pela não cassação de Jefferson, não obstante ter-se ele assumido da prática de procedimentos que, em tese, lhe garantiam a cassação. Um terceiro senador, Suplicy, antigo desafeto de Jefferson, estabeleceu com ele um diálogo de franca cordialidade e reconciliação. Pronto, tudo marchava para o perdão e a glória de Jefferson, a assumir a patente de grande tribuno, um dos maiores do Brasil.

Antes porém que a reunião se encerrasse, Suplicy externou a curiosidade, que era geral, sobre o hematoma no olho de Jefferson, boatos de que teria sido um soco do adversário, o ex-ministro José Dirceu.

Jefferson contou que fora uma queda e, por cima dele um armário muito pesado. É que fora pegar uma caixa de CD de cima de um armário, caíra do banquinho, agarrara-se com o armário, pufo! no chão, com o tal armário, imenso, pesado, por cima. Um acidente grave que quase o matou, disse.

Outro senador, Heráclito, perguntou, em cima das buchas:

— Qual é a música? Toda a Nação quer saber!

Jefferson disse:

— De Lupicínio Rodrigues, Nervos de aço!

Até aí tudo bem, se Jefferson não detonasse, na resposta, um símbolo terrível, o riso solto, desbragado, a gargalhada a plenos pulmões. À medida em que ia pronunciando "nervos", a fala já se misturava com o riso, explosivo, contagiante, refrão e ritornello.

Todos riram. A CPMI inteira caiu no riso. O problema é que CPMI alguma pode rir! Ali, em tese, "juízes legislativos", com tratamento formal, linguagem formal. Apenas não estão togados; pior, é como se estivessem. E, subitamente, no meio do riso, todos se perceberam rindo e, por isto mesmo, "nus".

A partir daquele dia as falas de Jefferson deixaram de ter relevância. Criou-se um fato notável: ninguém, exceto os inimigos de praxe, queria sua cassação, mas a leitura "noite" indicava que poderia ser cassado.

Então, Jefferson não seria o grande tribuno?

Sim, um grande tribuno; não, um péssimo tribuno. Mais não do que sim. De fato, Jefferson empolga a audiência, mas põe a questão a perder. Interessava-lhe, é claro, evitar a cassação, salvar o mandato, crescer com a crise, quem sabe, até candidatar-se a presidente.

Adotou o riso como estratégia. O riso do tribuno é o seu maior inimigo. Um riso como aquele, em que riram o orador, os amigos e os inimigos, com certeza, a resultante havia mesmo de ser a constatarem-se todos de um supremo ridículo. Isto mesmo, ridículo: sua raiz etimológica, «ridere», latim, rir, risível. Ridicularizar algo e rir de algo são sinônimos perfeitos.

Há amplos estudos sobre o riso. Cícero, Quintiliano, Hobbes, Descartes, Bergson e, na atualidade, Quentin Skinner, estudam-no a fundo. Há um conceito de ornato retórico, mas o riso (nada a ver com sorriso!) é sempre colocado sob grandes reservas. É arma terrível, capaz de mover, comover e demover, mas, sobretudo, capaz de revoltar. Isto mesmo, a revolta é o fruto do riso. O escárnio.

O orador não pode rir. As tiradas de Carlos Lacerda eram dadas em plena seriedade dele. Com efeitos discutíveis, tanto que, de Lacerda sobrou apenas o brilho do espírito, posto que em maior volume amargou derrotas políticas. O sonho de sair presidente do Brasil pela mão dos militares jamais se consumou. Pelo contrário, ganhou a cassação de seus direitos políticos. E, se o espírito de um lado brilhava (aos amigos), do outro, os apelidos de corvo, um bicho sem brilho algum.

Com Jefferson, como não podia deixar de ser de outra forma depois da risadaria geral. A coisa tomou rumo de decadência. Merval Pereira, em O Globo, 15.9.2005:

 

A opinião de Jefferson sobre qualquer assunto nunca teve a menor importância. Ele só é crível quando assume seus crimes e denuncia seus cúmplices. Nesses momentos, ele tem a credibilidade do mafioso que rompe com sua quadrilha e passa a denunciá-la.

Peço licença para discordar, só em parte, de Merval. Jefferson, ainda que nunca tenha tido a menor importância, passou a tê-la imensa entre o primeiro depoimento e o segundo, até a cena da gargalhada, quando pôs a rir os seus inquisidores. Riam-se de quê? Repito: subitamente, ainda de boca aberta ao riso, deram-se conta da quebra do protocolo. O culpado? O Jefferson, é claro! Pau em Jefferson! Dali em diante, suas opiniões deixaram de ter relevância.

Compareceu ao plenário, votação de cassação de seu mandato. Cometeu outro erro monumental. Fez o discurso da serpente desdentada. Nunca se deve fazer esse tipo de discurso! Tivesse ele o extrato da conta do presidente no paraíso fiscal — nem sei se o presidente possui conta bancária, muito menos em paraísos fiscais —, mostrasse-a. Distribuísse cópia, aos milhares, jogando-as ao plenário, às galerias. Não trazia conta alguma? Então, fizesse o discurso do cordeiro. Ou do super-cordeiro: o silêncio absoluto. O falar maneiro (cordeiro) ou o gesto súbito, cordeiríssimo, um cadarço e com ele os pulsos. Batesse em retirada, palavra não, as mãos para baixo. Atadas. O silêncio.

Ele até que ensaiou algumas passagens do cordeiro, mas no grosso do discurso, foi serpente-fraca. Não há bicho mais repugnante que a fera desdentada. Fera é fera!, e pronto. Serpente morde e mata. Serpente que apenas morde há de ser repugnada como duplamente repulsiva. Falo de símbolos. A monumental beleza do salto do tigre, vide Blake e Borges. Ninguém jamais fez poemas ao salto do bode. Ou da vaca.

Mesmo assim, ótimo orador que é, sem sorte quanto aos símbolos, arrancou aplausos. Foi ruim. Pela segunda vez, levou os inimigos a aplaudirem-no. [Da primeira, o aplauso ao contrário, o riso]. Quem tiver de outra vez assistir ao vídeo da Câmara, vai perceber alguns inimigos dele batendo palmas e assustando-se, no decurso das palmas, com as mãos em palma. É muito rápido, muito sutil, este comando que manda bater palmas versus um outro que repugna as próprias palmas. Então, o Homem não é uno? Claro que não! No mínimo, a tangê-lo, coisas do dia, coisas da noite, afora as do crepúsculo da manhã e do crepúsculo da tarde.

Se Jefferson não dispunha de um estoque de virulência para um discurso serpente que pusesse o governo de joelhos, fizesse a lamentação do vencido, direto do Livro das Lamentações, de Jeremias, Profeta. Não a se mostrar vencido, que o vencido verdadeiro não pode dar-se por vencido. Há "subtilezas"! Sempre um bode por perto, o clima, o furacão, o FMI, o comunismo internacional, Bin Laden, Bush, os deuses. Talentos, talentos plurais, vide Mateus, parábola.

Como se as barbeiragens, com todo respeito, do nosso grande orador fossem insuficientes, ele caiu noutra armadilha. Abriu o discurso para falar de mulheres. Nada contra mulheres, pelo contrário. Contudo, um símbolo também muito perigoso é falar sobre mulheres. A gabar-se delas?! Para quê? Com que proveito? A despertar o natural ciúme dos machos presentes?

Esqueceu Jefferson que o macho da espécie humana é, na origem, territorial, polígamo e dominante. Nosso anedotário mitológico é fecundar todas as mulheres (a mãe inclusa, veja com Freud) e castrar todos os outros machos. Como admitir, numa roda de machos (e a Câmara tem forte presença masculina), chegue um deles a falar de amplo sucesso com dezenas, centenas, de mulheres? Ainda que sejam mãe, avó, tias e sobrinhas. Metade do discurso, ou mais, a Nação parada, Jefferson a gabar-se de suas mulheres!?

Não foi apenas à-toa a primeira parte do discurso de Jefferson. Pelo contrário, foi contra-producente, de pura gabolice, ainda que não tenha tido diretamente esse tom. Ora, quem é bem sucedido no amor, com tantas mulheres, centenas, milhares, bem que pode levar umas bordoadas...! Justas e merecidas!

Estes, pois, os símbolos que levaram Jefferson à derrota: o riso, o gabar-se das mulheres e o discurso morno. «Como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.» Apocalipse, 3-16

A confirmar que os pares de Jefferson não desejam cassá-lo (mas cassaram-no obrigados pela ruindade dos símbolos), quando completou-se o número suficiente de votos, 257, foi como se nada tivesse acontecido. Aquela irrelevância de que fala Merval, nem platéia, nem deputados, nem ninguém "tomou conhecimento".

Conclusão: Jefferson é ótimo orador e péssimo em símbolos. Perde, por isto mesmo, questões ganhas.

Existiria um roteiro?

Platão discute a matéria com os sofistas, ridicularizando-os. Contudo, Górgias, o retórico, coloca a Arte da palavra no seu devido lugar. Vejamos o que diz:

 

Górgias — Quanto mais se soubesses tudo, Sócrates, a retórica, por assim dizer, abrange o conjunto das artes, que ela mantém sob sua autoridade. Vou apresentar-te uma prova eloqüente disso mesmo. Por várias vezes fui com meu irmão ou com outros médicos à casa de doentes que se recusavam a ingerir remédios ou a dei­xar-se amputar ou cauterizar; e, não conseguindo o médico persuadi-lo, eu o fazia com a ajuda exclusivamente da arte da retórica. Digo mais: se na cidade que quiseres, um médico e um orador se apresentarem a uma assembléia do povo ou a qualquer outra reunião para argumentar sobre qual dos dois deverá ser escolhido como médico, não contaria o médico com nenhuma probabili­dade para ser eleito, vindo a sê-lo, se assim o desejasse, o que soubesse falar bem. E se a competição se desse com representantes de qualquer outra profissão, conseguiria fazer eleger-se o orador de preferência a qualquer outro, pois não há assunto sobre que ele não possa discorrer com maior força de persuasão diante do público do que qualquer profissional. Tal é a natureza e a força da arte da retórica! [Platão, in Górgias]

 

A pergunta é, em homenagem a Górgias: quem tem sido escolhido para governar?

Resposta: aquele que tem tido o melhor discurso! O que não significa seja ele o mais capaz, o mais culto, o mais honesto, o mais justo. Pelo contrário, na maior parte das vezes.

Górgias, lamentável, não ensinou a ninguém o caminho da roça. Como chegar até lá? Não sei. Ninguém sabe. Há os símbolos, essa terra vasta, a bem dizer infinita, que tento abordar por cá nestes escritos sem sentido.

Tomemos um retórico dos mais importantes, Marco Túlio Cícero, 106 aC a 46 aC. São famosas suas catilinárias, discursos contra um político da época, um certo Catilina, senador, Cícero também senador. Tenho para mim que Cícero, um gênio nas múltiplas acepções da palavra, usava símbolos da língua, sons especiais, como um mantra, de ampla reverberação na alma do auditório.

Isto existe, sons, uma pronúncia especial, algo para além do sentido léxico e lógico do vocábulo? Parece que sim!

De fato, o seu mais famoso discurso que todo mundo cita: «Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?», a frase em português não tem, para os meus ouvidos, a menor ressonância. Dita em latim, porém: «Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?», os efeitos são outros.

Veja, a pronúncia é mais ou menos assim, sempre lembrando que a letra "e", em latim, tem som de "e" aberto; "o" também de "o" aberto, e que a letra "u" é sempre pronunciada, assim: «Qüoúsqüe tãndem, Catilína, abutére paciência nóstra?». O "tia", pronuncia-se "cia", patientia, paciência.

Peça a alguém versado em latim para pronunciar com todo  esplendor apenas as duas palavras iniciais: «Quousque tandem». Parece que esse qüo-úúús-qué sai de dentro da terra... para explodir no... tãn- dem! platéia...! bem no dentro do coração.

Tan?

Tããn- dem!

«Tan» é a sílaba inicial de Castro Alves, e continuo falando de gênios, Cícero e Alves, na abertura de O Navio Negreiro: «'Stamos em pleno mar!» O "s" do original do poema é mudo.

Tan!... é o mesmo "fonema" de abertura da 5ª Sinfonia de Ludwig van Beethoven. Continuo a falar de gênios, Cícero, Alves e Beethoven.

A 5ª!... dita também «Sinfonia do Destino». 

Repare como se pronuncia este som mágico, TAN: a língua vai-se postar no alto do palato (céu da boca), à raiz dos incisivos. Há uma explosão, que se iniciar a explodir ainda na caixa toráxica, lá dentro, um som da Terra... cósmico: tãn, tãm! E a absoluta reverberação de todo o corpo. O pior é que Cícero a antecedeu com uma "buscada em abismos", os sons de «qüó-úsqüe». Experimente pronunciá-lo bem forte, complementando com um gesto de mão, como que trazendo algo de baixo, da terra, do pés, a um súbito aflorar:  «qüó- ús- qüe». "Mastigue", por seu favor, calmamente todos os sons de «qüó- úúús- qüe»; perceba o movimento de cada um em sua cavidade bucal, sinta-lhes a força. Acompanhe os sons com um gesto ascendente, à explosão do "Destino" (vide Beethoven!): Tãn-... dem.

Sim, os "sons" existem!

Desconfio que já na primeira frase, «Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?», Catilina era um homem morto. Em conclusão: o discurso retórico usa símbolos que estão para além da lógica e do significado. Por isto mesmo, intraduzíveis.

O próximo capítulo é uma homenagem a São Jerônimo, o Tradutor, matéria que chamei no capítulo anterior de Os varapaus da Bíblia. Claro, os seus símbolos. Jerônimo, evidente, sabia deles.


MUITO TEMPO DEPOIS

 

Este texto ficou jogado anos e anos. É de 2005, ao tempo da cassação de RJ, 15.09.2005. RJ volta à tona, 23.10.2022, prisão, revisito-o, a escrever não sobre RJ, mas sobre os símbolos. 

O filósofo Rodrigo Rosas Fernandes, pessoa da máxima estima e admiração, postou um quadro, NARCISO, de Caravaggio, no Facebook:


 

Comentei:
 

Poeta, o cabelo de Narciso infenso à gravidade? Usava ele alguma babosa?
Depois lhe contarei a edificante historinha de minha neta dinamarquesa, uns três/quatro anos, todos os dias eu fazia o mamão dela com "chiucolate" (ovomaltine, uma delícia). Conto logo:
Um dia, os cabelos soltos, caindo por cima da tigela de mamão, eu disse: Clarinha, deixe eu prender o seu cabelo. E, ligeiro, peguei um arame de pão (você sabe o que é um arame de pão?) Ela deu um salto bem acola, sem sair do canto, e disse: Vô, tem que ser com a "quivela"!
Pano bem rápido. (Górgias ganhou o embate com Sócrates). O abraço.

 

Bom, "arame de pão", vejam o que é. Utilidade máxima numa casa, inclusive aqui no escritório, amarrar fios soltos, boca de sacos, barba e bigode?! Pois é, aqui está, compro no kg, parte para o escritório, parte para casa e parte para o sítio. Onde? Nas lojas de embalagens:


 

Clarinha não o aceitou, três/quatro anos, aos seus cabelos caindo sobre o mamão com "chiucolate".

Por quê? Símbolos! Frequentara ela uma escola de semiótica? Negativo! Mas recebera da mãe, da avó, das primas e das tias a lição — sem uma única palavra — o símbolo de que cabelos, só com "quivela". Deveras, pegasse eu duas "quivelas", uma para os cabelos dela; a outra, para o pão, tenho certeza ela teria dito: Não, vô! O pão é com arame.

Escrevi para o filósofo, no Face:

O problema, meu caro Filósofo, naquele instante estava à mesa o nosso Jeremy Bentham. Ante à recusa de Clarinha de usar algo prático para amarrar o cabelo, o velhote chispou reclamando que havíamos de ver a utilidade, jamais a futilidade. Estavam presentes Marx e Engels que também sumiram. De fato, o prendedor de cabelo há de ser, antes da utilidade, um enfeite, assim tem sido. Só me restou procurar, com Clarinha, a tal "quivela". De fato, ninguém usa uma roupa pela utilidade, tanto assim que as moças "rasgam" as pernas da calça, algo que atenta contra a proteção ao corpo e durabilidade da roupa. Quem convenceu quem? Górgias, é claro. Neste texto, sobre Jefferson, há vinte anos explico:

Coloquei o link para esta page, ao que o filósofo respondeu:

"Soares Feitosa, nada escapa ao seu radar que de longe enxerga, Poeta, você é um gênio! Nunca li nada igual!"

 


 

Pretendo desenvolver o tema mais na calma. Afinal de contas, Nietzssche, também presente ao café de Clarinha, a interpelou se não seria ela uma "super-vickinga". Ela, três/quatro anos, disse: Sou uma criança.

Ele também chispou.

Ufa, alívio!

 

 

 

Índice - basta clicar:

  1. Início desta desta página: Do Círculo Hermenêutico Perifério ou Dos Símbolos — Prólogo e proposta.

  2. O Partido dos Trabalhadores e sua crise de 25 anos, algo a ver com os símbolos?

  3. Os símbolos do PT, decifrações.

  4. Os símbolos de Severino Cavalcanti e sua crise mensalinha.

  5. Os símbolos do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste

  6. Decifrando os símbolos do BB e BNB

  7. Ascensão e queda de Roberto Jefferson — símbolos: o riso, as palmas e o silêncio.

  8. Mais símbolos, os varapaus da Bíblia

 

 

Página seguinte:

Mais símbolos (clique na figura):

Caravagio, São Jerônimo

Os varapaus da Bíblia

 

 
   
 

 

 

Dos leitores

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

Abilio Terra Junior

From:
To:
Sent: Monday, August 29, 2005 5:52 PM
Subject: Símbolos... bancos e cuecas.
 

Prezado Poeta Soares Feitosa,

esta sua história sobre os símbolos me deixou desancado. Pois gastei meu fosfato cerebral com tanta "magia intelectual" a fluir nos meus pobres e gastos neurônios.

A sua história dá o que pensar, nobre Poeta. A começar deAbílio Terra Junior Antígona, a que defendeu o cadáver do irmão em nome de uma tradição ancestral e de origem divina, segundo ela, ou segundo uma visão atualizada, um arquétipo do nosso inconsciente coletivo. E daí emerge a força do símbolo, que através do nosso poderoso inconsciente, nos leva a ações, condutas e atitudes que se situam bem além da nossa emblemática racionalidade. Quer aceitemos ou não, o velho Jung estava certo, trazendo lá da escuridão do nosso inconsciente, com uma coragem inquebrantável, conceitos que norteiam o nosso auto-conhecimento, ontem, hoje e sempre.

Pois os símbolos dos nossos respeitáveis, opulentos e poderosos bancos ligam-se a conceitos absurdamente rasteiros, maléficos e destruidores, segundo o nosso culto Poeta, que trouxe a luz consciente suas consistentes pesquisas.

Diante destes fatos, não é de se espantar que moeda corrente circule nos trajes íntimos de desprezíveis surrupiadores do erário público, o que, em última análise, significa o meu, o seu, o nosso parco e sofrido dinheiro utilizado da pior forma possível, em vez de nos trazer eventuais benefícios, a partir de decisões e ações governamentais (que esperança). 

Mais uma vez, parabéns, Poeta Soares, por esta pesquisa original, brilhante e perquiridora.

Um grande abraço,

Abilio Terra Junior

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Adriano Espinola

From:
To:
Sent: Friday, September 09, 2005 12:49 PM
Subject: Direto de uma página de Gilberto Freyre

Grande Soares:

Gostei muito dessa sua interpretação simbólica do "coronéu"Adriano Espinola Severino, "saído diretamente de uma página de Gilberto Freyre". E o bode que deu!

Parabéns, "bruxo" velho. Poeta rima com profeta, não é mesmo? Você, os dois.

Grd abr,

Adriano

,

Afonso Luiz Cornetet

 

From:
To:
Sent: Tuesday, August 30, 2005 9:07 AM
Subject: Sobre os Simbolos

Caro Feitosa:

Interessante esta "coisa" da história melhor contada. Isto me lembra o célebre Mario Quintana que escreveu:

 

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!" 

 

Mario Quintana, Inscrição para um portão de um Cemitério

 

Pois é, símbolos são sempre questionados. Assim como todos os valores na vida. reparando bem, realmente o símbolo do BB remete a uma figa, esta de espantar mau olhado, como você tão sabiamente descreve.

E quanto ao símbolo do BNB, realmente sugere uma bunda mas, pode parecer também aquele fio dental "enfiadinho", coisaAfonso L S Cornetet maravilhosa da mulher brasileira.

Penacho entalado é dose, meu caro SF, mas também lembra isto: o povo brasileiro sendo enrabado. como sempre.

Bem, concluindo, a didática está ótima, um arraso. O único problema é que apenas pessoas de nível cultural um pouco mais elevado é que podem ter a clareza e a capacidade de entender o texto.

A grande maioria, infelizmente, está aí posta de lado, com o poder fazendo figa e andando feito "pavões" com seus penachos...

Parabéns, SF.

Afonso

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Albano Martins Ribeiro (Portugal)

 

 
Sent: Saturday, September 10, 2005 9:34 AM
Subject: Re: Martins?
 

Li, gostei, admirei.

Impressionante esta sua capacidade de tecer malhas de texto, confortáveis e que aquecem. Impressionantes também as outras análises... como dizer?... simbológicas(?).

Aproveito o selo pra pedir desculpas por ainda não ter retribuído o link para meu site. Em breve, as coisas acalmarão por aqui, e eu poderei voltar a fazer o que gosto.

E já que ainda não fechei a carta, pergunto: chegou a ver a matéria sobre este seu amigo cronista na EntreLivros?

Abraços daqui do frio

Albano Martins Ribeiro 

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Aurelino Costa

 

Sent: Monday, September 12, 2005 10:25 AM
Subject: Re: agradecimento

Caro poeta Soares Feitosa,

"não é de bruxo, não", é o poeta(você) que vê mais longe. "Cada verso em palavra feito,cada poema como dardo que o fogoAurelino Costa, Portugal esculpe", assim é você! O poeta que antecipa o futuro, vê mais longe. Demiurgo? Chamem - lhe o que quiserem,- citando o Ary dos Santos: "mas poeta castrado, é que não!".

Receba um grande abraço, de coração inteiro, de quem o estima, e muito o reconhece na luta de causas nobres, e contra os que de uma maneira ou de outra se servem de cargos políticos para egoisticamente se servirem, numa desonestidade sem limites para com uma comunidade, que um dia, (confiantes no voto) os elegeram, na via da possível salvação, para se verem agora usados,e no calvário da sobrevivência.

Verdadeiramente horrível, meu amigo!

Receba um abraço solidário, do seu

aurelino c.

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Aricy Curvello

 

 
Sent: Sunday, September 11, 2005 5:31 PM
Subject: Símbolos

Soares Feitosa,

Muito interessante o seu texto a respeito de Severino Cavalcanti, o mensalinho, a viagem aos símbolos, crise/queda. Nisto tudo,Aricy Curvello chamou-me também a atenção a beleza da senhora (belíssima!) do gestor do restaurante da Câmara dos Deputados. Você viu as fotos dela?

Um abraço de seu amigo e leitor

Aricy Curvello

 

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Auro Ruschel

 

 
 
Sent: Monday, September 12, 2005 8:35 PM
Subject: Comentários
 

Prezado Soares:

Li o seu ensaio atentamente, achei-o interessante sob o ponto de vista da lógica, entretanto, não atraiu-me o tema exposto, haja vista a facilidade com que pode-se concluir que o nobre Deputado está envolvido em tal imbróglio.

Ademais, o senhor repetiu por diversas vezes que o ensaio não está para julgar o deputado, não há problema em afirmar isto, mas torna-se cansativo tal a repetição.

Ainda, o texto não segue uma linha de raciocínio equânime, suscita assuntos aleatórios sem aprofundá-los, algo que não pode ser feito por ensaísta experiente como o senhor.

Agradeço a atenção.

Auro Ruschel 

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Betwel Cunha

 

Sent: Sunday, August 21, 2005 9:12 PM
Subject: Opinião
 

Soares

Achei magnífica e perfeita sua colocação.

Cheguei a me arrepiar com os significados, parece coisa diabólica.

Abraços

Betwel
 

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Carlos Felipe Moisés


 
Sent: Friday, September 09, 2005 2:35 PM
Subject: RES: Poeta, estes símbolos

Meu caro Soares Feitosa:

Fui aos seus símbolos do Severino, ou ao seu Severino dos símbolos, e logo me ocorreu o Pessoa/Campos: “Se calhar, tudo é símbolos”. Pois é. Aí estamos, todos nós, naufragados emCarlos Felipe Moisés símbolos, em especial os que brotam vertiginosamente do húmus fértil do Congresso. E você tem razão: nem bom, nem mau. Não estamos aqui para julgar, só para sermos julgados. Maus somos nós. É isso mesmo? Entendi bem?

Parabéns, amigo.

Obrigado pela lembrança.

Abraço forte do seu Carlos Felipe

P.S. Para (me) servir de consolo, estou às voltas, depois de longo silêncio, com dois lançamentos.

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Claudio Willer


Sent: Monday, August 22, 2005 1:59 PM
Subject: Willer & símbolos

Os símbolos...

É da essência dos símbolos serem simbólicos, Jacques Vachê já dizia algo assim.

Campbell, naquele livro sobre o mito, mostra a presença eClaudio Willer atualidade do símbolo, exemplificando com a nota do dólar: hexagrama, esquadro e compasso.

Nada a estranhar: entre os fundadores daquela nação havia maçons, como Benjamin Franklin, comprovadamente.

Ao ler o Campbell, examinei a nota de real da época: tinha o hexagrama, porém torto, inclinado. O planejador visual quis, provavelmente, dar a idéia de movimento.

A nota atual de um real tem estrela, agora o pentagrama, retinho, na posição certa. Por acaso, a nossa moeda se estabilizou.

Papus, etc, enfim, inúmeros especialistas, alertam para a importância de reproduzir corretamente os símbolos, respeitando a simetria. Pentagrama com a ponta para baixo corresponde ao mundo e ao homem de ponta-cabeça.

Nazistas, notoriamente, inverteram a direção e conseqüente rotação de um símbolo tibetano, a suástica.

Isso não significa que haja uma regência mágica do mundo pelos símbolos. Assim como haver maçons entre os fundadores da nação norte-americana (e entre os nossos, também) e adeptos da ordem de Thule e do Vril entre os nazistas não significa que essas sociedades secretas tenham feito, como pretendem os adeptos das teorias conspiratórias, respectivamente o capitalismo e o nazismo. Podem ser melhor interpretados pelo exame de condições objetivas, concretas, historicamente dadas. O que não impede que haja estranhas sincronias, relações misteriosas, interpretáveis pela analogia e não pela lógica linear.

Prefiro  explicações freudianas. Símbolos da tradição hermética, assim como aqueles dos sonhos, correspondem à busca de satisfação de um desejo inconsciente.  Por exemplo, de arrombar o cofre a qualquer preço, no símbolo tão bem interpretado por Feitosa do PED 2005, a ponta da estrela cravando-se na barriga da nação. E, de fato, que coisa feia o cenário das falas presidencias, que modo canhestro de representar o pluralismo. O mau gosto pode ter desastrosos efeitos mágicos.

- Percebe-se que entre os petistas e seus designers não há nenhum adepto da maçonaria, ordem rosa-cruz, teosofia, psicanálise junguiana ou qualquer outro lugar onde levam símbolos a sério. Fredu e as determinações do inconsciente, também não repararam.

Não sou adepto do cânone do classicismo, é evidente e notório, e do valor associado à ordem e simetria, à proporção regrada. Mau gosto, porém, é mortífero, produz baixo-astral. Nesse portal do PT, tão bem examinado, há uma espantosa proliferação de símbolos da queda, destruição e desordem.

Interpretações simbólicas, quer sejam de orientação hermética ou psicanalítica, em nada conflitam com as leituras propriamente políticas. Em todos esses emblemas, especialmente no do PED, há uma confusão entre o que é do partido, da nação e do governo - misturaram tudo - essa é exatamente a crítica que tem sido feita ao governo do PT, de confundir partido, estado e nação. Em outras palavras, de acharem que tudo é deles.

abraxas,

Claudio Willer

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Floriano Martins

 


From:
To:
Sent: Sunday, August 28, 2005 11:29 PM
Subject: Floriano Martins

Está brilhante o texto, pois há esta tua maneira tão particular de contar uma história que é de uma envolvência agasalhante, pedindoFloriano Martins desculpa pelo pleonasmo, e lembro aqui um outro detalhe maligno do logo do Banco do Brasil, que é a inversão da conjunção do 69, veja: de longe se percebe melhor que se trata de um 96 inclinado, e o 96 é o símbolo da disjunção, os números de costas, rejeitando qualquer conexão, dentro da sexologia se poderia dizer que o 69 é o sagrado enquanto que o 96 é o profano, isto posto a reafirmar a tua idéia de que o logo é maligno.

Desconfio que no zodíaco também, acho que o símbolo de Peixes, que é símbolo da conjunção, evidencia ou reforça o desacordo deste 96 maligno, os números copulares de costas, donde já se viu?!

Quanto à bandidagem, tem mais jeito não. Afinal, o Paraíso Perdido sempre foi aqui.

abraxas

Floriano

 

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Francisco Gomes de Moura


 

 
Sent: Monday, August 22, 2005 10:52 AM
Subject: Viagem aos símbolos
 

Poeta,

Não é doidice coisa nenhuma. Nunca vi coisa mais lúcida, caro Poeta!

Feiticeiro é feiticeiro (nascente quase no sopé do serrote "Feiticeiro" da vizinha Tamboril?) já nasce fadado aos sortilégos!

O texto fica cada vez mais primoroso e, em conseqüência, cada vez mais assombroso! (com rima e tudo).

Complementando e resumindo, é um assombro!

Gomes de Moura 

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Frederico Pereira

 


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Sent: Wednesday, August 31, 2005 7:44 PM
Subject: Re: Sem palavras

Soares,

 Acabo de ler seu texto sobre os símbolos, prefiro dizer que não alcanço a idéia central do texto, faltam-me elementos para interpretá-lo, mas o que posso perceber é que você é um homem culto, inteligente e que maneja bem o vernáculo, propriedades pertinentes aos bons escritores. Confesso que prefiro as poesias do jornal, até porque consigo perceber que o texto lido não vai embora sem deixar em mim suas marcas. Tenho certeza que muitos outros admiram suas interpretações sobre os símbolos, infelizmente, com a mais sincera honestidade e respeito, eu não faço parte deste grupo. Sou leitor carente da poesia, da crônica e dos contos.  

Saudações,

Fred

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 Geraldo Peres Generoso


 
Sent: Saturday, September 10, 2005 2:05 AM
Subject: Po(f)eta Feitosa

 

Caro Soares Feitosa,Geraldo Peres Generoso

Como estudioso da Ordem Rosacruz há muitos anos, fiquei abismado com a sua intuição e vidência sobre os símbolos apontados e analisados.

Parabéns! é o mínimo que lhe posso dizer. Você  não é um bruxo, você é um iluminado. Continue assim.

Grande abraço,

GERALDO Peres GENEROSO - Ipaussu - SP

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Helena Pedra

 


 
 
Sent: Sunday, September 18, 2005 6:45 PM
Subject: Re: A perdicão nos símbolos de Roberto Jefferson

Soares Feitosa,
Estou encantada!! Encantada com o texto "A perdição nos símbolos de Roberto Jefferson". Enviei para várias pessoas.
Helena Pedra

Obrigada, obrigada, o mais caríssimo dos vaqueiros.

Um grande abraço,

Helena
 

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Izacyl Guimarães Ferreira


From:
To:
Sent: Saturday, September 03, 2005 9:50 AM
Subject: símbolos, marcas

SF:

Esta série de textos, que você deve continuar a escrever, merece estar na bibliografia das escolas de comunicação, de desenhoIzacyl Guimarães Ferreira industrial, de administração de marketing,de letras. De livros sobre mitologia, tão vasto é o campo da semiologia.

Pois marcas e símbolos não são só do campo da estética. Pertencem também à ética, seja de um partido, seja de uma indústria.

Até o ex-libris revela o autor e colecionador, não é mesmo?

Não pare. Você pode estar até criando uma nova poética da imagem. 

Izacyl

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Lauro Marques


Sent: Thursday, August 25, 2005 12:33 PM
Subject: Símbolos

Compadre! Excelente estudo lógico-semiótico das semelhanças (nível icônico) nos símbolos do PT, reveladoras, sim, do fracasso, devido a própria incompetência.

Vê-se nos símbolos o mau-gosto, como aquela estrela entortada, tem toda razão, penetrando o país , PELA ESQUERDA,Lauro Marques Soares, escapou-lhe o detalhe, a estrela entra ou antes perfura, fazendo sangrar, o cofrinho-Brasil pela esquerda.

A falta de senso estético é outra falha grave estampada no símbolo dos 25, indeciso, com o 5 sendo acachapado pela estrela.

Só a estrela, é um caso à parte, que renderia todo um estudo semiótico e deixo para outro fazer. O PT prometeu o céu com estrelas, mas, direis, ora, vulgarizada, a estrela não sobe, mas, trouxe-nos de volta a terra, onde, distraídos, pisam nos astros.

 

P.s. Você não tem o símbolo do Banco do NE aí? Eu gostaria de vê-lo outra vez. Meu pai, falecido aos 50, ganhou uma vez um broche com o símbolo quando fez 30 anos de banco. Era uma jóia lindíssima.

Abraços

Lauro

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Luiz Paulo Santana

 


 
 
Sent: Wednesday, September 14, 2005 6:20 PM
Subject: "Do Círculo Hermenêutico Periférico ou..."

Mestre Feitosa:

trata-se de um belo trabalho lítero-ensaístico-profético. A primeira parte, a análise da estrela vermelha, o símbolo petista, é para mim tão dolorosa — como o confessou entre triste e contraditória a leitora Maria Helena Garcez, com quem me solidarizo — quanto trágica, e arrasa pela secura e dogmatismo de sua análise.    

Tome-se este período: “Veja, trata-se de uma estrela comum, mas, na posição alterada, entortada para forçar, assume-se arma de ponta, estrela ferramenta, pé-de-cabra, talhadeira e chave-micha.”

Oh! Céus! Supremo opróbrio! A estrela-símbolo da ascensãoLuiz Paulo Santana democrática do povo sob as bênçãos do direito e da justiça, defensora da ética e do decoro no sagrado exercício da administração pública, metamorfoseia-se no seu oposto, no pé-de-cabra que arromba o coração do Brasil!

Verdade que a cor vermelha da estrela não me convencia. Pudesse ser amarela sobre verde, ou sobre azul, pudesse ser branca sobre quaisquer destas cores, fosse verde ou azul sobre branco, enfim, nada contra as estrelas vermelhas do mundo, nada contra as cores do mundo, mas, em se tratando de símbolos, sou mais estrelas das nossas cores.

A menos que seja vermelha por sangrar e dessangrar, arma de ponta a nos levar a todos à catarse, depois da prosternação, do levantamento e da revisão de nossos pecados, antigos e atuais, enquanto Pátria de indivíduos, Nação de História e Costumes.

Mas, a voz do narrador continua peremptória: “Não se entortam estrelas! Céu algum desta orbe mágica, Gaia, contém estrelas tortas.” Que bela sentença! Diante dela a pergunta que se segue parece sem sentido:

“Como saber os dias, senão pela estrela?”

Mas faz sentido. Como violar um símbolo que é símbolo de guia, de orientação? Como saber os dias, se a estrela está torta, foi entortada? Como saber os dias de hoje, os dias mortais de agora, se a estrela, torta, não representa mais o absoluto de sua total liberdade?

São cavilações de um frustrado, caro poeta, embalado pela argúcia do narrador em questão. Pinçando trechos, frases, atraído pela beleza poética do texto, e fustigado pelas significações.

Mas a tragédia se declara: “Cristal trincado, a morte sempre irreversível.” Parece ser nua e crua a grande verdade, embora não seja “a verdade” a preocupação do narrador. De fato, nada será como antes, e ainda bem.

Agora, Severino. Severino de severo, Severino de severina, por severa, invenção ou apropriação cultural de João Cabral de Melo Neto em “Morte e Vida Severina”.

Se na primeira parte, a da análise dos símbolos petistas, cristalizou-se, a meu ver, a voz fatídica das significações, aqui, na análise de Severino, o humanismo prevaleceu, e com ele, a esperança. Não a simbologia.

Com um domínio espetacular de todo o texto, e de cada parte, o narrador constrói a figura humana de Severino nos seus diversos papéis, metido até o pescoço, ou melhor, até o último fio de cabelo na medula óssea de nossa cultura e de nossa história.

Comerciante de carreira, bem sucedido, depois político, figura arquetípica do “coroné”, arquétipo também do lavrador que bem poderia ser, “descalço, calça arregaçada, chapéu de palha na cabeça... ... com uma enxada no ombro...”, nas palavras de Danuza Leão. Arquétipos. Símbolos. “A expressão física do “mensalão”...”, disse Busato.

Senhor narrador, eu percebi uma fina ironia de parte de V. Excelência. Como que a dizer, devagar com o andor, que o santo é de barro. Eia, Busato, eia, Danuza, atire a primeira pedra aquele(a) que nunca pecou!   

O sutileza do narrador separou o que é preconceito arquetípico da embolação com os fatos: ninguém é expressão física do “mensalão”. Todos somos vetores culturais e históricos do “mensalão”. E, dona Danuza, não adianta pedir desculpas aos comerciantes de venda de beira de estrada, nem aos lavradores de pés no chão. Mas eu assumo consigo a falha histórica: você expressou a nossa verdade ancestral. Inconsciente. Preconceituosa. Que aprendam os Luizes Inácios e os Severinos as lições que nos cabem a todos. Não são as suas figuras, as suas estirpes, de resto ligadas ao cerne do Brasil, o que eventualmente os desonrará. São, na certa, os males de que todos padecemos.

Por tudo isto, querido poeta, valho-me de mais uma frase pinçada no seu rico ensaio: “Talvez enfiar a face do chão, rasgar as vestes, um grande jejum (símbolos) e biblicamente cobrir-se de cinzas — porque, afinal, só o gesto grandioso, ainda que seja a morte, é capaz de reverter caminhos”.

Pois é o que estou simbolicamente fazendo: enfiando a cara no chão, na poeira dessa brasilidade, nos subterrâneos do nosso coração, desnudando-me, perquirindo-me, quem sou eu, onde, quando, por que tenho sido corrupto, para compreender-me e compreender as contradições em que nos metemos, para começar por mim a catarse pela qual, consciente ou inconscientemente, pelo menos a maioria de nós está passando. Uma catarse que faça jus à hipótese do narrador, atribuindo a Severino “um gesto de humildade total, que dissesse em amplo brado: “CAÍ. PERDÃO!” Prostrado diante da multidão silenciosa, como num quadro de Di Cavalcanti.

Abraço fraterno,

LPSantana

BH/MG

 

P.S.: Impressionado com as análises dos logos do BB e do BNB. Proponho, como cidadão e sócio, desde já, a mudança. Não acredito em fantasmas, mas mudava. A dissecação do logo do BB foi uma obra de arte. A do BNB tem até um lado patético. Mas, curiosamente flagrante. Serve de advertência aos criadores de símbolos. Não há mal nenhum numa bunda, parte de nossa anatomia. Mas, a cultura, as crenças... A estrela do PT: mudava. Não a estrela, mas a cor ou as cores. E, claro, deixava livre, de pé, inteira, conforme a simbologia (conhecida e desconhecida, inventada e por inventar) das estrelas.

Abraço, e continuarei de olho na seqüência.

LPSantana


 
 
Sent: Thursday, September 22, 2005 11:42 AM
Subject: R. Jefferson & Varapaus

 

Para mim muito boa a primeira parte, amigo Feitosa, poeta e escritor. Espetacular a segunda, dos varapaus. Não que seja eu um versado em traduções e erudições que tais, não. Simplesmente pela viagem, pela curiosidade do texto, pela prazerosa investigação, pela aprendizagem imediatamente compartilhada, tudo isso versado no seu inconfundível modo de narrar.

Para mim já inconfundível como ler algo e dizer, é Drummond, é João Cabral, é Gullar, é Saramago, é Rosa, e não é nenhum mistério posto que se lemos com freqüência alguém com quem nos identificamos e que efetivamente tem estilo próprio, logo o observamos e — já o confirmaram vários dos seus leitores — não custa reafirmar.

O narrador pergunta: "Então, o homem não é uno?" Quanto ao estilo, parece que sim. O jeito, a assinatura, o modo de falar. Verdade que podemos assumir outros estilos, propositadamente, treinando. Mas solto, espontâneo, vai-se estabelecendo o traço personal. E quanto ao resto, as certezas, as dúvidas, as decisões, "Então, o homem não é uno?", repito a pergunta do narrador, e respondo com as suas palavras, "Claro que não! No mínimo, a tangê-lo, coisas do dia, coisas da noite, afora as do crepúsculo da manhã e do crepúsculo da tarde." Fico com o narrador.

Voltando à vaca-fria (vá lá se saber a origem de tal expressão, à vaca, de vasta simbologia), eu assisti precisamente aquela sessão da CPMI, ocasião em que se deu a mencionada risadaria. De fato, aquilo mais parecia um final de reunião no boteco da esquina. Virou piada. Desfez-se no alarido o rito processual. Acabou.

Afirma o narrador, e o apóia a espetacular citação bíblica: "Estes, pois, os símbolos que levaram Jefferson à derrota: o riso, o gabar-se das mulheres e o discurso morno. «Como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.» Apocalipse, 3-16".

Com relação às mulheres, há um sem número de razões a fundamentar essa assertiva. Talvez exercesse eu o instinto de origem, quando censurei intimamente a fala do deputado Maurício Fruet, jovem promessa, boas dicção e prosa, mas que me veio com essa, em plenário, solicitando a palavra para uma "questão de ordem". Disse o deputado: "Excelência, é uma intervenção mini-saia: curta e provocante". Havia ainda mais um termo de que não consigo me lembrar. Ora, o uso de algo pertencente ao universo feminino com intuito de mofa, gozação, brincadeira, pareceu-me, em si mesmo, ao ambiente e ao objeto de que se tratava, um erro crasso. Do mesmo naipe do que cometeu Jefferson.

Por outro lado, varapaus trocados por porretes, ou cacetes, ou paus, é mesmo de lamentar. Imagino que uma das dificuldades da tradução resida justamente em evitar as soluções "fáceis", que descaracterizem a forma original. Do jeito que a coisa se deu calhou bem o "...clister de pimenta. Lá neles, por favor!" E o arremate: Claro que os cobri de imensos palavrões. Se "palavrões" já traduz algo grande, imagine-se antecedido do termo "imensos". Santa e justificada fúria.   

Se alguém se socorrer do quadro de Giotto vai achar estranho o comprimento dos tais cacetes ou porretes ou paus, que mais se parecem varas compridas ou... varapaus.

A dedução do provável horário da prisão de Cristo foi outro lance espetacular. Os archotes, mencionados por João e observados por Giotto. Muito interessante a tática policial, desde os tempos, sim, senhor. De fato, faz sentido: Dali a minutos será dia pleno... e, ao romper da barra, o indefectível e aterrorizante: "Teje preso!", que Deus defenda, proteja, guarde e acautele.

E eu me persigno e arremato: Amém!

São muitas as abordagens do erudito narrador, a merecerem comentário, como esta: "Isto existe, sons, uma pronúncia especial, algo para além do sentido léxico e lógico do vocábulo? Parece que sim!". Isto colocaria escritura e oratória no rol dos termos de uma possível dissertação, pelo menos num de seus aspectos, escritura aqui entendida como escrita, oratória como fala, discurso. Em Saramago, a meu ler e ouvir, coincidem as duas coisas no que diz respeito à atenção e fruição do ouvinte/leitor. Tanto sua oratória, quanto sua escritura, são agradabilíssimas. O que não ocorre com todos os(as) escritores(as). Nem todos possuem o que comumente se chama "o dom da palavra". Ou será uma cousa muito diferente dessas modestas especulações? Tudo pode ser, na voz do nosso preclaro narrador.   

Abraço forte,

LPSantana

BH/MG

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Mara Alanis

 

 


From:
To:
Sent: Friday, September 02, 2005 4:54 PM
Subject: Re: Paz
 

Sr. Soares

Acabei de enviar o seu maravilhoso tratado sobre símbolos.

Uma verdadeira aula de história, sensibilidade e respeito, mas fiquei com a consciência pesada, porque não lhe pedi permissão.

Desculpe-me, se esse meu gesto, lhe trouxer algum tipo de problema, por favor, me diga.

Ainda poderei consertar o meu gesto. Consertam-se gestos?

Agradeço a sua gentileza, e não gostaria que fosse eu causadora de transtornos em seus dias de poeta.

Acho que já sou presidente de seu “fã clube”. Adoro navegar em seu site e o recomendo a todos os meus amigos.

Mais uma vez agradeço sua especial atenção.

Mara Alanis

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Maria Helena Nery Garcez

 

 


 
Sent: Saturday, September 10, 2005 3:41 PM
Subject: Símbolos
 

Caríssimo Soares Feitosa,

Desta vez, a leitura de sua análise dos Símbolos e de todo o horror que está vindo à luz, doeu-me muito. Não porque tivesse ilusões acerca da vida política, econômica e social. Infelizmente (ou felizmente) nunca as tive, talvez porque, desde  muito cedo, fui leitora voraz e não apenas de livros da Biblioteca das Moças. A leitura de Dostoievsky (sobretudo), de Machado, dos contos de Eça, de Guy de Maupassant, de Poe  e,  - por que não o dizer, embora possa parecer paradoxal -,  o cristianismo em que fui educada, levaram-me a bem saber o que havia no coração do homem. Como na canção do seresteiro, eu não sei se feliz ou se infelizmente, sou cética. Cética desde muito cedo, cética no que diz respeito ao bicho homem e suas criações, não em relação a Deus (talvez nesse ponto, amigo Soares Feitosa, divirjamos). Não me decepcionei com nada, absolutamente, porque nunca espereiMaria Helena Nery Garceznada dos "donos" da vida pública, salvo as raras exceções, que, felizmente, ainda as há. Uns e outros, espalhados por aí.

Principiei, contudo, dizendo que sua análise doeu-me. Retomo essa dor e exponho seus motivos. Mesmo cética, e não tendo caído nem das nuvens nem do quarto andar com a crise, sua anatomia dos símbolos doeu-me  pelo  rigor lógico, lúcido, minucioso  e cumulativo com que vai extraindo, uma a uma, as entranhas perversas da manipulação do poder bem como  evidenciando a hipocrisia das manifestações que pululam pelo corpo social. Para ser ainda mais sincera, caro amigo, quase não suportei chegar ao final da leitura.

Maria Helena Nery Garcez

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Maria Isabel Araújo


 
Sent: Tuesday, September 06, 2005 9:07 PM
Subject: Sobre a leitura dos símbolos.

É  extraordinário  o seu estudo bruxólogo sobre os símbolos! Como ficção, nunca li nada melhor. Mas, como estudo sério sobre a influência dos símbolos nas vitórias ou derrotas de entidades, é pura fantasia. Até eu sou capaz de "ver" tais derrocadas através de um símbolo, quando se fala do passado. O desafio é analisar um símbolo "ruim" de alguma entidade que no futuro será uma derrotada! Somente um bruxo verdadeiro (bruxos existem?) seria capaz de tal previsão!

Fica em tudo isso a impressão maravilhosa dos seus escritos, da sua imaginação, da sua arte de bem escrever, do seu maroto modo de persuasão. Só tenho que lhe prestar  minhas homenagens. Um forte abraço, cá das praias capixabas da

Maria Isabel de Araújo


 
 
Sent: Friday, September 09, 2005 8:14 PM
Subject: Re: Veja isto, poeta

Olá  Poeta.

Estou lendo atentamente as atualizações dos seus estudos sobre  a leitura dos símbolos. Já estou mudando de opinião, quanto aos bruxos... "Eu não creio em bruxos, mas que eles existem, existem!"

Eu me rendo! Estou deveras impressionada com tantas evidências!Neste momento estou vendo os noticiários na TV e vejo um "Severino" que só você é capaz de ver,,,, "Caído"!

Mas mesmo assim me sinto descrente... É bem possível que se tudo isso não acabar em "pizza" poderá terminar em um enorme caldeirão de feijoada de puro feijão-com-porco!

Ficarei com um olho nos noticiários e outro no site do SF, torcendo para que você seja um bruxo legítimo, deste capaz de "ver" tudinho nos símbolos...

Um grande abraço!

da

Maria Isabel de Araújo

(MIAraujo)

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Mario Cezar

 


Sent: Friday, September 09, 2005 12:08 PM
Subject: eita!
ao dizer teu nome
redimo
o cansaço
amparo o que resta
do fogo
 
cabra de relinchos. orvalhador. pastor de cangalhas. belo foi o texto mandado. li de uma lapada só. aquilo é um documentário. uma pensata praMario Cezar libertar a manhã
 
aqui fico pensando
da importância dos teus escritos-coices arregimentados num livro. um papé pra gente
se
escorar na testeira da cama. e ler.
enquanto a muié pede um cafuné no tronco das coxas
 
abraços, cabra
 
mario cezar
 
 
Sent: Saturday, September 24, 2005 10:56 AM
Subject: de oratórias

 
pelejar
até
o
poema
migrar dos livros
 
sim, cabra soares. amigo das sangrias, dos berros enjeitados. é sempre uma alegria sem fim espiar teus reluzidos, teus pruridos de asas desfronteiradas. teus códigos de ventos . tuas rachaduras
 
pois bem
(com labirintite e tudo) que isso só é doença de asfalto, é falta de pirão de cari com girmum (comido sob um pé de cabaça)
 
pois bem, li (como disse com o olho vesgo) e ali espiei poesia. espie só
"a monumental beleza do tigre (...) ninguém jamais fez poemas ao salto do bode"
 
então , faz tempo, você é o eleito para esses dizidos que ninguém quer. do texto só disconcordo o taxado:
"que tenta abordar por cá nestes escritos sem sentido"
 
abraços grande
 
mario cezar
 

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Mário Moreira

 


 
 
Sent: Monday, August 22, 2005 12:15 AM
Subject: Símbolos
 

Caro Soares.

Preciso  ler seu texto com muita calma. Fiquei impressionado com o que escreveu.

Li muito rápido, mas acho que tudo é coerente e vou reler com calma e depois escreverei o que achei.

Um forte abraço,

Mario.

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Milton Larentis

 

 


 
Sent: Wednesday, August 24, 2005 2:40 PM
Subject: Re: Milton, veja isto

Excelente pesquisa e análise, interpretação simbológica; gosto muito deste tipo de atividade e as vezes me arrisco em algumas pequenas interpretações; sou um junguiano que admira a capacidade e a perícia de pessoas que nem o SR. em sua habilidade de dominar os símbolos.

Creio também que o PT, Lula e companhia foram atraídos - mais do que traídos - por um bad magnetismo que vem das profundezas arquetípicas onde se estabelecem os seres mais inferiores, primitivos e perigosos. Ironicamente, como só é a psique, a estrela, luz, alto tem um lado totalmente anverso.

Um abraço

Milton larentis

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Ozório Couto


 
 
Sent: Friday, September 09, 2005 5:26 PM
Subject: comentário

Soares,

excelente a sua matéria sobre Severino e sobre os símbolos.

A vida nos dá um leque (olha o BNB!) muito grande, e quanto mais cultura temos e imaginação, vamos associando as coisas, os fatos, as imagens, as repercussões. Tudo é muito minucioso, e as variações, as coincidências, são universais... inacabadas.

Então... é muito legal e interessante viajar nas interpretações que fazemos, principalmente quando usamos maestria, mesmo que tudo não passa de besteira. Muitas vezes, a incompetência e a imaginação do homem, quando cria seus símbolos, põe uma obra a perder. Um símbolo é para sempre. Bom gosto e mau gosto, também. Tudo depende de interpretação... Aí, nossas análises voam...

Eu gostei.

Ozório Couto

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Rodrigo Rosas Fermandes


Sent: Facebook, 2022, outubro, 25:

 

        Soares Feitosa, nada escapa ao seu radar que de longe enxerga, Poeta, você é um gênio! Nunca li nada igual!

 

 

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Rodrigo Magalhães


From:
To:
Sent: Monday, August 29, 2005 4:11 PM
Subject: Símbolos didáticos
 

Coronel,

Se ficou didático? Muito. E muito bom. E bem organizado. Introdução, símbolo do BB, símbolo do Banco do Nordeste. Rodrigo Magalhães, 2005

Admito que me espantou mais a leitura do símbolo do BB do que a do Banco do Nordeste. Assombrosa, como você gosta de dizer. Senhas, senhas, que se perdem sutis em uma leitura ordinária.

  Acompanharei esse seu trabalho de perto. Dentre os seus ensaios, acho que esses carregam a proposta mais surpreendente. Eles, ao lado daqueles do Círculo Hermenêutico Periférico, formam um manual para "leitura" de mundo. 

Abraços,

Rodrigo

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Rogério Lima

 


 
Sent: Monday, August 22, 2005 9:51 AM
Subject: Símbolos

Poeta,

Impressionante e assustador! Um despertar à dimensão sobre-natural do ser, quiçá o verdadeiramente real, pois no princípio era o Verbo. Tão mais real quanto o alcançado pelosRogério Lima sentidos.

Interessante, também, é o falar sobre símbolos simbolicamente: linguagem cifrada, senhada, desconexa aos olhos, porém linearmente sentida pela alma.

Minha indagação é, Poeta: por que o símbolo é tão-presente, da essência do ser, mais tão-pouco acreditado?

Onde nossas senhas, Poeta?!

Necessito retornar urgentemente o caminho; necessito urgentemente da Noite, pois somente assim viverei a plenitude do dia. Valeu!

Rogério Lima

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Sérgio de Castro Pinto


 
Sent: Saturday, September 10, 2005 2:34 AM
Subject: texto

amigo poeta:

muita lucidez a sua sobre falar de severino cavalcanti.Sérgio Castro Pinto

quero parabenizá-lo!

excelente artigo!

abraço amigo do

sérgio de castro pinto

 

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Sergio Wanderley


 
Sent: Monday, August 22, 2005 6:46 PM
Subject: Símbolos

 

Alô Amigo Soares,

Li, reli, li novamente, observei os "símbolos" e é de assustar mesmo. Agora mesmo estou lendo tudo novamente e ainda mais intrigado estou ficando.

Eu tenho uma sensação que me acompanha há muitos anos, desde antes da fundação desta imoralidade que se chama PT que essa gente não merecia o mínimo de confiança.

Eu leio Kardec de vez em quando e me sinto um forte, pois segundo o espiritismo, tenho uma força muito grande que não pode ser vencida no campo espiritual, por isso às vezes para me atingir, atingem primeiro os meus, já que não podem vir diretamente a mim.

A minha esposa as vezes se assusta com o meu sentido em relação às pessoas.

Sei se uma pessoa presta de olhá-la apenas uma única vez. Se não bater, me afasto rapidamente dela e quando bate vira um amigo pra vida toda.

Nunca bateu com ninguém que usasse essa estrela na lapela.

Sérgio

 

 

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 Valdir Rocha


From:
To:
Sent: Monday, August 29, 2005 10:45 AM
Subject: leituras

Caro poeta Soares Feitosa,

Eis que, enfim, temos em Você um poeta adrede preparado para interpretar, em toda a sua extensão, o livro do Apocalipse, e todos os outros, de preferência os mais obscuros.

Na ordem dos fatos, cabe a sua leitura, como caberão tantas outras. Desde que o homem é homem, as coisas têm sido assim: lemos, cada um por si, o que queremos ler. Não há dúvida de minha parte de que Você é leitor privilegiado, ainda que não tenha convicção de que a sua leitura seja a melhor. Afinal, ¿de qual leitura se pode dizer a melhor?

Dá-se, SF, que Você busca, busca, busca e, para quem procede dessa forma, o encontro não se faz de rogado. Logo, convence facilmente a quem se deixa embalar por suas cantigas de ninar.

Como os símbolos vivem de convenções em torno deles (a própria estrela, por exemplo), viram e desviram esta ou aquela outra coisa, ao sabor do acaso e das circunstâncias.

Continue a ler e a ver muito e a dizer de suas descobertas. A semiótica vive disso.

Receba cá meu abraço (com todas as melhores significações que se possa extrair de um abraço, segundo a convenção que, de há muito, adotamos e registramos no cartório de títulos e documentos não simbólicos),

Valdir Rocha

 

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Walkíria de Souza

 

 


 
 
Sent: Monday, August 22, 2005 3:06 PM
Subject: Símbolos

BRAVO! BRAVÍSSIMO!

Seu artigo dos símbolos. Mais que brilhante, estou sem palavras. 

Amigo querido, obrigada por estar aí, sempre tão lúcido, atalaia incansável.

Meu respeito e meu amor eternos

Sua amiga de sempre (embora sempre sumidinha...)

Walkíria de Sousa

Goiâia -  Goiás

 

 

 

 

Weydson Barros Leal

 


From:
To:
Sent: Monday, August 29, 2005 12:15 AM
Subject: Res: [Spam] Re: teatro

Querido amigopoeta,Weydson Barros Leal

uma maravilha o texto, claro, lúdico e didático ao mesmo tempo. 

Grande abraço

Weydson

 

 

 

 

 

 

 

 
Allan R. Banks (USA) - Hanna

 

 

 

 

     
 

 

Gizelda Morais

 

 

 

 

 

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São Jerônimo, Caravagio