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Claudio Willer
Sent: Monday, August 22, 2005 1:59 PM
Subject: Willer & símbolos
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É da
essência dos símbolos serem simbólicos, Jacques Vachê já dizia
algo assim.
Campbell,
naquele livro sobre o mito, mostra a presença e
atualidade do símbolo, exemplificando com a nota do dólar:
hexagrama, esquadro e compasso.
Nada a
estranhar: entre os fundadores daquela nação havia maçons, como
Benjamin Franklin, comprovadamente.
Ao ler o
Campbell, examinei a nota de real da época: tinha o hexagrama, porém
torto, inclinado. O planejador visual quis, provavelmente, dar a
idéia de movimento.
A nota
atual de um real tem estrela, agora o pentagrama, retinho, na
posição certa. Por acaso, a nossa moeda se estabilizou.
Papus, etc,
enfim, inúmeros especialistas, alertam para a importância de
reproduzir corretamente os símbolos, respeitando a simetria.
Pentagrama com a ponta para baixo corresponde ao mundo e ao
homem de ponta-cabeça.
Nazistas,
notoriamente, inverteram a direção e conseqüente rotação de um
símbolo tibetano, a suástica.
Isso não
significa que haja uma regência mágica do mundo pelos símbolos.
Assim como haver maçons entre os fundadores da nação
norte-americana (e entre os nossos, também) e adeptos da ordem
de Thule e do Vril entre os nazistas não significa que essas
sociedades secretas tenham feito, como pretendem os adeptos das
teorias conspiratórias, respectivamente o capitalismo e o
nazismo. Podem ser melhor interpretados pelo exame de condições
objetivas, concretas, historicamente dadas. O que não impede que
haja estranhas sincronias, relações misteriosas, interpretáveis
pela analogia e não pela lógica linear.
Prefiro
explicações freudianas. Símbolos da tradição hermética, assim
como aqueles dos sonhos, correspondem à busca de satisfação de
um desejo inconsciente. Por exemplo, de arrombar o cofre a
qualquer preço, no símbolo tão bem interpretado por Feitosa do
PED 2005, a ponta da estrela cravando-se na barriga da nação. E,
de fato, que coisa feia o cenário das falas presidencias, que
modo canhestro de representar o pluralismo. O mau gosto pode ter
desastrosos efeitos mágicos.
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Percebe-se que entre os petistas e seus designers não há
nenhum adepto da maçonaria, ordem rosa-cruz, teosofia,
psicanálise junguiana ou qualquer outro lugar onde levam
símbolos a sério. Fredu e as determinações do inconsciente,
também não repararam.
Não
sou adepto do cânone do classicismo, é evidente e notório, e
do valor associado à ordem e simetria, à proporção regrada.
Mau gosto, porém, é mortífero, produz baixo-astral. Nesse
portal do PT, tão bem examinado, há uma espantosa
proliferação de símbolos da queda, destruição e desordem.
Interpretações simbólicas, quer sejam de orientação
hermética ou psicanalítica, em nada conflitam com as
leituras propriamente políticas. Em todos esses emblemas,
especialmente no do PED, há uma confusão entre o que é do
partido, da nação e do governo - misturaram tudo - essa é
exatamente a crítica que tem sido feita ao governo do PT, de
confundir partido, estado e nação. Em outras palavras, de
acharem que tudo é deles.
abraxas,
Claudio
Willer
www.secrel.com.br/jpoesia/cw.html
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