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Henriques do Cerro Azul  

Fortaleza, CE, 04/01/1936 - Brasília, DF, 01/05/2015


Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário:


Poesia:


Alguma notícia do autor:

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922),  A Classical Beauty

 

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Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Henriques do Cerro Azul


 

Biografia:

 

Henriques do Cerro Azul é o pseudônimo literário de João Henrique Serra Azul, Subprocurador-Geral da República. Publicou Sonetos e Poemas de Henriques do Cerro Azul (poemas líricos), Trânsito Onírico (milhares de versos metrificados e rimados com rimas proparoxítonas), Poesia dos Astros (sonetos astronômicos que contam a lenda das constelações, relacionando-as com a mitologia greco-romana), além de participar de várias antologias nacionais e internacionais (Poetry Internacional, de Teresinka Pereira; Saciedade dos Poetas Vivos, de Urhacy Faustino e Leila Míccolis; Contos Correntes, ANE, de Napoleão Valadares; Planalto em Poesia, de Napoleão Valadares, ANE; Dez Anos de Poesia e União, da Casa do Poeta; Nossas Crianças, Ed. Dom Bosco; Cronistas de Brasília, de Aglaia Souza; Anuário de Poetas do Brasil, de Aparício Fernandes; Casa do Poeta Brasileiro -de Brasília-; Del'Secchi e outras), tendo colaborado em vários jornais e revistas. É Membro da Associação Nacional de Escritores (sócio efetivo e benemérito), da Academia de Letras de Brasília (cadeira José de Alencar), do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (patrono Pe. Antônio Tomaz), da Academia Taguatinguense de Letras (cadeira Olavo Bilac), da Casa do Poeta do Brasil, Instituto dos Advogados e de outras entidades culturais. Publicou a Poética de Alphonsus, em vários artigos, no Suplemento Enfoque, do Diário de Brasília. É verbete da Enciclopédia de Literatura Brasileira, da OLAC, direção de Afrânio Coutinho, Ministério da Educação, 1990, e do Dicionário de Escritores de Brasília, de Napoleão Valadares, da Enciclopédia da Literatura Brasileira Contemporânea, de Reis de Souza, Dicionário de Poetas Contemporâneos, de Francisco Igreja, e vários dicionários literários. É verbete dos seguintes dicionários e enciclopédias internacionais: Interntional Who's Who of Intelectuals, 1992, Cambridge, England, e Men Of Achievement, 1988, International Biographical Centre, Cambridge England.

Entre inúmeras referências críticas, citamos AGLAIA SOUZA: "...Os mitos de todos os tempos e de todas as civilizações, e que são basicamente os mesmos, explicam os fenômenos que a ciência desconhece, mas raramente contêm tanta poesia e complexidade quanto os dos gregos. (omissis). Se vários poetas da atualidade se utilizaram dessa fonte em seus poemas, Henriques do Cerro Azul certamente o faz com propriedade, rigor histórico e até mesmo algum didatismo, sem contudo deixar a alma da poesia grega de lado. E tudo isto dentro do rigor técnico do soneto, que é uma forma clássica de expressão poética. As páginas de A Poesia dos Astros ou As Lendas do Céu, neste conturbado final de século, são de raro deleite, pelo fato de fazerem renascer a Fênix Helênica que é a Mitologia Grega".
 

 

 

 

 

 

 

Rubens, Julgamento de Paris

 

 

 

 

 

Henriques do Cerro Azul


 

Sobre a poesia de Soares Feitosa

 

Prezado Soares Feitosa, conterrâneo do meu Ceará,
 

Alguns de seus versos (todos excelentes) me transportaram ao meu querido Ceará (e meu Nordeste), terra e gente.

Com seu vocabulário, denso e forte. revivi com os olhos da memória as jangadas, os jatobás, os oitis (que eu sempre via enfileirados em nossas avenidas), as arraias (que eu empinava no céu), o solo comburido dos verões semestrais (às vezes de nove meses, até parindo secas), os cantadores (desde os incomparáveis Inácio da Catingueira e Romano da mão D'Água, Neco Martins, até o Cego Aderaldo, que tantas vezes ouvi nos distritos que rodeiam Quixadá) e tanta coisa e tanta gente mais... Recebi também as sementes de imburana de cheio.

Adorei seus poemas. Sob pena de plágio, pouco posso dizer de sua poesia, porque dela já disseram tantos, como Jorge Amado «...não é um poeta qualquer, exige atenção e seriedade». «Poesia de alta qualidade»; Ledo Ivo «É um estuário poético»; Hélio Pólvora «não conheço poesia brasileira mais buliçosa e arrelienta que a de Soares Feitosa»; Millôr Fernandes «Estou embaralhado com sua estranha poesia [filosofia, sociologia, bota aí] misturada num computador»; Thiago de Mello «Soares Feitosa conseguiu um idioma que é só seu»; Ivan Junqueira «... ciclópico estro poético, no bojo do qual afloram a cada passo as vertentes heróica, telúrica e lírica»; José Louzeiro «É admirável a multiplicidade formal, o lapidar da palavra e, mais que isso. a densidade poética»; Artur Eduardo Benevides «A chegada de soares Feitosa é um episódio de significação marcante. Quem o ignorar não sabe o que é poesia»; José Alcides Pinto «Soares Feitosa deu um susto nos poetas deste fim de século»; César Leal «Os críticos competentes irão lembrar seu nome no próximo século»; Francisco Carvalho «... acabou de decifrar os enigmas cruciais de um destino talhado para a poesia»; Leila Mícollis «Como fascina a poesia de Soares Feitosa!»; Paulo Bomfim «Você tira da cartola da noite/ estrelas e ritmo apunhalados de surpresa»; Gerardo Mello Mourão «Canta a saga das nossas paróquias, de nossos vizinhos, de nossa estrutura humana»; e mais tantos outros como José Helder de Souza, Dimas Macedo, Mário Pontes, etc.

Assim, simplesmente, por ora, repito o que esses já disseram. Prometo, entretanto, fazer um estudo demorado sobre sua poesia, seguindo os ditames da crítica moderna, preconizada por Richars e o newcriticism.

Foi grande a satisfação de receber seu livro Psi, a penúltima, e travar este contato.

Abraços,

Cerro Azul
 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

 

 

Henriques do Cerro Azul


 

Viagem ao ego


Tu és ente subjetivo, intrínseco,
Íntimo, radical, ínsito, básico,
por diferir dos mais teu ser anímico
e esse teu pensamento idiossincrático...


O pensamento de teu ser congênito
é teu, somente teu, interno e orgânico,
nasceu contigo e com teu sonho ingênito
e há de seguir-te com terror tirânico.


Tua alma segue de esperanças ávidas,
mas esse teu anseio é característico;
nasceu contigo e de tua alma pávida
e enche de crença e fé teu sonho místico.


Estão na realidade de teu ânimo
As tuas ilusões, num doce acúmulo
Tua grande alegria ou teu desânimo
São teus e serão teus até o túmulo...


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Henriques do Cerro Azul


 

Éden


Hoje enfim novamente (há quantos dias
Que eu ansiava por esta ocasião!),
Hoje enfim, entre estranhas alegrias,
De novo aperto essa pequena mão


De novo, entre divinas harmonias,
Ouço-te a voz - pulsa-me o coração:
Tuas tranças revoltas e sombrias
São sacudidas pela viração...


Hoje enfim novamente me enterneço,
Pois novamente o teu amor mereço,
Éden que loucamente abandonei...


Atrás de ti eu loucamente andava,
Paraíso perdido que eu buscava ...
Paraíso perdido que eu achei !



 

 

 

 

 

 

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