Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

Leila Krüger

Escreva para o editor

.

,

.

LEILA KRÜGER, Ijuí, RS. Reside em Porto Alegre. Poemas e contos publicados em jornais, revistas, sites e antologias de todo o Brasil. Lançou seu primeiro livro, romance, “Reencontro”, 2011, Novo Século, SP. Em fase de conclusão, um livro de poemas. Cursou Desenho Industrial – Habilitação em Programação Visual na Universidade Federal de Santa Maria – RS e, em 2011, tornou-se mestre em Comunicação Social, pela PUC – RS. Classificou-se em quarto lugar no XXXIII Concurso Internacional Literário, nas categorias “Poesia e Conto”, publicados na coletânea “Amanhã, Outro Dia”, pelas Edições AG. (Dez.2011)

.

 

 

 

 

     
 
Wilson Martins

 

albano Martins

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leila Krüger

 

 

 

A QUEDA DA BASTILHA

Enfim perdi a batalha surda contra a própria mudez.

Enfim a inoperância de meus punhos

para esmurrar estes labirintos de ferro,

para desnudar o universo.

 

Enfim, voltei... enfim não sei mais!

 

Enfim me recolho com meus únicos próprios braços,

esperando, no entanto, que haja ainda alguma bondade

nestes pequenos fardos.

        

Enfim acato a tristeza como uma rosa frágil que é minha...

 

Enfim não espero nada,

mas acredito em tudo aquilo que não é passível de ser verdade.

Como sei agora,

posso embalar a verdade em meu colo

até que ela acorde, e me olhe.

Caso ela não fuja eu um dia a verei crescer...

        

Como os carvalhos antigos que arrebentavam o céu,

assim cresce a verdade em meu pequeno bosque.

Copas silenciosas, em nuvens vagarosas, em tardes apenas grenás.

 

Enfim, perdi...

mas chorei como quem vence. Então venci!

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leila Krüger

 

 

LONGE

 

 

Mas se eu tiver que ser sozinha, serei inteira

serei plácida, como o lago que espera a chuva

como a chuva que busca a manhã.

 

E se eu tiver que ser escura, serei grandiloquente

se tácita, valente

se árida, compreensiva, ao menos

se ainda assim severa... então liberta.

 

E se me perder de tudo, e até do fim...

possivelmente eu serei nova

como o verão, no céu de janeiro

como janeiro, no céu de Paris!

Seja lá onde for Paris...          

 

Hoje, em qualquer lugar, longe daqui. Longe, longe...

 

 


 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

   
 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

 

Leila Krüger

 

 

QUASE VERÃO

Há uma chuva negra e macia na vidraça.

                               Quase cinza, um tanto fraca... me acaricia.

Pingos me olham – esperando o chão cegar.

                               Chegar!

E o desespero do que chove no mesmo lugar. E a nuvem que se move...

sobre as palavras... que eu não te dei. Negra na janela, esperando o chão.
Sou eu quem chove – antes do verão...

Sou eu quem grita! – Ao perder teu rosto de areia, entre minhas mãos...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

Leila Krüger

 

RETORNO DE MIM

 

Aprendi a me deixar podar pela vida.

Deixar que me arranquem os galhos, tal braços, sem dó,

                                 ou com dó, tanto faz...

mas que me arranquem inevitavelmente

                                 e façam de mim o que eu nem sei.

 

E se eu não souber tudo bem, porque aprendi também a voltar...

mais alta e mais graúda,

do tamanho de um coqueiro na praia deserta.

 

Também aprendi a me balançar na praia e até a tocar as ondas.

Tudo me deixa forte. Tudo um dia me deixará forte.

 

E nada me deixará, nunca mais, seca... agora eu posso amar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

 

Leila Krüger

 

 

 

FLOR DE FIM

 

Como saber?

            Se a tristeza é breve

            se a alegria é forte

            se a paz é leve.

            Se a fé rebrota

             no inverno gris.

            Se teus dedos

            na madrugada

            fazem meu fim.

            Como saber?

            Entender tua cor.

            Como saber?

            Se já não sou.

            Como não ser?

            Se nós somos flor... 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Allan R. Banks (USA) - Hanna

Majela Colares

 

 

LEILA KRÜGER:

UM LÍRIO RUMO AO SOL POENTE

 

 

Esta poetisa e romancista, nascida no noroeste do Rio Grande do Sul, na  cidade de Ijuí, chega às livrarias brasileiras e se faz presente, com muita dignidade, conduzindo em seu alforje, o romance de estréia intitulado “Reencontro”,  2011, Ed. Novo Século, São Paulo, com a plena consciência  de que veio para ficar.

Trabalhando uma linguagem essencialmente moderna e um estilo difícil de ser confeccionado  – a prosa poética  –   Leila Krüger  esbanja  segurança e criatividade na elaboração de sua trama consistente e jovial. É sem dúvida, o conteúdo de “Reencontro”, uma sedutora leitura ; uma  envolvente viagem.

Sua estréia foi no romance, mas poderia ter sido na poesia, no conto ou na novela, percebendo-se aí, com tais credencias, a imaginação criativa e imaginosa da jovem escritora dos Pampas.

Com poemas, contos e prosa-poética publicados em vários jornais, revistas, (quer impressos ou virtuais), sites, blogs e antologias, Brasil afora, o talento da gaúcha de Ijuí, começa a ser descoberto e a se destacar no território literário brasileiro.

O Jornal de Poesia, sob o comando do polivalente e irrequieto  poeta e escritor Soares Feitosa, parte mais uma vez na  frente, como sempre, na descoberta e divulgação de novos talentos, como faz agora com a tão promissora poeta e romancista nascida na terra de Mário Quintana e Érico Veríssimo. Expõe em suas páginas uma seleção de poemas da recém chegada Leila krüger.

Os poemas, aqui exibidos, apresentam uma linguagem visivelmente moderna, revelando à primeira vista, um lirismo encantador e atraente. No entanto, ao se fazer uma leitura mais apurada, percebe-se de imediato o teor realista e reflexivo de uma poética desacomodada e questionadora, na qual os sentimentos mais inquietantes do espírito humano são tratados com delicadeza e sofisticada racionalidade.

Nos poemas de Leila Krüger, tudo é pura  inquietude proveniente da  imaginosa e burilante criatividade da poetisa e de um coração sempre em busca das ilimitações do homem.

Explorando de inúmeras formas o verso livre, a anatomia poética de L.K, apresenta poemas embasados em uma linguagem notadamente fragmentaria, no entanto vazados em versos discretamente interligados e entranhados, em suas entrelinhas, por um silencio poético irradiante, refletido em uma metafísica que beira os limites da  vulnerabilidade e incredulidade humana.

A seleção de textos hora apresentada em sua pagina literária, no JP, é o embrião de seu livro de estréia na poesia, que não demorará a vir a público, com certeza, no decorrer de 2012, embora sem uma data ainda prevista.

 Majela Colares, poeta, contista e escritor.