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Nirton Venâncio

nirtonvenancio@yahoo.com.br

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia:

Livro Porto de mim

Trem da memória



Resenha, crítica, ensaio & comentário: 



Fortuna crítica:



Conto: 


Alguma notícia do autor:

 

Nirton Venâncio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

William Blake (British, 1757-1827), Christ in the Sepulchre, Guarded by Angels

 

Jornal do Conto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Morte de César, detalhe

 

 

 

Nirton Venâncio


 

Currículo literário:

 

Nirton Venâncio nasceu em Crateús, Ceará, em 1955. Mudou-se para Fortaleza aos dez anos de idade, mas nunca perdeu o contato com a realidade e a cultura do interior nordestino. Formou-se em Letras, em 1982, pela Universidade Estadual do Ceará, com habilitação em Português e Literatura da Língua Portuguesa.

Começou a publicar poemas nos cadernos de cultura dos jornais O Povo, Tribuna do Ceará, Unitário e diversos tablóides e revistas literárias em meados dos anos 70. Em 1979 participa da criação do Grupo Siriará de Literatura. Dois anos depois é vencedor do 1º Prêmio Filgueiras Lima de Poesia, com os originais de Roteiro dos pássaros, livro publicado e lançado naquele ano. Durante a década de 80, em Fortaleza, integra da I Semana de Arte, promovida pela União dos Artistas Cearenses, publica poemas nas revistas Nação Cariri, Philos, O Catolé, Comboio, Porão e outras publicações nacionais, como Diversos Caminhos, Mostra Visual Brasileira de Literatura, Há Vagas e tem várias letras musicadas por cantores cearenses.

Em 1982 tira o primeiro lugar no III Concurso Nacional Mackensie de Poesia, com o poema “O morto”. Com o poema “Armadura” conquista a primeira colocação no I Salão de Poesia de Bicas, MG, é vencedor por duas vezes nos II e III Prêmio Nacional Scortecci de Poesia com os trabalhos “Metade” e “Trem da memória”, respectivamente.

Seu segundo livro, Cumplicidade poética, é publicado em 1984.

O cinema é uma atividade que anda junto com a literatura na vida de Nirton Venâncio. É roteirista e diretor de filmes. Os curtas-metragens Um cotidiano perdido no tempo (1988) e O último dia de sol (1999) receberam prêmios principais em festivais nacionais.

Em Fortaleza trabalhou como técnico em audiovisual na Secretaria de Cultura do Estado e foi colaborador no jornal O Povo, escrevendo por dez anos a coluna semanal “Zoom”.

Em 1985 muda-se para Brasília, trabalhando na Câmara dos Deputados como assistente legislativo, consultor técnico no Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessoria do Congresso Nacional, e técnico educacional no Arquivo Nacional do Ministério da Justiça.

Tem dois livros para publicar: “Porto de mim” e “Trem da memória”, e finaliza “Raios” e “A distância e a paisagem – Brasília e outras viagens”. Recentemente iniciou experiência na prosa, escrevendo contos.
 

 

 

Um cronômetro para piscinas

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Maurício Matos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Frederic Leighton (British, 1830-1896), Antigona,detail

 

 

 

Nirton Venâncio


 

O que disseram:

 

“Nirton Venancio é um poeta que busca no seu verso o sentimento envolvido de magia e humanidade. Sente-se em sua palavra o conflito da eternidade e desencanto do homem, mas perpassa em sua poética um otimismo de rosas e de luta. Apesar do seu verso justificar o parto de angústia e de dor, ergue-se no passo de sua voz lírica o destino do verbo e da revolta. Em Roteiro dos pássaros, seu primeiro livro (1981), percebe-se que o amor ainda desperta a ânsia de braços estendidos e a certeza de olhares atravessando mares e escuridões. Daí a sensação do verso-cigano, do verso-pássaro, roubando seus dias reunidos e os segredos escondidos. Ele deixa em cada imagem esse tempo perdido nas calçadas e o sentido de eternidade espalhado num encanto de mistério e realidade.”

Rogaciano Leite Filho

Durante o lançamento do livro, 22/5/1981
 


 

“Os ‘pássaros’ que Nirton Venancio liberta de seu volume de versos têm asas longas e rêmiges, fortes, e podem, em sua revoada, atravessar regiões áridas e tempestuosas, sem que os ventos façam mudar seu itinerário. O lado social é a preocupação precípua dos poetas brasileiros no momento, e isso se confirma em Roteiro dos pássaros, a começar pelo poema que abre o livro, ‘Dados pessoais’: ‘cinqüenta e poucos quilos / de idade e de fome’.
Entre o poema de engajamento ‘político’ e de pura feição intimista,
José Alcides Pinto Nirton Venancio se divide entre esses dois pólos, ou dois abismos; sim, porque afinal de contas, o amor e a morte estão conjugados nesse contexto: vida x morte, amor x luta. Diz o autor: ‘morrerei poeta pelas ruas / a espalhar os pedaços de meu corpo / e da minha alma, / a espalhar rosas como amante, / a espalhar panfletos como revolucionário” (pág .21 / Sina).

Percebe-se que o autor persegue uma visão nova do fazer poético, pela variedade de sua temática e o inconformismo de que está possuído. Ele faz uma poesia física, uma poesia da ação. Uma poesia com a ligeireza de pensamento que se completa na contradição do absurdo existencial. É esse o poeta que temos em mãos: fescenino, criativo e contundente na denúncia social. Mas é sob a visão de Eros que ele constrói sua melhor poesia”.

José Alcides Pinto

Caderno Cultura, O Povo, 2/5/1982
 


 

“A poesia de Nirton Venancio tem algo da formalidade jovial de um Jóis Alberto. Tem a exata concepção estrutural de um Caio Fernando Abreu, quando tenta equilibrar o conhecimento de contista com a sabedoria poética. A poesia de Nirton Venancio tem algo da mordacidade de uma geração que, mesmo sem participar ativamente de um processo sócio-político, por motivo que todos nós sabemos, recoloca, hoje, em discussão a fundamental importância dessa geração. Trabalhando com elementos poéticos-sonoros revigorantes, Nirton Venancio é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores promessas da poesia cearense. Roteiro dos pássaros, premiado pelo concurso Filgueiras Lima de Poesia, é um livro sobre a nossa geração, sobre nossa concepção de mundo e de vida.”

Odosvaldo Portugal Neiva
Caderno Variedades, Diário do Nordeste, 2/11/1982
 


 

“’Roteiro dos pássaros’, livro que você diz ser de estreante, éPedro Nava um grande livro cheio de poesia transbordante de amor, mocidade (com muita vivência e experiência) e a preocupação transcendental com a morte e os aléns da morte que preocupavam Hamlet. É um livro de poeta para guardar. Muito obrigado por tanta coisa bonita.”

Pedro Nava

Trecho de carta autor, 16/1/1983
 


 

“Dentre os valores do quadro literário do Ceará, na área de poesia, existe um nome a destacar pelo extraordinário trabalho que vem desenvolvendo pela poética: Nirton Venancio, o notável autor de ‘Roteiro dos pássaros’, dono de um largo fluxo de imaginação, de um certo amadurecimento de recursos de expressão e uma linguagem que melhor se identifica com os padrões poéticos de nosso tempo. O livro é uma edição muito bem cuidada, uma preciosidade pelo tratamento da poesia e pela contribuição que oferece ao universo do leitor. Em seu artesanato poético, notei a sua maneira de dissecar os versos, enquadrar suas emoções de um estilo interessante, arrancando os seus sentimentos mais profundos, oferecendo-os nesse seu ‘roteiro’ um diálogo dos mais expressivos. A sua poesia é rica e variada, sem artifícios. Consegue realmente falenciar com sua arte uma mensagem tersa e condoreira. Uma poesia que vive nas alturas captando o que há de mais belo pela graça do seu sentimento.”

Luiz Fernandes da Silva
Correio de Poesia, João Pessoa, PB, 27/9/1983
 


 

“’Roteiro dos pássaros’ detém um dos títulos mais belos que conheço em livro de poesia. É de um lirismo pungente. E o conteúdo comprova a beleza do título. Nirton Venancio se nos apresenta já amadurecido em sua estréia literária. Percorrer o ‘roteiro dos pássaros’ desse sensível poeta é mergulhar verdadeiramente na angústia humana, palmilhando passo-a-passo o existência e surreal que é esta vida. É um livro que nos deslumbra da primeira à última página. Da sensibilidade sangrada na abertura com os versos ‘não me culpem por nada / pois nada / está sendo mais difícil / do que disfarçar esta dor / e carregar este coração / por debaixo da blusa’, passando confiante pelo homem de amanhã quando diz ‘ainda existe uma lua sobre os edifícios / ainda existem bêbados entre os edifícios / ainda existem rebeldes dentro dos edifícios’, cantando o amor com paixão lírica de um erotismo refinado em ‘cubro / o teu corpo nu / com / o meu corpo nu’, finalizando com a reflexão ‘o pior de tudo / é que estamos vivos / e seria trágico / escolhermos a morte / como opção’, Nirton Venancio poderá não publicar mais nada – e espero que nunca aconteça – mas esse livro permanecerá na história da poesia cearense. Sinto-me feliz em ser um pássaro a percorrer seu roteiro.”

Manoel César
Jornal O Povo, 19/8/1984
 



“Em ‘Roteiro dos pássaros’ o autor dá mostras de umaAdriano Espinola grande força lírica, pela contenção e equilíbrio formal de seus poemas em que, não raro, despontam momentos reveladores: ‘o corpo do homem / é um cavalo / onde a alma põe a sela / e dispara no mundo’”

Adriano Spínola
Diário do Nordeste, 21/6/1985
 

 

 

Herbert Draper (British, 1864-1920), A water baby

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João Scantimburgo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana, detail

 

 

 

Nirton Venâncio



Capa e contracapa do livro Roteiro dos pássaros:


 

Capa de Roteiro dos pássaros Contracapa de Roteiro dos pássaros


 

 

 

Hélio Rola

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Eduardo Diatahy B. de Menezes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

Nirton Venâncio


1º Bilhete:

Meu caro Soares,

Os papé chegaram, conterrâneo! Vou lê-los com o maior prazer. O meu tempo é corrido pra muita coisa, mas tenho a minha reserva técnica no relógio para o que gosto e preciso: ler. Já começei gostando dos seus papé pelo belo poema Architectura no verso no envelope. 

Olha só: a poesia no verso do envelope!... Maravilha!

Volto a lhe escrever a qualquer hora.

Grande abraço,

Nirton


2º Bilhete:

Meu cabra Soares!

Seus "papé" virtuais me pegaram pelo pé! Fui sacudido e ninguém me acudiu no mar de tanta poesia - e nem queria mesmo, eu não precisava. Naveguei nesses versos, meu caro. A sua poesia e sua prosa-que-é-poesia, invadem o peito dentro da gente como se da gente ela fosse - e ela é. É, porque você disseca a alma com destreza, com beleza, com profundidade. Quem lê o que você escreve da poesia de apossa, não tem outra saída.  Ainda vou ler mais, ainda vou escrever mais sobre você. De mim você não escapa!

Nirton Venancio

Sábado vespertino, Brasília,3/7/04

 

 

Valdir Rocha, Fui eu

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Luiz Nogueira Barros