Márcio Catunda
Icone halogeno
Áton vem à tona,
ôntico,
tônico átomo imantando o horizonte.
Num átimo assoma
altissonate, tótem onipotente,
Lótus, vórtice, óvalo volante.
Votivo pórtico, ótico próton,
cor colosso, espasmo dos atônitos,
ignoto trono, pólo, holos, Apolo.
Holofote, fóton, domus, cosmos, sóter,
Theos, Zeus, Deus.
Polux à polis apela
na pálida lápida, a pétala.
Na lapela, o apelo:
Penélope disse odes a Odisseu.
Cogitei sobre o jocoso, o sediço acesso ao Coliseu.
Ócio solicito, solércia, cerciai-me a inércia!
Abrasam luzes, asas azuis oxidam-se,
poluem-se as proles de Lúxor.
Apolo abraça-as, lasso…
A lupa de Petrarca na arca, a pétrea parca pula no Patriarca.
Pulula a pátria arcaica.
Cala a cara de Caracala.
A opaca lampa estanca na anca do monarca.
A monada, a arcana arca, manada da comarca
carcomem os logram, malogram os monólogos.
O prófugo ultrapassa o sátrapa.
Pátroclo proclama a prole atrabiliária.
Pan gira o panegírico da gíria.
O apátrida atrapalha-se com a prática do sátrapa.
Pandora adora o pão de ouro. Ouropeu europeu.
Átropos tropeça no tropel da praça.
Acrópole rola aos pés de Pisa.
O pároco pára o pesar da Papisa.
De gozo e zanga o algoz agoniza.
A pistola profetiza, a estola estiliza, alista-se a pista.
O tolo atola no lodo, o ledo de Toledo lê Otelo.
Adolesce no dolo o doleiro psicodélico.
A pândega languidesce na adega,
apavoram-se de agouros os parvos.
Vou agora lavar a lavoura.
A escória agnóstica escora a pernóstica perfunctória.
No lapso do acrobata, Protágoras protagoniza:
opta pela bata da pitoniza.
Atropos cose a estola do pitecantropos.
Sofre de chofre o sôfrego:
esma e esmola, postula póstuma proposta.
Tregua ao pústula, esdrúxulo,
luxo ao bruxo lúbrico.
Ao protótipo do paradoxo, o sodômico dorso,
antes o horto ortodoxo,
o insólito lençol do docente -- sólido crisol do solilóquio.
Sinto do do ente decente:
tem o tato do tatu, a tutela cautelar.
Tolda o toldo aleatório.
Teme a tomada do dolo – lota o lato leito.
Anota à toa o ato ilocutório,
Em alto tom, distoa disto: destila o alcool do Alcorão.
Sem intimação toma o timão da mão do vilão,
alivia o aluvião, avia o avião.
Ali havia aleivosia, só via a lei suave,
Só ouvia o assovio da cotovia.
Ave, algaravia!
Armou-se mítico circo.
Solstício no ar: místico armistício.
Emito hemistíquios elípticos.
Circe enfeitiça o artífice,
Iça-se o artifício de Ulisses.
Solicita o cenobita.
A mestiça atiça a mecha ametista.
Cala-se o viço da sediça Calipso.
Fixo a si, Sísifo asfixia-se.
Fênix freme no fenômeno cênico.
Homem, doma o hormônio,
Momo, o homônimo sórdido é mordomo,
Anão anônimo, soma o som do ômega,
assoma ao horizonte.
O frenético fascínio, o cinético desatino,
o cibernético cosmético,
o Caronte supersônico, carente de encômios,
o cômico, o histriônico,
acoplam-se em cúpulas e cópulas.
Exploro a remota redoma,
o pleroma do motor.
Anoto os tropos, os trópicos de Átropos,
o pódio do ódio, a paródia.
Forjo o fenótipo do ciclope.
Midas teme as ermas eras,
Hermes imerge nas ermidas,
artemísia de Artêmis, arames de Sermiramis,
matizo as artes sistêmicas.
Homero emite o étimo,
contempla o sétimo cêntimo,
consente-me o cêntuplo.
Destarte, instalo a este este êxtase.
Insto o instante instável: investigo o instinto.
Instigo a vertigem a instituição.
Intimo o imo hialino.
Aos mitos admito.
Os ministros administram-se litros sinistros.
Nos interstícios cito interlúdios,
edito ludica bula, abulo a libélula abúlica,
gloso o libelo da volúpia.
Eclode a écloga, de um gole engulo o bolo,
óbolo da egrégora,
prolongam-se oblongos prolegômenos.
Desdenho da anemia acadêmica, decadente anêmona,
anômala glândula.
Empola-se a endêmica polêmica.
Empala-se a palúdica pulha.
Sei dos domínios indômitos,
Ônix de Poseidon.
Adônis redimido dos demônios,
Transponho os dons canônicos.
Componho com os gnomos.
Armam-se farpas, paspalhos esfarrapados.
Escandalizam-se as cãs.
Abomino os diáconos anacrônicos.
Amo a mônada ôntica.
Transeúnte misantropo,
Tropeço nos trâmites do antro.
Unto de humus o atônito triunfo.
Aos juros abjuro,
Abdico ao açucar do súcubo.
Não sucumbo ao cúmulo.
Auguro sepulcro ao íncubo,
Inauguro um hino ao guru.
Na bela Babel embalde há banais abanos
e ébrios soberanos.
Vacas bacantes, Bacos cambaleantes,
Balcões balcânicos.
Pan predica o pânico.
Eis a épica apocalíptica.
Calígulas engolem lúgubres signos,
Cálidas Calíopes, as afrodites etíopes,
Com o sabre da Calábria, abro o lábaro, calibro,
digno-me de túnicas inconsúteis.
Mordo a mordaça.
Soma-se a Sodoma a moda do remorso.
Dá-me asco a dama de Damasco.
A mosca osculou o colosso da moça,
inoculou o ídolo de Moscou.
Amor deu a mordaz modorra?
Engomou gorros em Gomorra?
Esmou no marasmo das masmorras?
Aguço a saga da raça, sagro-me sagaz.
Satisfaço-me na safra, alço-me a galáxia.
Recuso o crisol do sórdido.
Ignoro o fascínora.
Encorajo o sorumbático,
conjuro o equinócio do ócio.
Laboro com as hostes,
Coloro de ósculos as corolas,
apodo os coptos, rapto os rapsodos,
capto mentes mentecaptas,
tomo sintomas de gnomos,
nado nos pseudônimos das gônadas.
Está a fazer sal o rei Faissal?
A Caaba acaba por abalar a Cabala?
Das almoço ao lobo do moço?
Por amor dele, ameaças?
Saciaste-te de salsas da Alsácia?
Típica de hípica, a épica púdica!
Viril, vige a vírgula de Virgílio,
a lirica, argila do vergel,
adeja gélida, lúgubre sigilo.
Átila estala o látego,
Catulo cata o tule de Toulouse,
lubrifica a musa lúbrica,
Camões come os mamões da lusa,
Calíope liba o mamilo da cafusa.
Afrodite etíope pisa punhos impunes,
lutas púnicas do patife Putifar.
Onírico onanaista solipsista.
Semeiam os que se amam.
Amam-se os que se entremeiam.
Sem medos de Medeias medram seus dramas.
Amam seus adros, bradam encandilados pelos candelabros [alumbrados.
Somam o sêmen ao supremo prêmio.
Primam nos prementes prantos.
Nos proêmios, nos prismas,
nos promontórios do adamanto,
um manto os imanta
e os anima e aproxima,
distantes conquanto nos quadrantes atlânticos.
Espantam-se os amantes.
Quebrantam-se nos recantos.
Sob os cantos ou nos gumes dos queixumes.
Sem ciúmes, nos remansos dos acalantos descansam.
Soprem sobre os coprófilos, suprimam os neófitos.
Fuçem as fossas das tropas.
Tropeçem nos potros e nos trópicos,
Alvoroçem o ofício, esboçem fósseis,
ossifiquem os equinócios.
Esquematizem esquimós e moluscos.
Abulam Nosferato e os equinos,
os nós, as nozes, Zenon e Tumósis.
Amenizem os domínios de Amenófis,
Amem, ofídios!
Nero engendra ingente gentalha.
A onerosa genese degenera.
O gen do gentio, a genitalha.
Energiza-se a ogeriza.
O estágio do agiota, a lógica do idiota.
O adágio do nojo, a botija da indigência.
O indigesto gesto.
Astros, estros, ostras, extras,
sequestros, sequelas, querelas...
selam-se os enleios.
Zelos gelam-se.
Ajax jaz, ajaezado a andalusa.
Haja ausência nas adjacências.
Jason faz jus à lisonja.
Haja exigência.
Timeu intimida Himeneu.
Meti-me no mimetismo,
liminar milímetro.
Redimi-me ao mínimo.
A libelo de libido tímida.
Atino ao átimo,
sinto-me no íntimo.
Imito os latinos, desatino ao intimidar os Átilas,
limo o estilete do estilo.
Dos álibes libo dileto deleite.
Deito-me no leito.
De arrimo arrumo o cinto,
insto-me, instilo-me peristilos,
bastam-me meus périplos,
bíblicos periélios que elucubro,
salubres lucros e salmos lúgubres.
Ilustro-me de astros e estros.
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