Ribeiro Couto
XI (Noroeste,
civilização na infância)
Noroeste, civilização na infância,
Expansão incoercível de São Paulo,
Acima dos câmbios, acima das baixas, acima de todos
(os desastres.
Como é bela a poesia atrabiliária das tuas cidades
Em cujas estações uma turba heteróclita
Discute negócios e política municipal!
És São Paulo que
caminha, ó Noroeste,
Como outrora,
Como no tempo das entradas incomparáveis!
És São Paulo que
caminha,
São Paulo esportivo, ganhador e violento,
São Paulo de todas as indústrias humanas,
São Paulo que desconhece o ócio dormente das apólices,
São Paulo que arrisca, São Paulo que avança,
São Paulo da aventura austera do trabalho,
Acima dos câmbios,
acima das baixas, acima de todos
(os desastres.
Publicado no livro Noroeste e Outros Poemas do Brasil
(1933). Poema integrante da série Noroeste.
In: COUTO, Ribeiro. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: J. Olympio,
1960. p.245
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