Estudos &
catálogos — mãos
Dos
Leitores
Adail
Sobral <adails@terra.com.br>:
Enumeração borgiana,
construção cabralina, vertigem do frontispício
de O Nome da Rosa, em que a descrição em palavras
tem mais vigor, nestes tempos de desatenção, do
que a vaga imagem do filme. Percorro maravilhado o inventário
do impossível.
Prefácio intermetalingüístico-leitura-pessoal-coletiva,
vertigem. Gado é gado, mas vaca é flor e boi é
canário. Listas e listas, correntes listas, em lista
de Web. A alta tecnologia traz do "mato'
a estranheza a quem não viu as personagens que desfilam
em Virgílio e Soares, e evoca, para quem viu, o embate
anti-antigonal, pró geração, pois, num
prefácio de griffe, de marca, de bois, de poesia,
de amor.
Há esperança.
Adail
Sent: Wednesday, December 03, 2003
2:51 PM
Senti-me meio
perdida, são palavras que gritam, ecoam, mugem e cantam canariamente. Preciso de tempo
para absorver, sensação
estranha essa que estou sentindo, só o velho Guima (Guimarães
Rosa) fez isso comigo. Esse sempre me faz sentir-me numa densa
floresta de palavras e, nesse texto... não consigo encontrar
caminho, isso é uma "gravanha" diria Manoel de Barros.
Acho que preciso abrir
meu horizonte de leitura.... Gosto disso...
Abraços,
Edna Menezes
Mauro
Mendes
Sent: Thursday, December 04, 2003
11:53 PM
Subject: Recordel
Poeta Soares,
RECORDEL! O título
do livro já é um poema, pelo menos pra quem é, como eu,
destas terras! Mas falta ler o livro, vontade que o simples título
desperta. Cadê o livro? Cadê o meu?
O seu prefácio
é originalíssimo, sem recursos a estas coisas manjadas
como "intertextualidades", "polissemias", ou exdrúxulas,
como
"alexias", ou de compadrio, como "com este livro o
autor adquire, assim, o lugar que, de há muito, lhe
pertence, de pleno direito, no panorama literário..."
Ao contrário, o seu prefácio é puro
sertão(onde, também, com certeza, se insere o livro),
os bois mugindo, o tropel de tudo quanto é bicho, o canto
da passarada, os "cheiros" de tudo, cada um, a seu lugar
e hora, conferindo à gente(sem que disto a gente mesmo
se aperceba...), um sentido, ao mesmo tempo, de individualidade
e de absorção total na natureza... Você
maneja, admiravelmente, estas lembranças! Vontade de me embrenhar
de novo nestas matas, de onde nunca deveria ter saído
para estudar vãs filosofias!
Um abraço!
Mauro Mendes
Eduardo
Diatahy Bezerra de Menezes
Sent: Tuesday, December 02, 2003
1:57 PM
Subject: Re: [LITT] Este, o prefácio
Chico Feitosa dos
sertões dos Inhamuns!
Você é
o demiurgo que transforma um simples Prefácio num texto evocativo de nossos sertões.
Beleza que nos salva
da neurose da Verdade, como
nos ensinava Nietzsche!
Abraço de
felicitação para você, Virgílio e Côca,
diatahy
Luiz Paulo
Santana
Sent: Wednesday, December 10, 2003 2:29 AM
Subject: Prefácio para "Recordel"
Poeta Soares Feitosa:
"Ao
dono, indelegável, personalíssimo, o direito de ferrar." Sim.
E você o faz com a marca inconfundível de seu estilo e de seu
talento.
Catalogando catálogos que catalisam o processo alquímico da
leitura, catapultando o leitor para dentro do livro que, pela
pequena amostra, que pena, dá a pista de outra talentosa ferrada.
A estrofe citada, do poema "As Horas do Dia", deixou-me
em grande expectativa: pareceu-me uma abertura, delicada e
premonitória preparação para a grande aventura poética
que se seguirá. Recordel. Você certamente nos dirá onde e
como conseguir o livro.
Rodrigo
Petrônio
Sent: Tuesday, December 09, 2003 2:44 PM
Subject: Re: Poeta, releio os ensaios!
Belíssima
organização de catálogos! Muito boa mesmo. Gostei
das iluminuras do sertão e da reflexão sobre as letras. Agora,
minha mãe é Quitéria, de Afogados de Ingazeira, Pernambuco. (Onde
fica a tal cidade? Ela, a padroeira, se chama Quitéria?) Vou
correr falar pra ela.
Aquele
abraço!
Rodrigo
Jorge
Tufic
Recebi,
ainda sob o foguetório de ontem, o Jornal de Poesia, contendo a
saga introdutório de uma outra saga, esta de Virgílio Maia,
encimada pelo título Recordel. Agradeço-lhe por tudo.
Você tem linguagem própria, cultura sertaneja visível, ensinada
com apuro.
Na
paisagem urbana, eu não sei recortar o Vigílio sem ter na mente
um sertão de paletó e gravata. Nem de ver Soares Feitosa sem
lembrar um peão da caatinga educado em Paris.
Com
todo o respeito, portanto, eu me curvo diante de ambos como quem
se curva a um remanescente pajé das águas pretas, guardador da
sabença amazônica.
Meu
grande abraço
Jorge
Tufic
[Nota do editor: Soares Feitosa nunca muito mais longe do que a
Cidade da Bahia]
Alfredo
Fressia
Obrigadíssimo,
Feitosa, por esse texto belo, muito belo. Tem muito de épico,
especialmente de homérico, sim, nessas enumerações.
Valeu
a pena você fazer essa edição, o texto a merecia.
Parabéns,
amigo.
Alfredo
Antônio
Carlos Secchin
Caro
Soares Feitosa:
obrigado
pelos textos de Mãos, em especial seu belo prefácio,
com direito ao "retrato do artista quando jovem"!
Parabéns! Você, de fato, pôs "mãos à obra", e
Virgílio deve ter ficado muito contente.
Um
grande abraço e os votos de um feliz 2004 do
Secchin.
David
Medeiros Oliveira
Sent: Thursday, January 08, 2004 3:16 PM
Subject: Viagem
Quedou-se
reforçada a minha primeira impressão, de quando li
"Adolescíamos": suas palavras são imagens, são
como um roteiro.
Prova?
São várias: as ferradas nos bois, o fumacear das marcas, os
catálogos, as marcas, os "as" em times
e arial...os
catálogos.
Lê-lo,
Feitosa, é como viajar. Seu estilo: roteirista; suas palavras:
movimentos...ah, os cavares e recavares de nossa vida!
Visualmente,
um detalhe que me impressionou (e como vc me impressiona!): as
fotos. Sua foto jovem, no início, e a foto de Virgílio, ainda
novo, mas atual, no fim do texto. O catálogo das letras
desenhadas no couro de outrora, e o catálogo das grifes de
hoje; as marcas nos bois, as letras no PC. Indago: basta a
viagem no espaço? Não, a viagem é no tempo.
André
Seffrin
Meu
caro Feitosa,
"Estudos
& Catálogos: Mãos" não é prefácio, é obra
autônoma. Para quem navega nas águas de um Euclides da Cunha, de
um Raul Pompéia, de um Guimarães Rosa, de um Pedro Nava. Feliz
mesmo é o Virgílio Maia que pode juntar ao seu livro um outro
livro de poeta. Prefácio? Uma leitura apaixonante e
inesquecível.
Parabéns
e o melhor dos abraços, com tudo de bom para 2004, do seu amigo
André.
Regina
Lyra
Sent: Friday, December
19, 2003 12:57 AM
Subject: Estudo e catálogos:
As Mãos (Regina Lyra)
Meu
Caro
Soares, ler
seu
texto
no leva
para
pontos
de prazer
e
saber. A
descrição
da vida
no campo
do senhor
e da senhora
da
fazenda
é de uma
maestria
ímpar. Os catálogos
tornam-se velhos
conhecidos, ou
de quem
viveu no
campo, ou
pelas belas leituras
dos
nossos
escritores, tais
como: José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queirós, Graciliano
Ramos
e tantos
outros.
Sua
leitura, meu
querido
Soares
é prazerosa, nos
leva
e nos
enleva, a momentos
de reflexões.
Parabéns
Soares, não
só
por
dá oportunidade
da leitura
de
prefácio
tão
belo, mas
também, por
fazer parar
um
pouco
e pensar
nos
acontecimentos
da vida
...
Um
grande
beijo,
Regina
Lyra
http://www.reginalyra.net/
Maria da Conceição Paranhos
faz uma análise crítica do tipo tomografia.
Basta clicar aqui ou na foto
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