Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

 

 

 

 

 

Wagner Lemos

wagnerlemos@yahoo.com.br


Poesia:


Fortuna crítica:


Prefácio, ensaio, crítica, resenha & comentário:


Alguma notícia do autor, direto para sua page pessoal:

 

 

 

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

 

Deise Assumpção

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wagner Lemos



Desejo


Teu corpo
convidativo
me alucina.
Perco o senso.
Perco a direção.
Perco caminhos,
desconheço trilhas
e me deixo envolver
nos teus olhares,
no teu brilho,
nas tuas formas,
nos teus enleios...
E desejo ficar
junto de você,
Querendo
me perder
mais uma vez...



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rubens, Julgamento de Paris

 

 

 

 

 

Wagner Lemos



Ponto D


Desejo-te, divino delírio,
Devaneio-me em descobrir-te,
Delicio-me em desvendar-te,
Desconheço-me degustando-te,
Desfaleço dividindo-te...



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Theodore Chasseriau, França, 1853, The Tepidarium

 

 

 

 

 

Wagner Lemos



Presente de Grego


Como uma espécie de cocaína benigna
Você me atrai.
Algo estranho e misterioso,
Um veneno de doce sabor,
Que mesmo sabendo que me mata,
Insisto em ingerir.

Você,
Um vício
Do qual não me livro
Nem quero livrar.

Uma gota.
Um fragmento
Qualquer imagem
Sob a face de uma nudez.

Uma incessante
Queimadura.

Você,
Alucinação pura:
Desgraça
Antes da cura...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wagner Lemos



11 de Setembro


Sabor amargo
De champignons
Temperados com urânio a gosto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jacques-Louis David (França, 1748-1825), A morte de Sócrates

 

 

 

 

 

Wagner Lemos



Grega Sedução


Entre tuas gregas colunas,
Encontrei o leito de Afrodite.
O Monte Olimpo do teu corpo,
Invadi com minha Esparta.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wagner Lemos


 

Migalhas


Meus pés
Estão cansados
De andar pelo quente asfalto da estrada.

Minhas mãos
Calejadas estão
Pelo meu labor.

Uma tradução de mim,
Que caço com os dentes
E mato com o olhar.

Uma brasa
Queimando o ferimento
E um corte que não estanca
De sangrar.

Você:
Uma ilusão,
Uma estrela,
Uma emoção,
Uma centelha.

Um reflexo
No espelho
Um barco chegando
Na praia.

Você,
Pão de centeio.
E eu,
Migalha.


 

 

 

 

 

20/10/2005