José Carlos de A. Brito
As duas novas
torres
Nascerão, da explosão, duas novas torres
De trabalhadores polacos, asiáticos, latinos
Formadas por africanos sonhadores
E com a alma de índios clandestinos.
Do sábio Jabir Hayan, uma alquimia brota
De Abu Ali (Avisena) e sua medicina
Luz do antigo Islã nas trevas da Europa
E no olhar da mulher a paz será a sina.
As duas novas torres, assim e por fiadas
De sábios do passado, e por suores,
De calejadas mãos, serão edificadas;
Do sangue que se forma, a paz será a norma
Da fundição dos mortos, se unirão as dores,
Essa junção de ódios serão as duas torres.
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