| Ave libertas
 
 Ao clarão irial da madrugada,
 Da liberdade ao toque alvissareiro,
 Banhou-se o coração do Brasileiro
 Num eflúvio de luz auroreada.
 
 
 É que baqueia a vida escravizada!
 Já se ouvem os clangores do pregoeiro,
 Como um Tritão, levando ao mundo inteiro
 Da República a nova sublimada.
 
 
 E ali, do despotismo entre os escombros,
 Rola um drama que a Pátria exalça e doura
 Numa auréola de paz imorredoura,
 A República rola-lhe nos ombros;
 
 
 Enquanto fora na trevosa agrura
 Sucumbe o servilismo, e, esplendorosa,
 A Liberdade assoma majestosa,
 - Estrela d’Alva imaculada e pura!
 
 
 É livre a Pátria outrora opressa e exangue!
 Esse labéu que mancha a glória pública,
 Que apouca o triunfo e que se chama sangue,
 Manchar não pôde as aras da República.
 
 
 Não! Que esse ideal puro, risonho,
 Há de transpor sereno os penetrais
 Da Pátria, e há de elevar-se neste sonho
 Ao topo azul das Glórias Imortais!
 
 
 Esplende, pois, oh! Redentora d’alma,
 Oh! Liberdade, essa bendita e branca
 Luz que os negrores da opressão espanca,
 Essa luz etereal bendita e calma.
 
 
 Vós, oh Pátria, fazei que destes brilhos,
 Caia do Santuário lá da História,
 Fulgente do valor da vossa glória,
 A Bênção do valor dos vossos filhos!
 
 
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