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Efer Cilas dos Santos Júnior


 

Soneto a Verdadeiro Amor


Lentamente eu notava que crescia
Um sentimento dentro de mim e este
Ia me dominando e me trazia
Zilhões de sensações em meu ser foret!

Ah! Eu pensava então: “O que seria?”
Minha alma então me respondia: “Digo-te
Amor tu sentes! Nada mais faria
Ressoar em tua alma tal embate!”

Intrigado pensei:” Deus, em amor
A amizade por ela se mutou!
Com o passar dos anos me consome,
Ah! Consolida-se e está bem maior!”
Lês tais versos que minha alma inspirou?
Vês? Do meu amor está gravado o nome.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entardecer, foto de Marcus Prado

 

 

 

 

 

Efer Cilas dos Santos Júnior


 

 God save the Queen


Quando, em nove de março, um choro agudo,
Pela sala de parto ressoou,
Minha vista antes clara se turvou,
Meu coração falante ficou mudo.

Percebi que o pequeno ser desnudo,
Em meio a sangue e secreções me olhou,
Em meus trêmulos braços se quedou,
Desprotegida...Dominando tudo!

Com minutos de vida percebeu
Que o gigante tornado pigmeu
Já a amava de forma tão serena;

Que o homem que antes buscava feitos grandes,
Querendo voar mais alto que os Andes,
Chegou ao auge com uma obra tão pequena!

 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Yeda

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Yêda Schmaltz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Velazquez, A forja de Vulcano

 

 

 

 

 

Efer Cilas dos Santos Júnior


 

Outono


Chegando o outono, as folhas vão caindo...
A velha natureza se renova,
Mas minha alma que fica nesta trova,
A cada estação vai se esvaindo.

Todo dia problemas vão surgindo;
Desilusões, sim! Tudo em mim desova!
Queria jogar tudo em uma cova,
E, aliviado, olhar o céu sorrindo!

Sim, Deus! Devíamos ser como as plantas,
Reciclar-nos assim de agruras tantas,
Ressuscitando a cada uma estação!

Porque só assim nesta dura lida,
Poderei suportar a minha vida,
Sem que se parta ao meio o coração!

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), João Batista

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Andréa Santos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Goya, Antonia Zarate, detalhe

 

 

 

 

 

Efer Cilas dos Santos Júnior


 

Soupirs d’Amour


Márcia, duas vezes eu te vi.
A conta certa para me encantar.
Reparei o coração feliz saltar,
Com uma força que jamais senti.

Ia desencantado por aí...
Achando bem difícil me encontrar
Com uma moça que fosse juntar
Romantismo, beleza e graça em si.

Instante mágico esse que te olhei!
Senti que eras tudo isso que sonhei...
Tive certeza quando conversamos.

Inebriado de ti desde então,
Noite e dia suspira o coração:
“Ah! Deus meu, por que não namorarmos?”

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), L'Innocence

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Regina Sandra Baldessin

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Goya, Maja Desnuda

 

 

 

 

 

Efer Cilas dos Santos Júnior



Poème d’homme triste


Ando envolto em mistério,
Sorumbático e tristonho,
Como um gnomo medonho
Vagando pelo cemitério.

Sou obrigado a ficar sério
E respeito e temor imponho,
Pois, se não, viverei de sonho,
Ou irei para o necrotério!

É simples o meu segredo,
A humanidade me dá medo,
Pois sempre tem-me desprezado!

Não sei até quando irei agüentar,
Pois se tal quadro não mudar
Em breve, ter-me-ei matado...
 

 
 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana

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Juscelino Vieira Mendes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Judgment of Solomon

 

 

 

 

 

Efer Cilas dos Santos Júnior


 

Pregação


O culto ao corpo que o homem fútil faz,
É pior que adorar o vil bezerro,
É incorrer em um gravíssimo erro,
É esquecer da alma que o corpo traz!

Há gente que das paixões corre atrás,
Buscam brilhantes, ouro e até vil ferro,
Querem vinho e mulheres a um só berro,
Só crêem nesta vida, bem fugaz.

Por que não enriquecem o seu espírito?
Por que não ouvem o que já foi dito:
“O Reino de Deus não é deste mundo”.

Se de tal mal, pois não se arrependerem...
Irão se tornar, quando eles morrerem,
Vagantes seres de destino imundo!

 

 

 

Valdir Rocha, Fui eu

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Mario Cezar