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Gustavo Rieke

grieke@bol.com.br

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


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  • Bio-bibliografia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Culpa

 

Michelangelo, Pietá

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Descobertas


Descobri que a morte.. liberta...
Liberta do desejo..
Liberta do querer...
Liberta do anseio...
Liberta de te querer...
Liberta de viver...

Descobri que viver...
Viver é estar contigo...
Viver é rir contigo...
Viver é flertar você...
Viver é rir de você..
Viver é morrer por você...

Descobri que morrer é...
Morrer é não ter você...
Morrer é perder você...
Morrer é não amar você...
Morrer é te esquecer...

Descobri que a morte.. liberta...


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Eu vou sobreviver


Sobreviverei sim......
Enquanto meu coração suportar a dor, sobreviverei...
Meus olhos se acostumarem as lagrimas, sobreviverei.....
Enquanto se dissipa o calor do seu corpo na nossa cama, sobreviverei.....
Quando minhas mãos não puderem, mais toca-la, sobreviverei.....
Enquanto seu perfume deixa meu quarto, sobreviverei.....
Minhas lembranças se tornarem nevoa, sobreviverei.....
Enquanto minhas forças retornam a este corpo usado, sobreviverei.....
Meus dias se tornaram séculos, sobreviverei.....
Enquanto conseguir raciocinar e pensar em você, sobreviverei.....
Mesmo assim sobreviverei....


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Riviere Briton, 1840-1920, UK, Una e o leão

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Palavras Tristes


Pela fresta de minha vida, vejo o ser
Deitado em lençóis de seda
Imundo pelas ocorridas
Queixoso pela sua psicose
Rancoroso pelos enlaces
Garboso pela alcova
Embriagado pelo vinho
Despojado pela sorte
Amaldiçoado pela dor
Sedento de prazer
cru,
morno e
nu...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jacques-Louis David (França, 1748-1825), A morte de Sócrates

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Sentado


Estava sentado, em meus pensamentos, soltos quando dei por mim estava em sua pagina pessoal do orkut....
Comecei a ver, lembrar, sorrir, me alegrar me entristecer...
Pela sua felicidade, pela sua família, pelo seu rebento, pelo seu alento....
Ela veio fria, como uma lamina, que aos poucos dilacera meu orgulho, minha sensatez, meus escrúpulos...
Ela se alojou e se configurou no que sinto, frio dilacerado, sem orgulho, sem amor, sem pudor...
Abriu meus olhos pra angustia que meu coração vive, sombrio, solitário, sem amparo...
Abriu as portas de minhas emoções que a muito eram reabsorvidas para mim...
Mostrou-me o quão alem do mundo estou...
Senti um arrepio de espanto...
Quase cheguei a pranto....
Pela falta de acalanto...
Subiu a ânsia do ciúme
Pela alegria exposta...
Ai chegou a consciência...
Pela sua alegria...
Senti-me confortado...
Sem mais nada por antever...
A não ser seu bem querer...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Perdas sim....


Como poderia eu,
Desacreditado das emoções.... sofrer,

Como poderia eu,
Insensato no amor... conter,

Como poderia eu,
Marcado pelo desamor... correr,

Sim correr de meu destino...
Quantas e tantas...
Por meus atos vi lagrimas correr

Quantas e tantas...
A meus pés pediram pra morrer

Quantas e tantas...
Sai sem ao menos tentar socorrer

Sim socorrer da desilusão...

Meu castigo chegou...
Jovem, linda....
Com pesares da vida que a muitas deixei...
Com semelhanças que a muito quis esquecer...
Com solidões, que até os meus filhos impus...

Veio como flagelo de ....
André Felipe...
De Marilenes..
De Ritas...
De Mirians...
De Alines...
De Zenildas...
De Carlas (Também com K)...
De Monicas...
De Neivas...
De Cinthias...
Até de Marias, tanto só Marias, como Inês, do Carmo, até do Socorro...

Socorro que não me deram...
Que não me puseram...
Que não me proveram...

Como eu a todas fiz...
Por isso não sofro...
Somente me resigno a aceitar...
A compreender,
a sentir
a viver
e a persistir...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Judgment of Solomon

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Somente frases



Penso eu em escrever o que ainda não li...
criar do ser, do eu, de mim...
Como faze-lo se assola a copia
Como interpretar o pensamento se .....
ele se dissipa na rapidez da luz
Impossibilitando-me de escrevê-lo e descreve-lo
Poderia eu talvez falar
Dizer o que sinto, mas....
Não há forças
Queria eu me desiludir da esperança e
mante-la distante de mim......
Mas como???
Se o que move meus pulmões é ela....
É a sede do que ainda não sei ......
Mas terei de saciar me disso.
Terei de embriagar me e ...
Anestesiado sentir o que meu coração grita ...
e não ouço
Meus ouvidos selados pela amargura ...
e pelo pranto
Não querem mais escutar ....
para não mais pensar
Quisera eu ter a jovialidade dos adolescentes
Que não se cansam ....
das lutas perdidas
Não se magoam ...
pelos amores repartidos
Não sentem a falta dos amigos ....
esquecidos
Oh.... juventude de minha alma!!!
Quando ira sentir o peso de teus anos
Quando terás descanso

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Sonhei contigo


No escuro de meu quarto...
Vi quando pela porta passavas...
Sua silhueta, meiga, fina...loira...
Vindo de encontro a cama
que me deitava

Quanto mais perto chegava...
mais minha visão deslumbrava...
seus seios, suas coxas, suas ancas...
eu admirava...

Enfim percorreste a distancia
Que nossos corpos separava
Pude enfim toca-la
Beija-la e acaricia-la...

Quando minhas mãos seus seios tocaram
Um gemido rouco e malicioso
Ouvi... era seu corpo que arfava
Aos cânticos
que nosso desejo cantarolava

Tocando seu sexo
com meus lábios...
senti o calor e o perfume
do que seu sexo
necessitava

Fazendo isso vi em teus olhos
Toda a grandeza do gozo
Que se aproximava

Parei para que não desacorda-la
Vi seus olhos em silencio gritarem
Para que tudo continuasse...

Mas suas forças já subjugadas
Pouco a pouco se entregava
A meus carinhos e o prazer
Recompensa-la

Quando meus olhos se abriram
Viram que seu corpo não estava
Em minha mente
Ficou somente o perfume da noitada
E em minha boca o
sabor de um sonho
Inacabado

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

John Martin (British, 1789-1854), The Seventh Plague of Egypt

 

 

 

 

 

Gustavo Rieke


 

Procura


Cheguei lhe procurei você não estava...
me pus a lembrar...
lembrar de suas palavras...
lembrar de sua feição...
lembrar de sua emoção...
lembrar de sua meiguice...
lembrar de minhas lembranças...

Pensei....
Pensar isso por que...
Pensar nisso pra que...

Recostei na cadeira...
Senti um arrepio me percorrer...
Parei....

Por que lembrar...
Por que pensar...
Por que amar....

 

 

 

 

 

25/01/2007