Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Helena Ortiz 

ortiz@ism.com.br

Winterhalter Franz Xavier, Alemanha, Florinda

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Contos:


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leonardo da Vinci, Embrião

 

William Blake, Death on a Pale Horse

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Empire of Flora

 

 

 

 

 

Helena Ortiz


 

Esperando a hora


não ouço mais teus gritos
não corro mais atrás de ti
não te abraço
não gozo teu riso
não me espanto


trago em mim esse grito
que não rompe
esse tédio de sala de espera
quieta
onde minha ficha é a última
e talvez não haja tempo para hoje

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

Helena Ortiz


 

Soco


essa lágrima que dói
esse sufoco
essa boca seca


sempre esse eco
no espaço chumbo
esse galho
que escurece
e cai

 

 

 

William Blake (British, 1757-1827), Angels Rolling Away the Stone from the Sepulchre

Início desta página

Aleilton Fonseca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rubens, Julgamento de Paris

 

 

 

 

Helena Ortiz


 

Os que não


como é que eu ia saber
que era teu último abraço
e que a tranquilidade
com que te foste
era apenas a de quem
afinal
desvenda o mistério?


Aqui ficaram os que não vêem
não percebem
não ouvem
não respondam

 

 

 

Da Vinci, Madona Litta_detalhe.jpg

Início desta página

Vicente Franz Cecim

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Helena Ortiz


 

Arrumando o quarto


hoje mexi em tuas coisas
em tuas mínimas coisas
em teus pequenos vestidos
tuas sandalinhas
em pedaços de coisas
que ganhavam vida em tuas mãos
ouvi teus passos curtos
te reencontrei em gavetas fechadas
armários intocados
brinquedos mudos
chorei entre tuas roupas
e precisei me dizer
para não naufragar
não mexe aí, mamãe
 

 

 

 

Soares Feitosa, dez anos

Início desta página

Luís Antonio Cajazeira Ramos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Helena Ortiz


 

Poesia viva


precisou que te fosses
para que a poesia
renascesse em mim


enquanto estiveste ao meu lado
ela existia
tinha um corpo que dançava
olhos que abraçavam
mãos que me erguiam
e chamava-se Alice

 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922),  A Classical Beauty

Início desta página

Francisco Brennand

 

 

 

13.11.2006