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Orides Fontela

São João da Boa Vista, SP, 24/04/1940 - Campos do Jordão, SP, 02/11/1998

Entardecer, foto de Marcus Prado

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia da autora:

 

 

Sophie Anderson, Portrait Of Young Girl

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Orides Fontela


 

Bio-bibliografia


Orides nasceu na cidade de São João da Boa Vista, em 1940. Publicou trabalhos no O Município, periódico de sua terra natal e no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo. Formada pelo curso de Filosofia da Universidade de São Paulo. Foi premiada com o Jabuti de Poesia, em 1983, em função ao livro Alba, recebeu também o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, pelo livro Teia, em 1996. Em 2007 o Ministério da Cultura homenageou-a com a Ordem do Mérito Cultural, categoria Grã-Cruz. Maria Helena Teixeira de Oliveira, prima da poeta, foi quem recebeu a condecoração das mãos do Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. A cerimônia aconteceu no Palácio das Artes, na cidade de Belo Horizonte.

O mundo proporcionou à poeta momentos agudos de depressão e solidão, além de costumeiras dificuldades financeiras. Tanto que ela recebeu apoio dos amigos Antonio Candido, Davi Arrigucci Jr. e Marilena Chauí. Seu drama pessoal era traduzido além da página. O peso da realidade a conduziu várias vezes a tentativas de suicídio.

No final da vida, acabou sendo despejada de seu apartamento no centro da cidade e foi viver com sua amiga Gerda na Casa do Estudante Universitário, velho prédio na Avenida São João, região central de São Paulo, onde passou seus últimos anos. Era uma pessoa irritadiça e muitas vezes se meteu em encrencas, brigando com seus melhores amigos. Morreu em Campos de Jordão, aos 58 anos, no dia 2 de novembro de 1998, de insuficiência cardiopulmonar, provocada por uma tuberculose, na Fundação Sanatório São Paulo. Não fosse a ajuda de um médico da Fundação, que viu um livro juntamente com os objetos pessoais de Orides, a poeta poderia ter morrido como indigente.

Obras

  • Transposição (1969)
  • Helianto (1973)
  • Alba (1983)
  • Rosácea (1986)
  • Trevo (1969-1988)
  • Teia (1996)
  • Poesia Reunida (2006)
  • Poesia completa (2015)
 

 

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Orides Fontela


 

Carta ao Soares Feitosa

 

São Paulo, 27.2.96
 

Sr. Soares Feitosa
 

Agradeço seus trabalhos, de coração. Inda não li com cuidado para poder criticar, desculpe. Deu para perceber que o senhor é um lírico, — até romântico — influenciado pelo modernismo. Mas parei aí. Estou certa? Ah, o papo sobre a Internet é interessante. Não sei nada de computador nem me é possível ter um, mas que é um meio quente para divulgação é. Só espero uma coisa: não estar lá sem saber, acharia chato não ter a informação — mas até o momento isto não me aconteceu inda, creio. Se acontecer, me avise, tá? Sem mais um abraço.

Orides Fontela

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Orides Fontela


 

Fala


Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.


Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.


Tudo será
capaz de ferir. Será.
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.


Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.


(Toda palavra é crueldade)

 

 

William Blake (British, 1757-1827), Angels Rolling Away the Stone from the Sepulchre

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Anderson Braga Horta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Orides Fontela


 

A estrela da tarde


A estrela da tarde está
madura
e sem nenhum perfume


A estrela da tarde é
infecunda
e altíssima


Depois da estrela da tarde
so há:
o silêncio.
 

 

 

Da Vinci, Madona Litta_detalhe.jpg

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Pedro Nunes Filho

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904) - Phryne before the Areopagus

 

 

 

Orides Fontela


 

Hamlet


...mais filosofias


que coisas !
 

 

 

Soares Feitosa, dez anos

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Ruy Vasconcelos

 

 

 

 

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