Vito César Fontana
Feridas
São como feridas, teus filhos
Se atrelam a ti como primatas básicos
te repuxam a pele, te deixam marcas
te chicoteiam e se danam, ai...
pelo mundo afora.
Ficaste só, com tuas feridas e memórias.
O espelho, te vigiando da parede,
encontra teu rosto transmutado...
decênios...
São como feridas, os teus filhos
E te sentes aliviado ao vê-los felizes,
como novos produtos de si mesmo,
rebentos cinéticos, assuntos diversos,
com suas mulheres
e suas vidas bem definidas...
São teus apêndices ainda, prolongamentos
negativos revelados, mostrados ao mundo
e te contentam... e te deprimem...
no exercício de sê-lo...
E tua idade pesa, nessa lei,
E o teu silêncio grita,
quisera voltar atrás e alem,
passar por tudo isso,
sem querer sofrer, talvez,
a dor de um novo risco...
E ser alguma coisa a mais,
além de uma lembrança,
E o teu sorriso escolhe, ali/alem
o que e mais bonito
e tudo que fizera por alguém
pelo teu próprio espírito
E nesse despertar,
assim como ele e dito,
encontras o amor,
no tempo do infinito...
E se assim não for,
o que será
do que te espera?
E se não houver perdão
ou algo mais
para ser dito?
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