Fernando Mendes Vianna
O marinheiro
Corpo.
O corpo ignoto.
Sempre novo.
O corpo é mar.
Navegante
e cartógrafo
avanço, descubro
e tomo posse
de um corpo
em nome
do meu corpo.
Recorto as costas,
os braços, as baías,
apalpo as praias.
Tudo anseia ver
a vela.
Todo corpo é mar,
é ar, é terra.
Viajá-lo.
Marujo,
viajar o corpo
é ofício,
é recreio.
Vê-lo,
amá-lo,
mapeá-lo
- esse o roteiro.
Corpo:
terramareamr!
Visto, amado, mapeado
o corpo,
levantar âncora!
Prossigo,
perseguindo
nas ondas do corpo
outro corpo,
o corpo.
Traduções de Manuel Moreno Jimeno y Ricardo González Vigil.
Extraídos de Marly de Oliveira – Fernando Mendes Vianna Poemas.
Introducción de Ricardo González Vigil. Lima: Centro de Estudos
Brasileños, 1979.
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