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Soares  Feitosa

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Soares Feitosa, dez anos
   
 
 

A menina afegã

Neste bloco:

Carlos Augusto Viana

Clivânia Teixeira

Dimas Macedo

Emílio Burlamaqui

Ergógiro Dantas

Helena Quental

Luciano Maia

Mantovanni Colares

Marco Polo Guimarães

Mário Pontes

 

 

Culpa

 

 

Ruth, by Francesco Hayez

 

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Um cronômetro para piscinas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Herbert Draper (British, 1864-1920) , Tha water nixie

 

 

 

 

Um esboço de Da Vinci

 

 

Mário Pontes


Depois de tudo o que já disseram sobre sua poesia sobrou pouco pra mim. Basicamente, é aquilo que já lhe disse pelo telefone, meu caro aedo, meu caro bardo, cantor telúrico (eu disse isso antes de ter lido a palavra na capa do volume) apesar dos ares citadinos, espontâneo apesar dos seus sinais exteriores de erudição.

Gosto mais de poetas largados do que desses minimalistas que tentam invadir nossas estantes com a palidez da constipação pós-moderna.

E mais do que isso não direi, porque não sendo crítico de poesia nem professor de literatura, ando fugindo do achismo e da tentação de perguntar por que fez assim e não assado. Sou apenas um apaixonado pela literatura e em particular pela poesia, que leio às carradas e também às carradas jogo fora, porque muito pouco do que se publica vale a pena guardar.

Mudo portanto de rumo, e digo que fico feliz por saber que do paese mio vem um poeta com tanta força de expressão. Portanto em termos de afinidades profundas temos pelo menos as dos mitos. 

Com admiração e a alegria pela amizade,

  Mario Pontes 

 

 

 

 

 

Herbert Draper (British, 1864-1920) , Tha water nixie

 

 

José Saramago, Nobel

 

Luciano Maia


Soares Feitosa,

Li o trabalho elaborado sobre o texto de Saramago. Ovo de Colombo? Não, uma invenção engenhosa, oportuna. E para além disto, uma bela homenagem.

Ao criador e à criatura: autor & texto.

Abraços

Luciano Maia

 

 

 

 

 

Thomas Colle,  The Return, 1837

 

 

José Saramago, Nobel

 

Ergógiro Dantas


Prezado Senhor Soares Feitosa,

Saudações,

É tarefa de fôlego longo (Saramago) versejar quem já em prosa nos brinda com pura poesia.

E devo reconhecer que é trabalho de belíssima cepa, e de poderoso resultado.                                                                

Receba, mais um vez, os meus mais sinceros cumprimentos. 

Atenciosamente, 

Ergógiro Dantas

 

 

 

 

 

 

 

Caravaggio, A incredulidade de São Tomé

 

 

 

José Saramago, Nobel

Clivânia Teixeira


Meu querido conterrâneo,

Quem dera pudesse eu ter palavras para elogiar sua proeza, um magnifico trabalho (Saramago) que transcende a técnica até pela intenção de realizá-lo.

Creio que o próprio Saramago ficaria, como eles portugueses dizem "ESTUPEFACTO" diante de sua própria obra vinda nesta embalagem fantástica de versos...

É neste ritmo que perdemos o fôlego...

Maravilhoso, obrigada pela lembrança

Quanto a minha escrita está como gosto de dizer na forma LATENTE...em breve quando escorregar para o papel envio para você.

Um grande ABraço

Clivânia

 

 

 

 

 

 

Thomas Colle,  The Return, 1837

 

 

 

Carlos Augusto Viana


Carlos Augusto VianaSoares Feitosa,

Excelente seu trabalho sobre o ritmo de Saramago em seu Evangelho. 

 

Abraços

Carlos Augusto Viana

 

 

 

 

 

 

 

 

Thomas Colle,  The Return, 1837

 

 

 

Marco Polo Guimarães


Caro Soares:

Chego de manhã na redação, nesta sexta-feira recifense ensolarada, e leio seu Arranjo, sobre texto de Saramago, mais sua argumentação sobre poesia & prosa. Que maravilha! Começo meu fim-de-semana com o pé direito. 

Muito obrigado e parabéns!

Grande abraço do amigo,

Marco Polo

 

 

 

 

 

 

 

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Da Vinci, Homem vitruviano

 

 

Mantovanni Colares


Meu caro amigo, de quem estou em DÉBITO, por conta de nosso planejado almoço ainda não concretizado. Por essas felizes
coincidências da vida, quarta-feira fiz palestra na UFC e
encerrei adivinha com quem? Saramago, em poesia, colhida do
seu indispensável Jornal de Poesia (uma que fala de tortura,
sensacional...).

E hoje recebo essa pérola (Saramago), vou ler com muita
atenção. E JÁ FICA MARCADO DE MODO INADIÁVEL ALMOÇO SEMANA PRÓXIMA, CERTO?

O abraço cordial do Mantovanni

 

 

 

 

 

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Um esboço de Da Vinci

 

 

Emílio Burlamaqui


Fortaleza, 7 abr 97

 

Grão-poeta Soares Feitosa,

Em bilhete anterior havia adjetivado seus versos como trescalantes. 

Pois não é que chega, diretamente de sua generosidade, livro seu com a essência da poesia larga e portentosa e o incenso do sertão nosso!

Versos que nos alçam à esfera em expansão da fantasia! Sortilégio da imburana de cheiro nos trasladando a uma infância dormida, porém viva, que súbito veio à tona. 

Pela conjunção mágica de sonho e de mirra,

muito feliz e 

reconhecido

Emílio

 

 

 

 

 

 

 

 

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Um esboço de Da Vinci

 

 

Helena Quental


Rio, 12.08.98

Caro Feitosa

Recebi seu envelope surpresa com a homenagem a Octavio Paz. À altura do grande poeta estão seus poemas, principalmente A carnaubeiras de Catuana. 

Adorei as chagas nos pés de Filoctetes nordestino, do seu poema Nordestes, que São infindáveis; enquanto que as do amigo de Hércules só duraram dez anos. 

Um abraço da desconhecida amiga,

Helena

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Um esboço de Da Vinci

 

 

Dimas Macedo


Caro poeta soares Feitosa

As escaramuças verbais que o poeta-filósofo Juarez Leitão vinha fazendo sobre sua musa sempre me pareceram algo próprio de alguém que se deixa perder pela boca, por esnobação. Jamais acreditei que você fosse um poeta desses que nascem a cada século, que atualizam a tradição poética dos séculos precedentes e que abrem as portas da linguagem poética para atualizar o discurso dos séculos posteriores. 

Estou estarrecido, maravilhado, dominado por uma tensão aflitiva, trazendo sempre junto ao peito os seus cadernos deDimas Macedo professor de poesia. Você está no mundo. Você tem o mundo seguro nas mãos. Você faz o sertão brilhar diante de uma tela. e aí você também canta a tela e o conteúdo e a forma da tela. E espeta também no punhal a minha dor, que dói no meu coração de poeta, que sofre porque não consegue ser universal. 

Creio que estou diante de um autêntico milagre no universo da poesia. Não tenho como ser diferente. Eliot, Pound, Kavafis, Lorca e Mello Mourão estão encarnados em você. 

Nestas alturas, me perderia completamente se me fosse exigido apontar um ou outro poema pelo qual nutri maior predileção. Citaria, no entanto, a sinfonia das raposas - Psi, a Penúltima -, o Compadre-primo, o Ajunt-hotel e esse monumental poema que você escreveu para comemorar todas as conquistas deste final de milênio que é o Format Cê Dois Pontos. E o Menino do Balde e essas seculares Evanescências que me obrigaram a (re)viver. 

Percorri, lendo seus poemas, todos os caminhos e descaminhos possíveis e impossíveis que costuram o espaço todo com o sertão. Porque o sertão é o mundo, porque no sertão está o mundo e o mundo também está em você. Em você a imaginação, a solidão, a loucura, a provocação, o milagre, a história, a beleza, a alucinação, o atestado de que a arte é a única possibilidade de entrar em comunhão com os entes universais. 

Lindos, arrebatadoramente lindos os poemas de Soares Feitosa, visto é claro, pela miopia de quem se fez crítico para não perder o tempo com literatices de embromação. Avalizo, afianço, sem que você me peça, as linhas monumentais de sua poesia que é de dimensão incontestavelmente universal. 

Creio, depois do que disse, que não haverá possibilidade de nenhuma outra opção: ou serei, no próximo século, um crítico literário inteligente, ou você, por outro lado, daqui a um século, não será considerado um poeta. Se não for possível enfrentar esse desafio, sugiro que rasgue tudo que até agora escreveu e desista da vida para entrar em outra encarnação.                          

Ave, poesis!

Sursum corda!

Manhã, quase nevoenta, de ventos gerais, em Fortaleza de Nossa Senhora D'assunção, Setembro de 1994.

Dimas Macedo

 

 

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