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William Lial 

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Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:

Noturno:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bernini_The_Rape_of_Proserpina_detail

 

Da Vinci, Cabeça de mulher, estudo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Portrait of Mme. Rimsky-Korsakova, detail

 

 

 

 

 

William Lial


 

Dados pessoais
 

William Lial, nasceu em 02 de fevereiro de 1973, em Fortaleza, Ceará. Iniciou sua vida literária aos oito anos de idade quando venceu um concurso de poesia colegial, em homenagem ao dia das mães. Desde então, não mais parou de escrever e ler. Ao terminar seus estudos básicos, devido a paixão pela literatura, entrou na faculdade de Letras da Universidade Estadual do Ceará. Nesse período já havia publicado o seu primeiro livro, Sombras. Este, vindo a público de forma independente, contou com a ajuda financeira de um amigo, Luiz Augusto Sobral, um dos sócios das empresas Sobral & Palácio. Posteriormente, enquanto ainda se encontrava na universidade, publicou, Noturno, que teve mais uma vez a ajuda de Luiz Augusto e de um outro amigo, o grande advogado tributarista, Francisco Cavalcante. Este segundo livro, distribuído entre vários escritores do Brasil, obteve uma boa aceitação, sendo alvo de elogios e congratulações de autores como Ana Maria Machado, Affonso Romano de Sant’Anna, José Mindlin, Dias da Silva, Dimas Macedo e da própria universidade.

Atualmente, o autor escreve, eventualmente, crônicas e artigos, para o jornal O Povo e para o site Verdes Mares, e está preparando seu próximo livro, ainda sem data de publicação agendada, mas que possivelmente sairá no segundo semestre de 2005.
 

 

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana

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Renata Palottini

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Three Ages

 

 

 

 

 

William Lial


 

O medo e a dúvida


Algumas vezes esqueço a dor que me assola,
Algumas vezes lamento a vida que não tenho,
Algumas vezes lamento a vida que tenho,
Algumas vezes acredito ser a dor que me apavora,


Algumas vezes olho para o passado e o vejo medonho,
Algumas vezes não quero acreditar que fui aquele...
Algumas vezes tenho medo de ainda ser o mesmo,
Algumas vezes tento acreditar que esse alvitre é um sonho,


Algumas vezes tenho vergonha de sentir-me assim,
Algumas vezes digo que vou parar de lamentar meu mundo,
Algumas vezes escondo meu rosto do espelho que me procura,
Algumas vezes quero chorar e fugir de mim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), The Picador

 

 

 

 

 

William Lial


 

A Roupa


A roupa suja
Grudada ao corpo esguio e fraco.
A roupa triste
Como as reminiscências de ontem.
A roupa dolorosa
Como as lágrimas de seu senhor;
Desumana como a desonra de viver dócil.
A roupa cinza e fugitiva
Como o sonho daquele
Que a envolve no esqueleto fóssil.

 

 

 

Valdir Rocha, Fui eu

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Francisco Miguel de Moura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Entardecer, foto de Marcus Prado

 

 

 

 

 

William Lial


 

Líder


Um filho nasceu,
Em meio ao caos que bradava,
Como fonte de esperança
De outros filhos que desde
Muito sofriam as decrepitudes
De sua nação.


Um novo sangue
Para comandar uma velha plebe,
Uma nova voz
A dirigir o vindouro dos, ainda,
Miseráveis.


Veio como um vislumbre de luz
A muito esperado e observado.
Trouxe consigo o verbo,
Arma sempre eficaz
Entre os domínios do povo.
Arregimentou homens,
Fez acordos e prometeu
Atender as orações.
Transformou o medo em força
E a esperança em ordem.
Modificou o possível,
Macaqueou o inviolável
E seguiu entre a espera
Dos que o edificaram.

 

 

 

Leonardo da Vinci, Embrião

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Marcos Antônio de Menezes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Goya, Antonia Zarate, detalhe

 

 

 

 

 

William Lial


 

Os beijos no meu país


Sou filho de
não longa data,
mas sou filho
de uma época de
primeiros beijos aguardados.
Um tempo em que
peitos tremiam
diante a boca desejada.
Tempo em que as mulheres
sorriam felizes
após o beijo ofertado.
Sorríamos nós também,
homens felizes por serem
o motivo da oferta
desses beijos.
Ah, como eu amava
esses beijos.
Como eu amava o perfume
dessas mulheres,
os lábios que me percorriam
o corpo
quando a intimidade
permitia-nos,
ou quando o sangue
não mais se calava.
Eu amava o meu país
por me deixar
resvalar-me em seus beijos,
por deixar-me
mergulhar a alma
entre as bocas
rosas ou rubras
que se diziam
minhas e
eram.
Por que o mundo era nosso,
o país pertencia-nos
e suas bocas também.
Ah, eu era feliz
e sabia,
como sei agora que não sou.
Não sou feliz,
e sei.

 

 

 

Leighton, Lord Frederick ((British, 1830-1896), girl

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Astrid Cabral

 

 

 

24.01.2005