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Francisco Miguel de Moura

franciscomigueldemoura@superig.com.br

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Francisco Miguel de Moura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Jornal do Conto

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Plaza de toros

 

 

 

 

 

Francisco Miguel de Moura


 

Bio-bibliografia:

 

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA – Poeta, ensaísta, cronista,Francisco Miguel de Moura; Poeta, ensaísta, cronista, romancista, crítico literário e bancário romancista, crítico literário e bancário. Nasceu em Francisco Santos (PI), em 16 de junho de 1933. Bacharel em Literatura Plena e Língua Portuguesa e pós-graduado em Crítica de Arte pela Universidade Federal da Bahia. Ocupa a cadeira número 8 da APL. Bibliografia: Areias, 1966; Pedras em Sobressalto, 1974; Universo das Águas, 1979; Bar Carnaúba, Francisco Miguel de Moura, Escritor da APL1983; Quinteto em Mi(m), 1986; Sonetos da Paixão, 1988; Poemas Ou/tonais, 1991 (poesias); Linguagem e Comunicação em O. G. Rego de Carvalho, 1972; A Poesia Social de Castro Alves, 1979 (ensaios); Os Estigmas, 1984; Laços do Poder, 1991; Ternura, 1993 (romances); Eu e Meu Amigo Charles Brown, 1986, ...E a vida se fez crônica, 1996 (crônicas); Piauí: Terra, História e Literatura (antologia), 1980; Literatura do Piauí, 2002; Sonetos Escolhidos, 2003; e Rebelião das Almas, 2003;


E-mail:
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Soares Feitosa, dez anos

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Caio Porfírio Carneiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Andreas Achenbach, Germany (1815 - 1910), A Fishing Boat

 

 

 

 

 

Francisco Miguel de Moura


 

A última viagem


Quando eu me for embora
Não voltarei à terra.

Não deixarei saudades.
Os amores todos morrem
Quando a gente se enterra.

Não vou errar o caminho
Que dá no grande infinito.
Se alguém quiser seguir-me
Basta um sussurro
Em vez de grito.

Talvez o último, talvez,
Pois lá o silêncio é voz
E a natureza é o nada,
E Deus estará em nós
A derradeira vez.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

 

 

 

 

 

Francisco Miguel de Moura


 

Entre o sim e o não


Que dizer ao morto
quando vive seu funeral?
E aos vivos que morrem
na noite funérea?
E aos corpos que pingam, ao copo
de pinga, aos pires que derramam café?
Abrir a boca ou calar em respeito
ao morto que está?
Com dor nos olhos fazer a força
do ar de mistério?
Ou abraçar a viúva com seu suor,
seu preto noite, seu almíscar,
seu olhar tão sério?
E a desesperança orquestrada
pelo zumbido ido
de uma mosca, quase esgar?
E o cochicho de um mortal por entre grades
de um sorriso de espasmo?

E o choro rompendo a eternidade?

Ignorar a sisudez do morto
e seu silêncio fatal, quem há de?

 

 

 

Maura Barros de Carvalhos, Tentativa de retrato da alma do poeta

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Roberto Pompeu de Toledo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

 

 

 

 

 

Francisco Miguel de Moura


 

Saudade oceânica


Na partida, um oceano sem escolta
cala meu peito em descontentamento.
– Vais aonde – eu pergunto – onda revolta?
E ela me corta o coração por dentro.

Sou areia, sou rocha e, em meu tormento,
choro e declamo, e o fogo me devora;
qual vulcão que nos mostra o epicentro,
outro vulcão me nasce aqui por fora.

Na partida, eu prometo consolar-me
do vácuo que me tolhe. E, sem alarme,
no amor a Deus apenas me concentro.

Meu mundo é solidão, é só saudade
de quem levou minha tranqüilidade,
de quem partiu meu coração por dentro.

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Mignon Pensive

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Elizabeth Marinheiro

 

 

 

01/02/2006