Mais de 3.000 poetas e críticos de lusofonia!

Antonio Olinto

Poussin, Venus Presenting  Arms to Aeneas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

Antonio Olinto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Herbert Draper (British, 1864-1920), A water baby

 

John William Godward (British, 1861-1922), Belleza Pompeiana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Thomas Cole (1801-1848), The Voyage of Life: Youth

 

 

 

 

 

Antonio Olinto


 

Biografia:


 

Antonio Olinto (nome completo: Antonio Olyntho Marques da Rocha, nasceu em 1919, em Ubá, e foi batizado no Piauí, Minas Gerais) estudou Filosofia e Teologia nos seminários católicos de Campos, Belo Horizonte e São Paulo. Tendo desistido de ser padre, foi durante 10 anos professor de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro. Publicou então seu primeiro livro de poesia, Presença. Foi secretário do "Grupo Malraux" tendo organizado a 1a. exposição de poesias, montada na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Juntamente com sua atividade de professor, ingressou no setor publicitário e no jornalismo. Seu livro Jornalismo e Literatura foi adotado em cursos de jornalismo em todo o Brasil. Da mesma época é seu livro de ensaios o Diário de André Gide. Crítico literário de O Globo ao longo de 25 anos, colaborou em jornais de todo o Brasil e de Portugal. Convidado para as comemorações do Cinqüentenário do Prêmio Nobel em 1950, fez então conferências nas universidades de Estocolmo e Uppsala e entrevistou Willian Faulkner, Bertrand Russell e Per Lagerkvist. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo conferências sobre cultura brasileira. Teve publicados na década de 50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.

Nomeado Diretor do Serviço de Documentação do Ministério de Viação e Obras Públicas, ali lançou a Coleção Mauá, de livros técnicos, promoveu Salões de pintura dedicados a obras que privilegiassem ferrovias, estradas e os caminhos do mar e dirigiu a revista Brasil Constrói, redigida em 4 idiomas. Data dessa época o lançamento de mais de trinta concursos literários ligados a livros (exemplos: as melhores vitrines com livros, cartilhas, contos esportivos), culminando com o lançamento do Prêmio Nacional Walmap, considerado o pioneiro dos grandes prêmios literários do país.

Nomeado Adido Cultural em Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três anos de atividade, fez cerca de 120 conferências na África Ocidental, promoveu uma grande exposição de pintura brasileira sobre motivos afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas, enfronhou-se nos assuntos da nova África independente e, como resultado, escreveu uma trilogia de romances - A Casa da Água, O Rei de Keto e Trono de Vidro - hoje traduzidos para dezenove idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio, croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano, japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil. Seu livro Brasileiros na África, de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros ao continente africano, tem sido, desde sua publicação em 1964, motivo de teses, seminários e debates. De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França.

Em 1968 foi nomeado Adido Cultural em Londres, onde desenvolveu uma atividade incessante, através de conferências e um mínimo de 100 exposições ao longo de cinco anos.

Membro do PEN Clube do Brasil, ajudou a organizar três congressos do PEN Internacional no Brasil: em 1959, 1979 e 1992. Passou a participar também das atividades do PEN Internacional, com sede em Londres, tendo sido eleito, no começo dos anos 90, para o cargo de Vice-Presidente Internacional. Na qualidade de "Visiting-Lecturer" vem dando cursos de Cultura Brasileira na universidade inglesa de Essex.

Dirigiu e apresentou os primeiros programas literários de televisão no Brasil na TV Tupi, e em seguida nas Tvs Continental e Rio. Fez conferências sobre cultura brasileira em universidades e entidades culturais em Tóquio, Seul, Sidney, Luanda, Maputo, Dacar, Lomé, Porto Novo, Lagos, Ifé, Warri, Abidjan, Tanger, Arzila, Buenos Aires, Lisboa, Coimbra, Porto, Madri, Santiago, Barcelona, Lion, Paris, Marselha, Milão, Pádua, Veneza, Bérgamo, Florença, Roma, Belgrado, Zagreb, Bucareste, Sófia, Varsóvia, Cracóvia, Moscou, Estocolmo, Copenhague, Aarhus, Londres, Manchester, Liverpool, Colchester, Newcastle, Edimburgo, Glasgov, St. Andrews, Oxford, Cambridge, Bristol, Dublin.

Conheceu, em 1955, a escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de O Globo, Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal, sendo que às vezes as duas colunas saiam lado a lado na página. Antes de os dois seguirem para a Nigéria, já Zora havia escrito a maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras, das quais, mais tarde, em Londres, uma delas, Exu, Cavalheiro da Encruzilhada, seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e americanos, sob a direção de Ray Shell, que participara da produção de Jesus Christ Superstar. Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na Universidade de Lagos. De volta da África, Antonio Olinto publicaria um relato de sua missão ali, Brasileiros na África; Zora Seljan lançaria dois livros: "A Educação da Nigéria" e No Brasil ainda tem gente da minha cor?. Em 1973, os dois fundaram um jornal em Londres e em inglês, The Brazilian Gazette, que vem existindo continuamente desde então.

Recebeu em 1994 o "Prêmio Machado de Assis", por conjunto de obras, da Academia Brasileira de Letras, a mais alta laúrea literária do Brasil.

Antonio Olinto e Zora Seljan foram eleitos para o conselho fiscal do Sindicato dos Escritores, em 7 de maio de 1997.

Em 31 de Julho de 1997, foi eleito para Academia Brasileira de Letras na Cadeira nº 8, sucedendo o escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de Tesoureiro nas gestões de 1998, 1999 e 2000 e também Diretor das Publicações dos mesmos anos. Tem uma Biblioteca em Bucareste com seu nome: Biblioteca Antonio Olinto.

Foi nomeado por ato do Prefeito do Rio de Janeiro, Sr. César Maia, para o cargo de Diretor Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da Secretaria das Culturas, dirigida pelo Dr. Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros (o Senador Artur da Távola). Encontra-se até os dias de hoje nesse setor, agora com o Secretário das Culturas, Ricardo Macieira, e na sua gestão já inaugurou duas bibliotecas em comunidades carentes, como manteve as 23 bibliotecas municipais em prédios fixos.

Em 2003 foi convidado para ser Presidente da Comissão Nacional das Comemorações do Centenário de Ary Barroso, que foi celebrado com várias comemorações pelo país e pelo exterior. Para homenagear Ary Barroso, Antonio Olinto lançou com grande estrondo na ABL o livro Ary Barroso, a história de uma paixão, que está sendo apresentado em várias capitais e em sua cidade natal, Ubá.

No dia 17 do mês de julho de 2003 apresentou seus quadros naif no Shopping Cassino Atlântico, juntamente com o lançamento de seu livro Ary Barroso.

Sua obra abrange poesia, romance, ensaio, crítica literária e análise política e três dos seus livros foram traduzidos para o romeno. - Copacabana, tradução romena de Micaela Ghitescu, Editura Univers, 1993.; Scurt? Istorie a Literaturii Braziliene (1500-19940), tradução romena de Micaela Ghitescu, Editora ALLFA, 1997; Timpul Paiatelor, tradução romena de Micaela Ghitescu, Editura Univers, Bucaresti, 1994.
 

Academia Brasileira de Letras

Fonte: Academia Brasileira de Letras

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Antonio Olinto


 

Bibliografia:


Poesia

  • Presença - poesia, Editora Pongetti, 1949.

  • Resumo - poesia, Liv. José Olympio Editora, 1954.

  • O Homem do Madrigal - poesia, Liv. José Olympio Editora, 1957.

  • Nagasaki - poema, Liv. José Olympio Editora, 1957.

  • O Dia da Ira - poema, Liv. José Olympio Editora, 1959.

  • The Day of Wrath - tradução inglesa de O Dia da Ira, por Richard Chappell, edição Rex Collings, Londres, 1986.

  • As Teorias - poesia, Edição Sinal, 1967.

  • Theories and Other Poems - tradução inglesa de As Teorias por Jean McQuillen, edição Rex Collings, 1972.

  • Antologia poética –Editora Leitura, 1967.

  • A Paixão segundo Antonio - poema, Editora Porta de Livraria, 1967.

  • Teorias, novas e antigas - poesia, Editora Porta de Livraria, 1974.

  • Tempo de verso - poesia, Editora Porta de Livraria, 1992.

  • 50 Poemas escolhidos pelo autor – poesia, Editora Galo Branco, 2004

Ensaio

  • Jornalismo e literatura - ensaio, MEC, 1955.

  • O “Journal” de André Gide - ensaio, MEC, 1955.

  • Dois ensaios - Livraria São José, 1960.

  • Brasileiros na África - ensaio sócio-político, Edições GRD, 1964.

  • O problema do Índio Brasileiro - ensaio, Embaixada do Brasil em Londres, 1973.

  • Para onde vai o Brasil?, ensaio político, Editora Arca, 1977.

  • Do objeto como sinal de Deus - ensaio sobre arte africana, RIEX, 1983.

  • On the Objects as a Sign from God - tradução inglesa de Ira Lee, RIEX, 1983.

  • O Brasil exporta - história da exportação brasileira, Banco do Brasil, 1984.

  • Brazil Exports - tradução inglesa, Banco do Brasil, 1984.

  • Literatura Brasileira, Editora Lisa, 1994.

  • Letteratura Brasiliana -( história da literatura brasileira ), tradução italiana de Adelina Aletti, Jaca Book, 1993.

  • Scurt² Istorie a Literaturii Braziliene (1500-1994), tradução romena de Micaela Ghitescu, Editora ALLFA, 1997.

  • Antonio Olinto apresenta Confúcio e o Caminho do Meio – Rio de Janeiro, Editora Bhum – Ao Livro Técnico- 2001.
     

Artes Plásticas

  • African Art Collection, tradução inglesa de Ira Lee, Printing and Binding, Londres, 1982.
     

Crítica Literária

  • A invenção da Verdade - crítica de poesia, Editorial Nórdica, 1983

  • A verdade da Ficção - crítica literária, COBRAG, 1966

  • Cadernos de Crítica - crítica literária, Liv. José Olympio Editora, 1958
     

Literatura Infantil

  • Ainá no Reino do Baobá - Literatura Infantil, LISA, 1979
     

Romance

  • A Casa da Água - romance, Edições Bloch, 1969

  • A Casa da Água - romance, Círculo do Livro, 1975

  • A Casa da Água - romance, Círculo do Livro, 1988

  • A Casa da Água - romance, Difel, 1983

  • A Casa da Água - romance, Nórdica, 1988

  • A Casa da Água – romance, 5ª edição, Nova Fronteira, 1999

  • The Water House - tradução inglesa de Dorothy Heapy, Edição Rex Collings, 1970

  • The Water House - tradução inglesa de Dorothy Heapy, Thomas Nelson and Sons Ltd, Walton-on-Thames, 1982

  • The Water House - tradução americana Carrol & Graff, 1985

  • La Maison d’Eau - tradução francesa de Alice Raillard, Edição Stock, 1973

  • La Casa del Água - tradução argentina de Santiago Kovadlof, Editorial Losada, 1973.

  • La Casa del Água - tradução argentina de Santiago Kovadlof, Editorial Losada, 1972.

  • Bophata Kyka,( Macedônio ), Macedônia Makepohcka Khnra (km), Skopje, 1992.

  • Dom Nad Woda - tradução polonesa de Elizabeth Reis, edição Wydawnictwo Literackie, 1983. ( Dom Nad Woda, edição Braille polonês, Polska Braille, 1985)

  • Casa dell’Acqua - tradução italiana de Sonia Rodrigues, Edição Jaca Book, 1987.

  • O Cinema de Ubá - romance, Liv. José Olympio Editora, 1972.

  • Copacabana - romance, LISA, 1975.

  • Copacabana - romance, Coleção Lisa Biblioteca da Literatura Brasileira (nº 5), LISA, 1975

  • Copacabana - romance, Editora Nórdica, 1981.

  • Copacabana - tradução romena de Micaela Ghitescu, Univers, 1993.

  • O Rei de Keto - romance, Editorial Nórdica, 1980.

  • Le Roi de Ketu, tradução francesa de Geneviève Leibrich, Edição Stock, 1983.

  • Il Re di Keto, tradução italiana de Sonia Rodrigues, Edição Jaca Book, 1984.

  • The King of Ketu - tradução inglesa Richard Chappell, edição Rex Collings, Londres, 1987.

  • Kungen av Ketu - tradução sueca de Marianne Eyre, Edição Norstedts, Estocolmo, 1988.

  • Os móveis da bailarina - novela, Edição Nórdica, 1985.

  • The Dancer’s Furniture - tradução inglesa de C. Benson, Editorial Nórdica, 1994.

  • I Mobili della Ballerina - tradução italiana de Bruno Pistocchi, L`Umana Avventura, 1986.

  • Les Meubles de la Danseuse, tradução francesa, L`Aventure Humaine, 1986.

  • Die Möbel der Tänzerin, tradução alemã, “Humanis”, 1987.

  • Mobilele Dansatoarei - tradução romena de Micaela Ghitescu, Edição Nórdica, 1994.

  • Trono de vidro - romance, Editorial Nórdica, 1987

  • Trono di Vetro - tradução italiana de Adelina Aletti, Jaca Book, 1993.

  • The Glass Throne – tradução inglesa de Richard Chappell, Sel Press, 1995.

  • Tempo de palhaço – romance, Editorial Nórdica, 1989.

  • Timpul Paiatelor – tradução romena de Micaela Ghitescu, Editura Univers, Bucaresti, 1994.

  • Sangue na floresta – romance, Editorial Nórdica, 1993.

  • Alcacer-Kibir – romance histórico, Editora CEJUP, 1997.

  • A dor de cada um – 1º romance da “Coleção Anjos de Branco”, Mondrian, 2001.

  • Ary Barroso, história de uma paixão – romance, Mondrian, 2003.
     

Conto

  • O menino e o trem – conto, Editora Ao Livro Técnico, 2000.
     

Gramática

  • Regras práticas para bem escrever / Laudelino Freire (1873-1937) – ampliada e atualizada por Antonio Olinto, Lótus do Saber Editora, 2000.
     

Dicionário

  • Minidicionário poliglota – dicionário, Editora Lerlisa.

  • Minidicionário Antonio Olinto: inglês-português, português-inglês – dicionário, Editora Saraiva, 1999.

  • Minidicionário Antonio Olinto: espanhol-português, português- espanhol – dicionário, Editora Saraiva, 2000.

  • Minidicionário Antonio Olinto da lingua portuguesa – dicionário, Editora Moderna, 2000
     

Academia Brasileira de Letras

Fonte: Academia Brasileira de Letras

 

 

Um esboço de Da Vinci

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Mauro Mendes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

Antonio Olinto


 

O crime da máquina


A máquina rodou só
nos trilhos limpos,
foi matar a menina de vermelho.
Bastou um grito para o espanto
fixar-se na tarde.
Desceu gente de longe,
homens pisaram pedras,
mulheres jogaram noites na pressa,
os pais surgiram de súbito.
Um sangue ungia rodas e trilhos,
pedaço de vestido repousava em dormente.
Lanternas acesas na lida em vôo,
foram examinar a máquina,
o freio intacto,
as peças nuas,
a chaminé parada em pânico.
Rodara só
nos trilhos limpos.
Em desvio de falas,
colheram saudades da menina,
assistiram ao desfile das pausas,
contaram casos de nascimento.
A manhã parou na máquina,
os homens trouxeram cadeiras,
fizeram um círculo de vozes,
ergueram pedaços do crime.
Depois, tomaram café,
deram seus votos
e fitaram, em rápida apreensão,
a máquina condenada.
Levaram-na para um desvio,
destruíram os trilhos de um lado e de outro,
fundaram cerca de arame ao redor,
deixaram placa de madeira
com letras em quase cruz.
Quando as outras máquinas passam
nos trilhos mais longe
apitam avisos,
rodam mandadas,
contemplam a cela tênue,
plantas agora buscando as fendas
da quieta locomotiva.


 

 

 

Mary Wollstonecraft, by John Opie, 1797

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Miguel Sanches Neto, 2002

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Acis and Galatea

 

 

 

 

 

Antonio Olinto


 

Soneto de natal

 

"Mudaria o Natal ou mudei eu?"
Machado de Assis



Mudaria o Natal ou mudo iria
Mudar sempre o menino o mundo em tudo?
Ou fui só quem mudei, e meu escudo
Novidadeiro, múltiplo, daria
Ao mudadiço mito da alegria
Em noite tão mutável jeito mudo?
O homem é mudador, muda de estudo,
De mucama, de verso, pouso, dia,
Porque a muda modula esse desnudo
Renascimento em palha, e molda e afia
O instrumento da troca, o fim miúdo,
A noite amena erguendo-se em poesia.
Mudei eu sempre sem saber que mudo
Ou somente o Natal me mudaria?

Nova York, Natal de 1965


("Tempo de Verso" – poesia – 1992)

 

 

 

William Blake (British, 1757-1827), The Ancient of Days

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Neide Archanjo

 

 

08.11.2006