Antonio Olinto
Biografia:
Antonio Olinto (nome
completo: Antonio Olyntho Marques da Rocha, nasceu em 1919, em Ubá,
e foi batizado no Piauí, Minas Gerais) estudou Filosofia e Teologia
nos seminários católicos de Campos, Belo Horizonte e São Paulo.
Tendo desistido de ser padre, foi durante 10 anos professor de
Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História
da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro. Publicou então seu
primeiro livro de poesia, Presença. Foi secretário do "Grupo Malraux"
tendo organizado a 1a. exposição de poesias, montada na Escola
Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Juntamente com sua
atividade de professor, ingressou no setor publicitário e no
jornalismo. Seu livro Jornalismo e Literatura foi adotado em cursos
de jornalismo em todo o Brasil. Da mesma época é seu livro de
ensaios o Diário de André Gide. Crítico literário de O
Globo ao longo de 25 anos, colaborou em jornais de todo o Brasil
e de Portugal. Convidado para as comemorações do Cinqüentenário do
Prêmio Nobel em 1950, fez então conferências nas universidades de
Estocolmo e Uppsala e entrevistou Willian Faulkner, Bertrand Russell
e Per Lagerkvist. Em 1952, a convite do Departamento de Estado dos
Estados Unidos, percorreu 36 estados norte-americanos fazendo
conferências sobre cultura brasileira. Teve publicados na década de
50 quatro volumes de poesia e dois de crítica literária.
Nomeado Diretor do Serviço
de Documentação do Ministério de Viação e Obras Públicas, ali lançou
a Coleção Mauá, de livros técnicos, promoveu Salões de pintura
dedicados a obras que privilegiassem ferrovias, estradas e os
caminhos do mar e dirigiu a revista Brasil Constrói, redigida
em 4 idiomas. Data dessa época o lançamento de mais de trinta
concursos literários ligados a livros (exemplos: as melhores
vitrines com livros, cartilhas, contos esportivos), culminando com o
lançamento do Prêmio Nacional Walmap, considerado o pioneiro dos
grandes prêmios literários do país.
Nomeado Adido Cultural em
Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três
anos de atividade, fez cerca de 120 conferências na África
Ocidental, promoveu uma grande exposição de pintura brasileira sobre
motivos afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas,
enfronhou-se nos assuntos da nova África independente e, como
resultado, escreveu uma trilogia de romances - A Casa da Água, O
Rei de Keto e Trono de Vidro - hoje traduzidos para dezenove
idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio,
croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano,
japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de
trinta edições fora do Brasil. Seu livro Brasileiros na África,
de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros
ao continente africano, tem sido, desde sua publicação em 1964,
motivo de teses, seminários e debates. De 1965 a 1967 foi Professor
Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou
um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez
conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana,
Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos
sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França.
Em 1968 foi nomeado Adido
Cultural em Londres, onde desenvolveu uma atividade incessante,
através de conferências e um mínimo de 100 exposições ao longo de
cinco anos.
Membro do PEN Clube do
Brasil, ajudou a organizar três congressos do PEN Internacional no
Brasil: em 1959, 1979 e 1992. Passou a participar também das
atividades do PEN Internacional, com sede em Londres, tendo sido
eleito, no começo dos anos 90, para o cargo de Vice-Presidente
Internacional. Na qualidade de "Visiting-Lecturer" vem dando cursos
de Cultura Brasileira na universidade inglesa de Essex.
Dirigiu e apresentou os
primeiros programas literários de televisão no Brasil na TV Tupi, e
em seguida nas Tvs Continental e Rio. Fez conferências sobre cultura
brasileira em universidades e entidades culturais em Tóquio, Seul,
Sidney, Luanda, Maputo, Dacar, Lomé, Porto Novo, Lagos, Ifé, Warri,
Abidjan, Tanger, Arzila, Buenos Aires, Lisboa, Coimbra, Porto,
Madri, Santiago, Barcelona, Lion, Paris, Marselha, Milão, Pádua,
Veneza, Bérgamo, Florença, Roma, Belgrado, Zagreb, Bucareste, Sófia,
Varsóvia, Cracóvia, Moscou, Estocolmo, Copenhague, Aarhus, Londres,
Manchester, Liverpool, Colchester, Newcastle, Edimburgo, Glasgov, St.
Andrews, Oxford, Cambridge, Bristol, Dublin.
Conheceu, em 1955, a
escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de
então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e
literárias. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de O
Globo, Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal,
sendo que às vezes as duas colunas saiam lado a lado na página.
Antes de os dois seguirem para a Nigéria, já Zora havia escrito a
maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras, das quais, mais
tarde, em Londres, uma delas, Exu, Cavalheiro da Encruzilhada,
seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e americanos,
sob a direção de Ray Shell, que participara da produção de Jesus
Christ Superstar. Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na
Universidade de Lagos. De volta da África, Antonio Olinto publicaria
um relato de sua missão ali, Brasileiros na África; Zora
Seljan lançaria dois livros: "A Educação da Nigéria" e No Brasil
ainda tem gente da minha cor?. Em 1973, os dois fundaram um
jornal em Londres e em inglês, The Brazilian Gazette, que vem
existindo continuamente desde então.
Recebeu em 1994 o "Prêmio
Machado de Assis", por conjunto de obras, da Academia Brasileira de
Letras, a mais alta laúrea literária do Brasil.
Antonio Olinto e Zora
Seljan foram eleitos para o conselho fiscal do Sindicato dos
Escritores, em 7 de maio de 1997.
Em 31 de Julho de 1997,
foi eleito para Academia Brasileira de Letras na Cadeira nº 8,
sucedendo o escritor Antonio Callado. Foi eleito para o cargo de
Tesoureiro nas gestões de 1998, 1999 e 2000 e também Diretor das
Publicações dos mesmos anos. Tem uma Biblioteca em Bucareste com seu
nome: Biblioteca Antonio Olinto.
Foi nomeado por ato do
Prefeito do Rio de Janeiro, Sr. César Maia, para o cargo de Diretor
Geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da
Secretaria das Culturas, dirigida pelo Dr. Paulo Alberto Moretzsohn
Monteiro de Barros (o Senador Artur da Távola). Encontra-se até os
dias de hoje nesse setor, agora com o Secretário das Culturas,
Ricardo Macieira, e na sua gestão já inaugurou duas bibliotecas em
comunidades carentes, como manteve as 23 bibliotecas municipais em
prédios fixos.
Em 2003 foi convidado para
ser Presidente da Comissão Nacional das Comemorações do Centenário
de Ary Barroso, que foi celebrado com várias comemorações pelo país
e pelo exterior. Para homenagear Ary Barroso, Antonio Olinto lançou
com grande estrondo na ABL o livro Ary Barroso, a história de uma
paixão, que está sendo apresentado em várias capitais e em sua
cidade natal, Ubá.
No dia 17 do mês de julho
de 2003 apresentou seus quadros naif no Shopping Cassino
Atlântico, juntamente com o lançamento de seu livro Ary Barroso.
Sua obra abrange poesia,
romance, ensaio, crítica literária e análise política e três dos
seus livros foram traduzidos para o romeno. - Copacabana,
tradução romena de Micaela Ghitescu, Editura Univers, 1993.;
Scurt? Istorie a Literaturii Braziliene (1500-19940), tradução
romena de Micaela Ghitescu, Editora ALLFA, 1997; Timpul Paiatelor,
tradução romena de Micaela Ghitescu, Editura Univers, Bucaresti,
1994.
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Fonte: Academia
Brasileira de Letras |
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