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Fernando Py

Rio de Janeiro, RJ, 13/06/1935 - Petrópolis, RJ, 21/05/2020

Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Alguma notícia do autor:

 

 

Allan Banks, USA, Hanna

 

Leonardo da Vinci,  Study of hands

 

 

 

 

 

Delaroche, Hemiciclo da Escola de Belas Artes

 

 

 

 

 

Fernando Py


 

Bio-Bibliografia


Autor de livros de poesia, bibliografias e de crítica literária, o intelectual era um notório tradutor de obras literárias em francês. Suas traduções de Proust foram publicadas pela Ediouro e pela Nova Fronteira. Honoré de Balzac, Alexandre Dumas e Marguerite Duras são alguns outros autores que foram vertidos para o português por sua caneta.

Fernando Py nasceu no Rio, em 1935, mas reside em Petropólis desde 1967. Formou-se em direito pela Uerj, mas sempre se dedicou às letras, inclusive contribuindo para veículos como O Globo, o Jornal da Tarde e o Estado de Minas. Também trabalhou como redator e tradutor em enciclopédias, sobretudo a Grande Enciclopédia Delta Larousse e a Enciclopédia Mirador Internacional.

Membro da Academia Brasileira de Poesia e da Academia Petropolitana de Letras, Fernando Py deixa três filhos e quatro netos.

Obras

  • Aurora de vidro (poesia). Rio de Janeiro, Livraria São José, 1962
  • A construção e a crise (poesia). Rio de Janeiro, Simões Edições, 1969
  • 4 poetas modernos (poesia, em colaboração). Rio de Janeiro, Cátedra, 1976
  • Bibliografia comentada de Carlos Drummond de Andrade (pesquisa). Rio de Janeiro, José Olympio / Fundação Casa de Rui Barbosa, 1980 ( 2ª edição, aumentada. Fundação Casa de Rui Barbosa, 2002)
  • Vozes do corpo (poesia). Rio de Janeiro, Fontana, 1981
  • Dezoito sextinas para mulheres de outrora (poesia). Recife, Edições Pirata, 1981
  • Chão da crítica (jornalismo literário). Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1984
  • Antiuniverso (poema). Rio de Janeiro, Sette Letras / Petrópolis. Editora Firmo, 1994
  • Carlos Drummond de Andrade. poesia (antologia comentada, em colaboração com Pedro Lyra). Rio de Janeiro, AGIR, 1994 (2ª edição. 1998) [Col. Nossos Clássicos, 118]
  • Sol nenhum (poesia). Rio de Janeiro, UAPÊ, 1998
  • Antologia poética (40 anos de poesia. 1959-1999). Petrópolis, Poiésis, 2000
  • Sentimento da morte & Poemas anteriores (poesia). Goiânia, A.S.A., 2003
  • Uma poesia dialógica. nove resenhas da obra de Pedro Lyra (crítica literária). Fortaleza, UFC, 2003
  • O poeta Coelho Vaz (conferência). Goiânia, Kelps, 2004
  • 70 poemas escolhidos. Petrópolis, Catedral das Letras, 2005

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, Rinaldo e Armida

 

 

 

 

 

Fernando Py


 

Indagações

A Leonardo Fróes
 


De argila e de sangue
somos feitos. Não mais
que a imponderável ânsia
de ascender ao divino
transportando conosco
este fardo humano
de organismo imperfeito.

De suor e de lágrimas
nos tornamos. Quanto
esperamos saber
em nossa ignorância
no intuito de voar
à excelsa plenitude
do espírito supremo?

Quem nos formou? Quem
imaginou e fez
energia e matéria,
todo o Universo
que vemos e sabemos
e os demais mundos todos
que jamais saberemos?

Deixamos o que sabemos
— e o mais que desconhecemos —
aos que depois a terra
habitarem: esses homens
futuros que ignoramos
e mal podemos pressentir
pelo que hoje apresentamos.

Aonde vamos? Aonde
repousará nossa alma
a contínua indagação
que nos eleva além
de simples animais?

Em que páramos finais
existe nossa redenção?

 

 

Herbert Draper (British, 1864-1920), A water baby

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Elaine Pauvolid

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Fernando Py


 

Encontro


A antiga namorada
ressurgindo na rua
você enxovalhado
cabelo e barba por fazer
vida de sacrifício
meio se esconde
e ela passa
ainda jovem
talvez mais bonita
mais mulher
bem tratada
vestido caro
você recorda
o primeiro beijo
aquela paixão eterna
o baile de formatura
a profissão abandonada
vai levando nos olhos
o tipo mignon
que outros braços
e beijos
farão vibrar
recorda
poemas que lhe fez
o livro de estréia
tão pobre e tão longe
tão dela impregnado

sente-se velho
acabado
saudade da juventude
mas foi a sua opção
os filhos de outra mulher
a literatura
vida tão avessa
assume
e na volta da esquina
desaparece
a antiga namorada.

 

 

Hélio Rola

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Eloí Elisabeet Bocheco

 

 

 

 

 

Goya, Maja Desnuda

 

 

 

 

 

Fernando Py



Cave Canem



Aviso bem-humorado
na fachada das casas de Pompéia.

Mudam-se os tempos, mudam-se os desígnios
e o aviso permanece
curiosidade arqueológica do pai
na fachada de minha casa.

Porém hoje mais certo seria
poupar os cães desse cuidado
e escrever à entrada
de toda casa toda cidade todo país
mesmo na caixa-alta do itálico latim
CAVE HOMINES
 

 

 

Franz Xaver Winterhalter. Yeda

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Rita Brennand

 

 

 

 

 

Titian, Venus with Organist and Cupid

 

 

 

 

 

Fernando Py



Soares Feitosa, um canto geral de cultura e civilização
 

 

Réquiem em Sol da Tarde, de Soares Feitosa: o mínimo que se pode falar acerca desse livro é que é grandemente criativo. O poeta parece exsudar sua poesia naturalmente, como um rio brota do olho d'água minúsculo no seio da terra. 

E, como a água do rio, cresce e se avoluma, não raro se encorpando com outras águas que se lhe ajuntam; o poeta igualmente faz crescer sua poesia, torna-a caudalosa, com a incorporação de textos outros, com o desenvolvimento do seu estro, semeado de sua erudição, tudo concorrendo para um conjunto maciço, onde a criatividade gráfica vai de par com a criação poética propriamente dita. 

Soares Feitosa não se contenta com apenas expor os versos no papel; desenha-os, dá às palavras por vezes uma feição gráfica diversa, muito afim daquilo que elas expressam. Por outro lado, sua veia caudalosa, verdadeiro cântico, exige um discurso substancioso, seu canto não se limita, é muitas vezes incontido, sem quaisquer peias, solto na página, solto na imaginação, de natureza totalizante, um poema que busca na terra, nas raízes de sua gente, telúrico e social, os motivos mais lídimos de sua expressão. 

Caudaloso e popular, erudito e bem atualizado quanto às últimas conquistas da informática, bem merece o epíteto de poesia épica, já que é um canto geral de cultura e civilização. A poesia de Soares Feitosa vem, neste fim de século, lançar uma luz de esperança na poesia brasileira do próximo milênio. 


Vale!

 

 

 

Valdir Rocha, Fui eu

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Elizabeth Marinheiro

 

 

 

 

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