Fernando Pessoa
Poesias Inéditas
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A pálida
luz da manhã de inverno
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A 'sperança,
como um fósforo inda aceso
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A tua
voz fala amorosa...
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Aqui está-se
sossegado
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Aqui
neste profundo apartamento
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Árvore
verde
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As
lentas nuvens fazem sono
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As
nuvens são sombrias
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A tua
carne calma
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Basta
pensar em sentir
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Bem,
hoje que estou só e, posso ver
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Bóiam
farrapos de sombra
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Brincava
a criança
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Cai
chuva do céu cinzento
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Cai
chuva. É noite. Uma pequena brisa
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Caminho
a teu lado mudo
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Cansado
até dos deuses que não são
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Cansa
ser, sentir dói, pensar destruir
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Canta
onde nada existe
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Ceifeira
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Cheguei
à janela
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Chove.
Que fiz eu da vida?
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Clareia
cinzenta a noite de chuva...
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Começa,
no ar da antemanhã
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Como
às vezes num dia azul e manso
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Como
é por dentro outra pessoa
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Como
nuvens pelo céu
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Como
um vento na floresta
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Criança,
era outro
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De
aqui a pouco acaba o dia
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Deixa-me
ouvir o que não ouço
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Deixei
atrás os erros do que fui
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Deixem-me
o sono! Sei que é já manhã
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Deixei
de ser aquele que esperava
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Deixo
ao cego e ao surdo
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Depois
que o som da terra, que é não tê-lo
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Depois
que todos foram
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Desfaze
a mala feita pra a partida!
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Desperto
sempre antes que raie o dia
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Deus
não tem unidade
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Deve
chamar-se tristeza
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Do
fundo do fim do mundo
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Dói-me
no coração
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Dói-me
quem sou. E em meio da emoção
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Do
meio da rua
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Dorme,
criança, dorme
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Dormir!
Não ter desejos nem esperanças
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Do
seu longínquo reino cor-de-rosa
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Doze
signos do céu o Sol percorre
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Durmo,
cheio de nada, e amanhã
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Durmo.
Regresso ou espero?
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E a extensa
e vária natureza é triste
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É
boa! Se fossem malmequeres
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E fala
aos constelados céus
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Eh,
como outrora era outra a que eu não tinha!
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É
Inda Quente
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E ou jazigo
haja
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É
uma brisa leve
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E, ó
vento vago
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Em
outro mundo, onde a vontade é lei
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Em
toda a noite o sono não veio
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Em Torno
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Em torno ao
candeeiro desolado
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Enfia, a agulha
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Entre o luar
e o arvoredo
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Entre
o sossego e o arvoredo
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Epitáfio
Desconhecido
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Era isso
mesmo
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Eram varões
todos
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É um
campo verde e vasto
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Eu
-
Eu amo
tudo o que foi
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Eu me resigno.
Há no alto da montanha
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Eu
tenho idéias e razões
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Exígua
lâmpada tranqüila
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Falhei. Os astros
seguem seu caminho
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Fito-me frente
a frente ( I )
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Fito-me frente
a frente ( II )
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Flui, indeciso
na bruma
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Glosa
-
Glosas
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Gnomos do luar
que faz selvas
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Gostara, realmente
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Gradual, desde
que o calor
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Grande sol a
entreter
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Há
uma música do povo
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Há um
frio e um vácuo no ar
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Já ouvi
doze vezes dar a hora
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Ladram
uns cães a distância
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Lá
fora onde árvores São
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Leve rio cimo
das ervas
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Mais triste
do que o que acontece
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Mas eu,
alheio sempre, sempre entrando
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Mas o
hóspede inconvidado
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Minha
alma sabe-me a antiga
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Minhas
mesmas emoções
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Minha
mulher, a solidão,
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Na noite
que me desconhece
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Não digas
nada!
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Não
quero rosas, desde que haja rosas
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No Fim
da chuva e do vento
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O abismo
é o muro que tenho
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O Amor
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O céu
de todos os invernos
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O meu
coração quebrou-se
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O ruído
vário da rua
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O som
do relógio
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Outros
terão
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Parece às
vezes que desperta
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Parece
que estou sossegando
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Pela rua
já serena
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Poemas
dos Dois Exílios
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Por
quem foi que me trocaram?
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Qual é
a tarde por achar
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Quanta
mais alma ande no amplo informe
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Que
suave é o ar! Como parece
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Relógio,
morre
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Se
alguém bater um dia à tua porta
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Se tudo o que
há é mentira
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Sim, tudo
é certo logo que o não seja.
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Sonhei,
confuso, e o sono foi disperso
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Sossega,
coração! Não desesperes!
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Sou
o Espírito da treva
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Tenho
esperança? Não tenho
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Tenho
pena até... nem sei. . .
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Todas
as cousas que há neste mundo
-
Uma
maior solidão
-
...Vaga
História
-
Vendaval
-
Vou com
um passo como de ir parar
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