Waldemar Lopes
Acadêmico WALDEMAR LOPES
* 01/02/1911 – † 21/10/2006
Dados biográficos
WALDEMAR (Freire)
LOPES nasceu a 1 º de fevereiro de 1911, em Peri-Peri, que
pertencia, então, ao Município de Quipapá e pertence, atualmente, ao
de São Benedito do Sul. Filho de Samuel da Costa Lopes e Júlia
Freire Lopes, viveu a infância e parte da adolescência tanto em Peri
Peri, como na cidade de Palmares, onde iniciou seus estudos, e na
fazenda Novo Horizonte (Quipapá). Sua formação intelectual foi
completada em Pernam¬buco e no Rio de Janeiro, com múltiplos campos
de interesse: jornalismo, literatura, administração pública,
economia, sociologia rural e direito público internacional.
Desde muito jovem,
colaborou em jornais e revistas de Pernambuco e Estados vizinhos.
Antes de transferir-se para o Rio de janeiro, em 1938, foi
editorialista e Secretário do Jornal do Commercio, do Recife, e
representante do jornal A Noite (do Rio), Vice-Presidente da
Associação de Imprensa de Pernambuco. Foi Secretário-Geral do Núcleo
Pernambucano da Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, Delegado
Especial da Diretoria de Estatística do Ministério da Agricultura e
membro das diretorias da UBE/PE e da Academia de Letras e Artes do
Nordeste.
No Rio de Janeiro,
onde residiu durante longos anos, ocupou vários cargos na alta
direção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entre os
quais os de Diretor da Secretaria-Geral do IBGE, Secretário-Geral do
Conselho Nacional de Estatística e Diretor-Geral do Serviço Nacional
de Recenseamento. Foi membro da Comissão Censitária Nacional e da
Comissão Nacional de Política Agrária.
Atuou na imprensa carioca durante alguns anos, tendo sido, também,
diretor da Revista Brasileira de Estatística e da Revista Brasileira
dos Municípios, além de diretor-secretário, por dez anos, da Síntese
Política, Econômica e Social (primeira fase), da Pontifícia
Universidade Católica.
Serviu à Organização
dos Estados Americanos de 1954 a 1976, inclusive como diretor de seu
Escritório no Brasil e representante de sua Secretaria-Geral junto
ao Governo brasileiro (no Rio de Janeiro e em Brasília). Representou
o Brasil no Committee on Improvment of National Statistics (Estados
Unidos), tendo presidido a reunião desse comitê em 1954.
Pertence a várias
instituições técnicas e culturais tanto no Brasil como no Exterior
(Estados Unidos, França e Portugal). Em Brasília, exerceu os cargos
de Presidente do Clube de Poesia (dois mandatos), de Vice-Presidente
da Associação Nacional de Escritores e de Secretário-Geral da
Academia Brasiliense de Letras. Em Teresópolis, RJ, foi Presidente
da Academia Teresopolitana de Letras (três mandatos) e do Conselho
Municipal de Cultura. É cidadão honorário daquela cidade fluminense,
onde exerceu intensa atuação cultural e a que doou grande parte de
sua biblioteca particular. O mesmo título lhe foi concedido pelos
municípios de Palmares e Cachoeirinha (Pernambuco).
Detentor de bom
número de distinções honoríficas e, também, de prêmios literários,
no campo da poesia. Por ato do Governo de Pernambuco, seu nome
figura entre os agraciados da Ordem do Mérito dos Guararapes, no
grau de Comendador.
Apesar da longa
interrupção verificada em suas atividades literárias, em razão das
absorventes funções que exerceu durante muitos anos, tanto no
jornalismo quanto nos setores da administração pública e da
cooperação internacional, tem diversas obras publicadas, em prosa e
verso. Seu livro de estréia é de 1929; o segundo, de 1971, vale
dizer, quarenta e dois anos depois. Só nesta última fase de sua
poesia, já na maturidade, e quando inteiramente desobrigado dos
encargos a que se dedicava com devotamento absoluto, fez do soneto a
forma fixa de poesia "mais representativa de seus recursos de
expressão na linguagem do verso". A parte de sua poesia em que o
soneto está ausente - menos conhecida, talvez -, é maior que aquela
caracterizada pelo culto à "flor medieval", por ele praticado, nos
últimos anos, a partir de 1970.
Titular da
Cadeira nº 20 da Academia Pernambucana de Letras (patrono:
Demóstenes de 0linda), instituição cultural centenária, de que foi
Vice-Presidente e diretor da respectiva revista, é também sócio
correspondente da Academia Alagoana de Letras, da Academia Paraibana
de Letras e da Academia de Letras da Bahia. Ocupa na Academia
Brasiliense de Letras a Cadeira nº 19, de que é patrono Castro
Alves. Entre as demais instituições literárias a que pertence
figuram o PENClube do Brasil (Rio de Janeiro), a União Brasileira de
Escritores (seções do Rio e Pernambuco), a Academia de Letras e
Artes do Nordeste Brasileiro (cadeira nº 7; patrono: Austo Costa),
da qual foi Vice-Presidente, e a Sociedade de Médicos
Escritores-Regional de Pernambuco (sócio honorário). É membro da
Associação Internacional dos Amigos de Ferreira de Castro
(Portugal), cujo Pelouro Cultural integrou, durante anos. Versos
seus figuram no monumento de homenagem àquele escritor, na cidade do
Porto.
É viúvo, desde março
de 1990, da Sra. Iracy Ipirapoan Lopes, exemplar companheira e
grande animadora de sua atividade literária.
Versos do Soneto
“Lição Antiga”, do livro “Cinza de Estrelas” (pág.: 102), do poeta
Waldemar Lopes:
“Seu legado será esta lição perfeita:
se a morte se aproxima, é tempo de plantar;
outros farão depois a festa da colheita”.
Perfil enviado por Anderson Braga Horta
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