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Sinvaline Pinheiro 

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Frederic Leighton (British, 1830-1896), Antigona,detail

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Poesia:


Ensaio, crítica, resenha & comentário: 


Fortuna crítica: 


Contos:


Alguma notícia da autora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bernini_Bacchanal_A_Faun_Teased_by_Children

 

Da Vinci, Cabeça de mulher, estudo

 

 

 

 

 

 

 

Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro


 

Bio-bibliografia


Origem - Uruaçu – Goiás

Participou de um vídeo – “Canto Cerrado Parauna”, feito com frases Sinvaline e do poeta Manoel de Barros, que foi premiado na UFG

Publicou poemas em Antologias pela Editora Kelps Goiânia, 1998, II Concurso de Poesia Falada

Publicou Poesia pela Editora Andes, Prêmio Anchieta de Poesia, Brazilandia, DF, 2000

Publicou a Revista de Causos pela Universidade Católica de Goiás, 2004

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da Vinci, La Scapigliata, detail

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro


 

Súplica


A inspiração me sai da alma,
Não importa que não a aceitem.
Naco carrego nenhum diploma,
Freqüentei a escola do mundo,
Em cada botequim tive um professor...
Vi a fome nos olhos do menino de rua,
Senti frio com o mendigo da praça...
Calejei as mãos no trabalho árduo,
Fiquei órfã, fui pai e mãe dos outros.
Se sofri, se chorei, não importa.
Vivi, muito mais vivi...
Daí me nasceram frases e frases,
Juntei-as ao meu modo singular
E nasceu o poema,
Me desabafei...
Depois de cada poesia
Tenho nova vida.
Não importa que não a valorizem
Ela grita o que está dentro de mim,
É uma suplica de amor...


Paraúna, 1999
 

 

 

 

Franz Xavier Winterhalter, retrato de Roza Potocka

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Fábio Rocha

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904), Morte de César, detalhe

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro


 

Falta


Hoje o sol queima mais
A bebida não faz efeito,
Sou livre até quando?
Tenho um corpo de mulher
Que pede gestos comuns
Onde uma minoria é maior
E expressa o sexo...
Saudade de nossa solidão
Quando estou com você...
Você é uma incógnita
Porque fez os homens assim?
Poderiam ser mais abstratos...
Vem o sono
Não vou dormir, é como morrer um pouco.
Mesmo que fuja daqui,
Sou feminina, sou comum,
Sou corpo de terra
Uma terra que pede momentos comuns...
Você é meu Deus particular
Me fez com essa sede de mistura...
Estou com saudade de nós,
Vou fazer uma pausa,
Soltar o som da alma,
Vou me fazer só, mais uma vez...

 

 

 

 

William Blake (British, 1757-1827), Angels Rolling Away the Stone from the Sepulchre

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Roberto Gobatto

 

 

 

 

 

 

 

Poussin, The Triumph of Neptune

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro


 

Sonho quebrado


Recolho teus pedaços,
Ainda cintilam no quarto,
Onde tudo se resolve.
Apareces inteiro,
Teu sexo predomina,
Teu cheiro excita
E sem lógica te amo, te amo...
Num gozo profundo
Que te despedaça.
Acordo abro os olhos e suspiro
Sob o monte de cacos mutilados,
Sob a sombra do sonho que se foi...


Homem invisível, 2000

 

 

 

Soares Feitosa, dez anos

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Rubenio Marcelo

 

 

 

 

 

 

 

Jean Léon Gérôme (French, 1824-1904)

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro


 

Paralela solidão


O instante está cheio de fumaça,
A realidade é crua, poluída.
Os pássaros cantam na esfera de concreto,
É um chamado para o mato,
Coração dói, dói, dói...
Olheiras, mendigos, gravatas correm para o nada.
A mídia explora a esperança deles.
Procuro uma humanidade ali,
Invejo o mendigo que canta feliz,
Quis abraçá-lo (discriminação?)
Ele cheira mal, mas se sente perfumado, eterno...
O mundo se faz e desfaz em partículas e fragrâncias...
Dói forte, somos iguais.
Cheiro a mão, é cheiro ou fedor?
A solidão dele e minha, somos iguais.
O vento soprou o mendigo, soprou minha mão,
Passou entre tudo e todos, se despediu...
Também quero ir, quero ir...
Não posso questionar as profundezas de Deus, (alguém disse)
Então por que?
Religiões sem esperança, sem Deus, sem mendigos...
A certeza de agora é
Um mendigo feliz,
Uma mão perfumada,
Um vento eterno que espalha
Saudade, igualdade, poesia e esperança.....



Devaneios no centro da Capital Goiânia, (1998)

 

 

 

Michelangelo, Pietá

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Donizete Galvão

 

 

 

 

 

 

 

Tintoretto, Criação dos animais

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro




Abraço poeta



Seu abraço é
Do tamanho do mundo inteiro.
O olhar terno, suave, menino,
O físico descomunal,
Esconde a criança.
Não pesa na órbita,
Navega meu corpo
O cometa fogo ardente,
Fecunda o seio da terra,
Buscando o ápice,
A supremacia dos mortais...
Num compasso sincronizado,
Se unem côncavo e convexo,
E a poesia é profunda...
O instante vai e vem,
É eterno...
E eterno é também
Seu abraço,
Do tamanho do mundo inteiro...

 

 

 

 

William Bouguereau (French, 1825-1905), Admiration Maternelle

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Adail Sobral

 

 

 

 

 

 

 

Michelangelo, 1475-1564, Teto da Capela Sistina, detalhe

 

 

 

 

 

Sinvaline Pinheiro


 

Vôo limitado


Se pudesse ser maior,
Abraçaria os céus.
Um beijo na lua,
Um abraço nas nuvens.
Enlaçaria os cabelos
Com as almas do infinito...

O limite é menor agora,
Na tentativa de alçar vôo...
Sou pequena, pequena como uma formiga
Que carrega uma grande folha na cabeça,
Que anda na trilha por instinto...
Mas o pensamento (de formiga ou de gente) corre à frente,
Deixando uma comprida esperança....


Devaneios, 1993

 

 

 

Leonardo da Vinci, Embrião

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Raymundo Silveira

 

 

02/06/2005