Juscelino Vieira Mendes
Sestina do Shema
I
São palavras ordenadas por Deus
para alcançar de Suas criaturas o coração
que está longe pós-queda sem poder,
com arrogância e tristeza n'alma.
Portanto do único Senhor ouve
a fim de que possa ser
II
É suprema a graça daquele ser
que busca, na sapiência, e ouve;
que ama, com exaltação, ao único Deus;
que O adora de todo coração
e com profundidade e beleza de toda a sua alma
recebe Suas palavras de poder
III
e, intimando à prole desse poder,
assentado em casa e com o fervor do coração;
andando pelo caminho aberto por esse grande Deus;
deitando, para o descanso e renovação do seu ser;
levantando de manhã, ouve!
E atando as palavras ordenadas por sinal na sua mão,
com alegria n'alma
IV
entre os seus olhos, que são as portas dessa alma,
e por testeiras que identificam O Deus,
escritas serão nos umbrais de seu coração.
Da casa, cuja entrada, dignificará o seu ser;
nas portas, para que tenha poder.
Portanto, ouve!
V
Por que, Israel, não ouve,
para o bem de sua alma?
Se na boa terra o introduziu Deus,
que havia jurado a seus pais, poder!
Emanado de Seu Ser,
de Seu Coração!
VI
Quem amou d'Abraão o coração?
Quem tornou a Isaque um ser?
Quem do Senhor recebeu poder?
Quem edificou a sua alma?
Portanto, Israel, Ouve!
Porque a tudo ordenou Deus...
VII
que o tornará um ser de poder
e de alma edificada para o bem do coração
se ouve, Israel, quem o tirou da casa da servidão: Deus.
2 de janeiro de 1997.
Poema baseado no texto bíblico de Deuteronômio 6:4-9
- "Por algum tempo durante o período do Segundo Templo, esta
passagem bíblica foi escolhida para ser recitada duas vezes ao dia,
pela manhã e à noite, por todos os judeus. Conhecida pela sua
palavra inicial, Shemá, começa assim: "Escuta, ó Israel, o Senhor é
nosso Deus, o Senhor é Um". Este versículo tornou-se o lema do
judaísmo. É a primeira frase a ser ensinada a uma criança judia, e a
última a ser pronunciada antes de morrer." Os Judeus e o Judaísmo,
pág. 268, de David J. Goldberg e John D. Rayner - Trad. Paulo Geiger
e Carlos André Oighenstein - Rio de Janeiro: Xenon Ed., 1989.
|