Maria do Carmo Ferreira
Autobiografia
Nasci em Cataguases, a Princesinha da Zona da Mata de Minas Gerais, etimologicamente: terra
de gente boa, além de berço das artes, de movimentos de vanguarda e habitat de grandes
artistas, o que muito me envaidece.
Infelizmente, aos 14 anos tive de me mudar com o restante da família para Belo Horizonte,
onde completei meus estudos secundários e superiores (bacharel e licienciada em Letras,
pela FFUFMG) , lecionei muito, em todos os níveis de ensino, amei, noivei, adoeci para
morrer mas fui salva pelo gongo.
Comecei a escrever poesia ainda menina, só comecei a publicar meus poemas na década de 60
(sou de 38), em revistas de literatura e suplementos literários, sobretudo o SLMG onde
permaneci como colaboradora quase desde a sua fundação. Recentemente, deram-me vez e voz
nesse órgão da Imprensa Oficial de MG, com entrevista, foto, depoimentos sobre o meu
trabalho e dezenas de poemas inéditos e de traduções-recriações (SLMG, nº57, março de
2000).
Quase que concomitantemente, no Mural Poético “Mulheres Emergentes”, da poeta fundadora
Tânia Diniz, fui classificada duas vezes em primeiro lugar no 3º Concurso Internacional
de Poesia, com 2 conjuntos de 3 poemas cada, sob diferentes pseudônimos, motivo pelo qual
o próximo tablóide será um especial de poemas meus inéditos, já em vias de sair do
prelo.
Outras publicações que prestigiaram meus versos: a revista Invenção, dos Concretos
paulistas, nº 5, 1966, com o meu poema Meretrilho, e a revista de arte Ímã, nº 5, da
editora capixaba Sandra Medeiros, RJ, com dois poemas longos de minha autoria: As Parcas
e O Pregador.
Tenho traduzido sistematicamente Emily Dickinson (uns 50 poemas), Neruda, Lorca,
Prévert, Eluard e mais esparsamente Mallarmé, Verlaine, Corbière, Laforgue, Yeats,
e algumas poetas norte-americanas de minha preferência.
Estou com um livro de 125 poemas para sair já: CAVE CARMEN, um de traduções e 4
livrinhos infantis também inéditos: A flor que sofria de pensamento; O sacristão
e a miss; Jogos florais & animais, e O Delfim que não sabia morrer.
Nas minhas mudanças, residi e trabalhei 4 anos em São Paulo e 4 anos “abroad”, entre
Europa e Estados Unidos, onde lecionei no Colégio dos Graduados e fiz o mestrado em
Literatura Comparada na mesma Universidade de Illinois.
Atualmente, aposentada da Rádio Ministério da Educação e Cultura, depois de 30 anos de
serviços prestados como criadora, pesquisadora, tradutora, redatora e coordenadora de
programas literários e lítero-musicais, Técnica em Assuntos Culturais, voltei-me para
a literatura com mais amor e muito mais confiança.
(Texto redigido em agosto de 2000)
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